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Fumar Maconha Acelera Início Da Esquizofrenia


cuba_libre

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  • Usuário Growroom

11/02 - Caderno Saude - Folha de SP

Fumar maconha acelera início da esquizofrenia

Segundo estudo, usuários têm sintomas três anos antes do que os não usuários

Quem tem predisposição à doença é mais suscetível aos efeitos da droga, conforme hipótese

GUILHERME GENESTRETI

DE SÃO PAULO

Fumar maconha pode adiantar em quase três anos o aparecimento de esquizofrenia e de outros quadros psicóticos.

A conclusão é de uma revisão de 83 estudos científicos já publicados sobre a relação entre o consumo dessa erva e o transtorno.

Os resultados, divulgados no periódico médico "Archives of General Psychiatry", dão mais munição a pesquisadores que se opõem à liberação da substância ilícita.

Os pesquisadores das universidades de New South Wales, Austrália, e Emory, EUA, avaliaram dados de 22 mil portadores de distúrbios psicóticos -sendo 8.167 deles usuários da droga.

A doença aparecia em média 2,7 anos antes entre quem consumia a erva do que nos membros do grupo-controle.

"Acredito que essa relação seja de causa e consequência, e a maconha tem um papel importante [no aparecimento precoce do transtorno] em certas pessoas", disse à Folha o psiquiatra australiano Matthew Large, um dos autores do estudo.

Uma hipótese é que pessoas com predisposição genética para esquizofrenia são mais suscetíveis à influência da maconha.

Nelas, os quadros psicóticos poderiam ser desencadeados pela alteração na concentração de neurotransmissores como dopamina e serotonina, causada pela droga, o que desregularia o funcionamento cerebral.

"Pessoas com histórico familiar de esquizofrenia devem ser instruídas a jamais usar essa droga. Não dá pra arriscar", diz Hélio Elkis, coordenador do Projeto Esquizofrenia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Segundo o psiquiatra, quanto mais cedo aparece a doença, pior o prognóstico. "Se surge na adolescência, o cérebro não teve tempo de se desenvolver completamente." Isso piora o deficit cognitivo, próprio do transtorno.

ANSIOLÍTICO

Mas para Marcelo Niel, psiquiatra do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, deve-se ter cuidado ao fazer a relação direta entre esquizofrenia e uso da cânabis.

"Em pacientes com vulnerabilidade, isso pode acontecer, mas há fatores que devem ser considerados."

Niel afirma que, como a esquizofrenia geralmente começa quando os indivíduos são adolescentes ou adultos jovens, pode ser que o consumo da substância esteja mais relacionado a um hábito do grupo social naquela idade do que a uma causalidade.

"E muitos pacientes esquizofrênicos começam a fumar maconha para aliviar os sintomas do estágio inicial da doença, como ansiedade e depressão", diz.

Matthew Large, o autor do estudo, sugere: "Jovens deveriam evitar o uso de maconha ou, mais precisamente, deveriam se conscientizar sobre os seus riscos. Como informá-los disso já é outra história", completa.

ANÁLISE

"Guerra" de estudos ganhou munição na última década

RICARDO MIOTO

DE SÃO PAULO

Quando um estudo sobre os efeitos da maconha é publicado, só há uma certeza: suas conclusões levarão pancada até que sirvam como argumento a favor ou contra a legalização da substância.

O estudo que aponta relação entre maconha e surgimento precoce de esquizofrenia, é só mais um que vai se unir aos últimos trabalhos publicados e adotados pelos que querem atacar a cânabis.

A lista é longa: maconha eleva o risco de o sujeito desenvolver desde a óbvia perda de memória até depressão e deficiência cardiovascular.

Após levar esses estudos científicos na cabeça, os defensores da maconha reagem com a sua infantaria: pesquisas que mostram os efeitos benéficos da erva contra dor crônica, ansiedade, náusea e perda de peso, entre outras.

Não é raro que as mesmas equipes de cientistas publiquem um "paper" com gosto de "legalize já" em um dia e outro com jeito de "erva do demônio" pouco depois.

Demonstração de que os grupos favoráveis e contrários à legalização têm dificuldade para perceber isso aconteceu nesta própria Folha, no ano passado.

Dois grupos de pesquisadores com posições muito opostas sobre a legalização da erva trocaram artigos se acusando. A questão é que ambos defendiam os seus pontos de vista citando exatamente a mesma referência científica: as conclusões do pesquisador Robin Room, da Universidade de Melbourne, publicadas em 2008.

