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"Falta Ciência Na Discussão Sobre A Maconha" - Artigo Da Folha De Sp


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  • Usuário Growroom

Reli o artigo e não encontrei nada que o desabona-se.

em nenhum momento vi no autor a pretensão de reduzir o debate a esfera da ciência.

E com certeza falta ciência no debate da canábis!

não podemos transformar o assunto em um fla-vasco. (onde os proibicionistas são os vascainos, claro ;?) )

a história nos mostra que a proibição se deu com a divulgação de mentiras oficiais como 'maconha leva a loucura, esquizofrenia, assassinatos, estupros, blablabla...'

e agora para reverter esta situação, temos que desmacarar essas abobrinhas. E a ciência pode nos ajudar nisto.

é preciso que sejam realizadas mais pesquisas científicas sobre os potenciais riscos/beneficios desta planta que tanto nos serviu. Neste ponto a proibição é burra e preconceituosa, porque proíbe a planta e praticamente asfixia qualquer iniciativa séria de pesquisa. Péssimo.

como exemplo, cito (estou citando de cabeça e a referência vem depois, sorry) um estudo realizado na alemanha que avaliou a relação entre canabis e acidentes de trânsito. Os cientistas esperavam encontrar um maior número de acidentes entre os usuários de canabis do que os não usuários, devido a alteração da percepção do espaço-tempo provocado pela planta.

Mas, o resultado que eles chegaram foi justamente o inverso! Por fim os pesquisadores concluíram que os usuários sobre o efeito da canabis eram mais cautelosos e dirigiam mais devagar. :?)--*

acho que este exemplo ilustra bem como a ciência pode nos ser útil no debate.

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  • Usuário Growroom

Falta tudo na discussão sobre a maconha, especialmente SINCERIDADE sobre ela.

Quase sempre que a maconha aparece na "grande" mídia, é de forma pejorativa. Não esqueçamos que a folha da maconha é o símbolo preferido para ser usado em matérias sobre drogas em geral. Ou seja, mesmo que o álcool e o tabaco sejam muito mais prejudiciais, é a maconha que já está estigmatizada como droga muito problemática.

Converso com bastante gente "senso comum" pra tentar mudar a visão deles sobre a maconha, mas a resposta é sempre a mesma: não podemos legalizar pq vai ser uma porteira para a destruição geral da humanidade.

Assim como o casamento gay, né.

Vim pra sofrer mesmo, lésbica e maconheira!

kkkkkkkkkkkkkkkkk

Mas é isso, aos poucos algumas vozes lúcidas vão tendo mais espaço... Essa galera do NEIP ainda vai fazer bastante barulho (positivamente)!

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  • Usuário Growroom

Caros amigos,

 

Repasso a "Nota de Retratação" escrita pelo pesquisador Rafael Guimarães dos Santos sobre artigo que publicou na semana passada na Folha de São Paulo, enviada por ele a este jornal hoje. O texto original, bastante pequeno, causou desconforto no meio acadêmico, e a nota esclarece melhor o pensamento do autor e o contexto da polêmica.

 

"Em artigo recentemente publicado na Folha de São Paulo (Tendências/Debates, 22/09), me expressei mal em vários pontos. Errei ao escrever: “Também causa estranhamento que este grupo de cientistas [signatários da Carta], que pretendia iluminar o debate com Laranjeira e Marques, tenha ignorado as evidências fornecidas por dados científicos"; o correto teria sido dizer: “não há ainda suficientes estudos clínicos controlados realizados sobre a maconha”. E, em seguida, esclarecer ao leitor leigo que os estudos clínicos controlados são ideais, porém não são a única maneira de se verificar a eficácia terapêutica ou aplicação promissora de uma substância, lembrando também que nem todos os medicamentos atualmente consumidos passam por testes clínicos para seus diversos usos. Existem outros critérios científicos de observação, e esses são especialmente válidos no caso de uma droga proibida, pois devido à situação de ilegalidade é quase impossível realizar estudos clínicos controlados com a maconha in natura. Neste sentido, os Signatários da Carta também estão corretos ao afirmar que existe “evidência científica” de que a maconha tem potenciais terapêuticos para o tratamento da dependência, e que existem evidências antigas do uso medicinal da maconha para o tratamento da asma.

 

Outro ponto que ficou pouco claro em meu texto diz respeito à maconha medicinal fumada. A inalação da fumaça, como se sabe, pode ser prejudicial à saúde. Mas, faltou esclarecer que em muitos lugares onde o uso medicinal da maconha é aprovado, se enfatiza o uso oral ou sublingual; embora também exista o uso fumado da maconha medicinal, esta prescinde da fumaça e a inalação não é recomendação médica em nenhum lugar.

 

Por fim, considerando que este embate entre cientistas ocorre num jornal de grande circulação e dentro de um contexto político específico, gostaria de deixar clara minha posição neste importante debate público: é imperativa a realização de mais pesquisas na área; as atuais políticas proibicionistas impedem o avanço da pesquisa cientifica; é fundamental que seja criada uma agência brasileira para estudos e regulamentação dos potenciais terapêuticos da maconha; o uso medicinal e não-medicinal da maconha e de seus derivados deve ser legalizado; são absolutamente injustas as alegações de Laranjeira e Marques de que o grupo dos Signatários da Carta é “anti-científico” e representa um “lobby da maconha”.

 

Rafael Guimarães dos Santos, Doutorando em Farmacologia pela Universidade Autônoma de Barcelona e Pesquisador do NEIP (www.neip.info)"

 

Saudações,

Bia Labate

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