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Álcool, A Droga Mais Perigosa


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Álcool, a droga mais perigosa

Marina Lemle 09/11/2010 - 03:00.

A maconha é proibida na maior parte do mundo, mas é o álcool – liberado em quase todos os países – a droga mais perigosa, segundo um estudo liderado pelo psiquiatra e neurocientista inglês David Nutt e publicado no peridódico científico The Lancet. A pesquisa analisou os danos causados por diferentes drogas lícitas e ilícitas aos seus usuários e a terceiros e concluiu que, num âmbito geral, o álcool é a droga que mais danos causa.

Segundo a pesquisa, a droga mais danosa aos seus usuários é a heroína, seguida do crack e da metanfetamina. Mas o álcool é a que mais causa males a terceiros, seguido do crack e da heroína. No ranking geral dos danos, o álcool encabeça a lista, seguido da heroína e do crack.

Nutt é chefe do Departamento de Neuropsicofarmacologia do Imperial College of London, no Reino Unido, e também comanda o Comitê Científico Independente sobre Drogas (Independent Scientific Committee on Drugs) e a Faculdade Europeia de Neuropsicofarmacologia (European College of Neuropsychopharmacology).

Sua autoridade científica, entretanto, não foi suficiente para lhe garantir o cargo de conselheiro do governo inglês sobre drogas. Há exatamente um ano, ele foi afastado do cargo por defender a manutenção da maconha na classe C de periculosidade (baixo risco) e pedir que o ecstasy fosse tirado da classe A (alto risco). Ele declarou, na época, que as pressões políticas teriam se sobreposto às evidências científicas.

O estudo publicado no The Lancet é uma atualização de uma pesquisa similar feita em 2007. Para Nutt, a avaliação apropriada dos males causados pelo abuso de drogas permite embasar políticas mais adequadas de saúde, policiamento e assistência social. Ele defende que para se ranquear os malefícios das drogas, é preciso utilizar um modelo com critérios múltiplos de análise.

Nutt e seus colegas do Comitê sobre Drogas, incluindo dois especialistas convidados, decidiram analisar 20 tipos de drogas a partir de 16 critérios – nove relacionados aos danos que as drogas produzem nos próprios usuários e sete sobre danos a outras pessoas. Os critérios receberam pesos de acordo com a sua importância e os danos das drogas foram pontuados de zero (nenhum) a 100 (valor máximo).

DavidNutt.jpg

Os males nos próprios indivíduos foram subdivididos em três tipos – físicos, psicológicos e sociais. Os físicos incluem mortalidade específica, mortalidade relacionada, dano específico e dano relacionado. Os danos psicológicos são dependência, incapacidade mental específica e incapacidade mental relacionada. E os sociais são perda de noção de realidade e perda de relacionamentos.

Os problemas causados em outras pessoas incluem ferimentos físicos e psíquicos e uma série de questões sociais: crime, destruição do ambiente, problemas familiares, internacionais, de custos econômicos e comunitários.

No ranking geral, feito a partir das médias ponderadas dos critérios, o álcool despontou com 72 pontos. Em seguida ficaram heroína, com 55; crack (54); metanfetamina (33); cocaína (27); tabaco (26); anfetamina (23); e finalmente, em oitavo lugar, a maconha, com 20 pontos em 100. Em último lugar ficaram os cogumelos alucinógenos, com seis pontos, por interferir na capacidade mental. Idem para o LSD, que, com sete pontos, ficou em 18o lugar. O ecstasy – estopim da crise que levou à demissão de Nutt – ficou em 17o, com nove pontos. Ao contrário dos alucinógenos que o seguem no ranking, o ecstasy acumula diversos danos possíveis, mas em volumes pequenos (gráfico abaixo).

danos_das_drogas_especificos.jpg

Para os usuários, as drogas mais perigosas são heroína, crack e metanfetamina, com scores parciais de 34, 37 e 32, respectivamente. Já para as outras pessoas, são mais graves o álcool, com 46 pontos, a heroína, com 21, e o crack, com 17 (gráfico abaixo).

danos_das_drogas.jpg

“Os resultados mostram que a metodologia de dar pesos aos danos aumenta a diferenciação entre as drogas mais e menos perigosas. Entretanto, as conclusões pouco se relacionam com a atual classificação das drogas em vigor no Reino Unido, que não é feita unicamente com base em considerações sobre danos causados”, afirmam os autores.

Pesquisa relevante para repensar política de drogas

Para o professor de História Moderna da USP Henrique Carneiro (foto), o estudo de Nutt comprova algo já sabido: a irracionalidade do proibicionismo das drogas sob o critério dos seus perigos e danos potenciais comparados. Este é mais um estudo que se soma a uma imensa literatura que desmonta os pretensos fundamentos do proibicionismo do ponto de vista da medicina e demonstra a necessidade de uma revisão profunda na política global sobre drogas, retirando-as da esfera da ilicitude", defende.

henrique_carneiro_peq.jpg

De acordo com Carneiro, que é membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip), o que ocorre é justamente a liberação das mais tóxicas e perigosas e a perseguição às menos daninhas, o que mostra não haver fundamento baseado na saúde pública para tal discriminação.