Ele revisou centenas de estudos sobre a erva, a maioria divulgada após 2000. Como a década que passou trouxe muitos trabalhos sobre o tema, a guerra de artigos científicos ganhou combustível.

É provável que os estudos sigam sendo mal usados no debate sobre maconha, que não deveria se limitar ao diálogo de quem grita "tenho um paper" e de quem responde "mas tenho outro!".

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  • Usuário Growroom

"guerra de estudos"... que bobagem, né...

digo, é claro que cientistas podem escrever artigos e brincar de disputar verdades... mas o que pega mesmo pra quem pensa em favor de algum tipo de legalização, é que, se fumar maconha pode acelerar um início de quadros e sintomas de esquizofrenia, isso nada mais é do que mais um motivo para que a produção, circulação e consumo da planta seja regulamentado, com informações de qualidade, e mais, dirigidas a este público.

pra mim o argumento diante de qualquer pesquisa que aponte questões de saúde pública associadas ao consumo de canábis, é esse: quanta gente por aí pode ter pré-disposição a ___________ (insira aqui nome do sintoma) e tão fumando maconha sem saber como reduzir seus danos? bora regulamentar, tirar estes usos da clandestinidade..

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A verdade mesmo é que uma indica com alto teor de CBD é muito superior a qualquer ansiolítico e anti-psicótico sem a toxicidade letal e os efeitos desagradáveis e úlceras, etc.

É óbvio o desinteresse da indústria e das grandes corporações em proibir a erva, é o remédio com a maior gama de utilidades, pode ser usada por insônes, esquizofrênicos, portadores de glaucoma, soro positivo, câncer e até autistas, tudo isso de graça, tudo isso cultivado por seu próprio usuário, que poderia controlar a qualidade, genética e princípio ativo para seu problema específico, vamos regulamentar logo! Essa notícia somente soa como mais um alerta pela legalização! Chega de criança fumando maconha escondido! Indo pra favela atrás de maconha e oferecerem crack.

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  • Usuário Growroom

do q os proibicionistas falam isso pra mim eh unica coisa q me assusta d verdade,(pq tenho gente na familia com a doença) tenho 2 amigos q jah tiveram surto psicotico fumando. mas tb tem aquela estoria do CBD q eh antipsicotico q eles deviam ter falado ai no jornal.

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  • Usuário Growroom

É bom que os estudos estejam acontecendo, a merda é que não chegam a conclusão nenhuma.

Estudos sérios nunca vão acontecer enquanto não houver a regulamentação. Os únicos que tem cacife pra estudos são os proibicionistas. Enquanto o governo não der aval E estrutura decente para estudos isentos, de qualidade, isso é o mais longe que as conclusões vão chegar.

Ainda bem que temos pesquisas verdadeiras lá fora. É uma pena que não sejam divulgadas aqui. Obrigado, quarto poder.

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  • Usuário Growroom

"Acredito que essa relação seja de causa e consequência"

Totalmente anti-científica uma afirmação dessas!

Existe um princípio básico para qualquer estudo: "Correlação não implica causalidade"!

Ou seja, ainda que fosse verdade que a maconha tivesse alguma relação com o aparecimento da esquizofrenia isso não implica que a maconha é o motivo deste aparecimento!

Poderia simplesmente ser um fator ambiental dentro do grupo de estudo aonde, por exemplo, as pessoas que desenvolvem a esquizofrenia mais cedo acabam se envolvendo com a maconha por causa do tipo de ambiente em que elas passam a conviver ou como uma forma de aliviar os problemas da esquizofrenia no seu estágio inicial (isso só pra imaginar 1 de tantas possibilidades).

Ao cientista sério não cabe "achar" muito menos "acreditar", mas sim INVESTIGAR!

Fora que este estudo na verdade é só uma revisão de artigos... ou seja, o cara não entrevistou ninguém! Apenas selecionou um pedaço da literatura existente e escreveu sobre elas.

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  • Usuário Growroom

O título dessa reportagem é completamente tendencioso. Não foi achado indício nenhum que implica causa/consequência, como o amigo acima afirmou o autor do estudo 'acredita' que haja (nada tendencioso), mas na própria reportagem posteriormente é citado a opinião de outro pesquisador que fala que não há indícios suficientes para se afirmar isso.

No entanto o que o autor da matéria escolhe colocar como título?? Uma afirmação "Fumar maconha acelera o início da esquizofrenia". É a mídia contribuindo mais uma vez para desinformação do público.

Jornalista serve pra que mesmo?! Ah claro, criar polêmica pra vender jornal.

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