Carneiro dá como exemplo o ecstasy, cujos efeitos tendem a não potencializar violência e agressividade em festas, ao contrário do álcool, o que deveria levá-lo a ser uma alternativa de lazer mais segura do que o uso das bebidas.

Também membro do Neip, o antropólogo Mauricio Fiore (foto) considera a pesquisa muito relevante para se pensar nas políticas públicas sobre drogas. Para ele, um dos maiores problemas do debate político atual é a sobrevalorização dos reais danos das substâncias ilícitas e da subestimação dos problemas associados às drogas lícitas, principalmente o álcool. “Os pesquisadores listaram um útil conjunto de danos que com certeza se disseminará e, além disso, foram muito claros a respeito da metodologia e de alguns de seus limites”, afirma.

mauricio_fiore.jpg

Segundo Fiore, que é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), um dos limites é o fato de os critérios só se basearem nos problemas reais e não nos potenciais e também não levarem em conta aspectos positivos que o consumo dessas substâncias possam ter.

O antropólogo elogia a metodologia do estudo de pesar simultaneamente e de maneira controlada os danos potenciais das substâncias, mas ressalva que a pontuação de cada substância foi atribuída pelos próprios especialistas e não a partir de dados primários. “É uma opção que trouxe ganhos e tornou a análise viável, mas também mais subjetiva. O intuito foi minimizar as distorções, ainda eu ache que elas permaneçam”, afirma Fiore, que é doutorando na Universidade Federal de Campinas (Unicamp).

Autor de “Uso de ‘drogas’: controvérsias médicas e debate público” (Mercado de Letras/Fapesp, 2006), ele considera a escolha dos danos e dos critérios completa. No entanto, observa que os especialistas atribuíram os pesos considerando a abrangência atual do consumo. “Por exemplo, o álcool vence de longe porque seus danos são muito prevalentes. Mas, se tomarmos a condição de acidentes de carro, não há como dizer que dirigir sob efeitos de LSD seja potencialmente menos danoso que alcoolizado. É claro que, num contexto no qual o LSD fosse legalizado, talvez houvesse, por uma série de motivos, menor chance de alguém dirigir sob seu efeito, mas isso está no terreno da suposição”, explica.

Íntegra da pesquisa (em inglês)

Fonte: Comunidade Segura

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  • Usuário Growroom

Sei nao esse ranking...

Alcool faz mal pra caralho...mas eh dificil mensurar oq eh pior...

Sei la esse ranking do Dr.Nutts...talvez tenha relacao na Inglaterra mas ta muuuuuito distante da realidade brasileira...

Qual eh o dano social da heroina no Brasil? Algo muito proximo de zero...matanfetamina por aqui nao tem...pra mim por aqui, po e crack causam no minimo um dano social do mesmo porte do alcool...

Alias alguem ai conhece alguem que chera mas num bebe? Vcs acham que algum pedreiro vai dispensar qq tpo de droga que oferecam?

Acho esquisito como eses estudos desconsideram que o usuario costuma associar substancias....junkera de verdade eh aqule camarada que manda pra dentro qq coisa que aparece...

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Sei nao esse ranking...

Alcool faz mal pra caralho...mas eh dificil mensurar oq eh pior...

Sei la esse ranking do Dr.Nutts...talvez tenha relacao na Inglaterra mas ta muuuuuito distante da realidade brasileira...

Qual eh o dano social da heroina no Brasil? Algo muito proximo de zero...matanfetamina por aqui nao tem...pra mim por aqui, po e crack causam no minimo um dano social do mesmo porte do alcool...

Alias alguem ai conhece alguem que chera mas num bebe? Vcs acham que algum pedreiro vai dispensar qq tpo de droga que oferecam?

Acho esquisito como eses estudos desconsideram que o usuario costuma associar substancias....junkera de verdade eh aqule camarada que manda pra dentro qq coisa que aparece...

Incluindo Anti-Respingo de Solda, Thinner, Acetona, Cha de Trombeta, Chá de Copo de Leite, Desodorante Roll-on, Chá de Fita de Chumbo, Queijos podres e Discos do Amado Batista!

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  • Usuário Growroom

Alias alguem ai conhece alguem que chera mas num bebe? Vcs acham que algum pedreiro vai dispensar qq tpo de droga que oferecam?

Acho esquisito como eses estudos desconsideram que o usuario costuma associar substancias....junkera de verdade eh aqule camarada que manda pra dentro qq coisa que aparece...

tenso cara, impossível crack ser menos perigoso que álcool

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