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Saúde E Puritanismo


raxacoco

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DENIS LERRER ROSENFIELD - Saúde e puritanismo

Há uma nítida confusão no Brasil entre campanhas de esclarecimento da opinião pública no que diz respeito a certos produtos que podem afetar a saúde das pessoas e campanhas de imposição de comportamentos determinados, que seriam conduzidos pelo poder público, em suas distintas esferas. Se, por um lado, o cidadão deve ser informado sobre produtos que eventualmente possam afetar o seu comportamento, por outro, cabe a ele decidir se mudará ou não o seu comportamento.

O problema surge quando o poder público se arvora a saber o que é a saúde e, de posse dessa noção, passa a impor formas de conduta que contrariam o livre-arbítrio das pessoas. Considera que representa a virtude em sua cruzada contra o vício, procurando combatê-lo de todas as formas. Mesmo na cobertura jornalística já aparece a palavra blitz para caracterizar a fiscalização de bares e restaurantes em campanhas contra o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes. O termo é de linguagem militar, ganhando na transposição para o controle do comportamento um sentido claramente repressivo e policial.

A situação não deixa, aliás, de ser paradoxal, porque, ao mesmo tempo, há campanhas em curso contra a "criminalização" do uso da maconha, anteportas evidentes para sua liberalização, enquanto há processos, que se desenvolvem simultaneamente, de punição e de controle abusivo de outros produtos. Comida gordurosa não pode, agora, a maconha está liberada!

Observe-se a posição de entidades como a Anvisa, que se coloca como representante de um novo, porém velho, puritanismo, procurando cercear a livre-iniciativa, controlar a publicidade de vários produtos e, acima de tudo, impor códigos de comportamento. Isso se faz sob o signo do politicamente correto, embora não reduza seus malefícios, apesar de mascarar seus perigos.

É extremamente preocupante quando um órgão estatal passa a legislar por conta própria via atos administrativos dos mais diferentes tipos, em particular resoluções, ocupando posições do Poder Legislativo e exorbitando sobre artigos da Constituição. A Advocacia-Geral da União, recentemente, mediante parecer, impôs um limite a esse tipo de excesso, restringindo a função dessa agência na concessão de patentes de remédios. Há também quedas de braço entre essa agência e empresas produtoras de alimentos e bebidas com índices elevados de açúcar, gordura e sódio. A disputa continua com agências de publicidade, como se estas tivessem o condão de determinar o comportamento das pessoas, como se o ser humano não fosse dotado da capacidade de discernimento. Os cidadãos são tomados por idiotas. Parece que só a Anvisa detém o poder de saber o que é benéfico ou maléfico para as pessoas.

Consulta pública está também aberta para proibir a produção de determinado tipo de tabaco no País. A indústria paraguaia está cada vez mais alvoroçada com as vantagens que está usufruindo. Ainda há alguns dias um grande carregamento de cigarros foi aprendido em Osasco (SP), resultado de um mercado negro em franca expansão. Em nome do combate ao vício, há o desenvolvimento do mercado negro. Processo semelhante ocorreu durante a Lei Seca nos EUA, quando a proibição de consumo e produção de bebidas alcoólicas resultou no aumento do crime, da corrupção e da transgressão. Não se pode tampouco menosprezar, do ponto de vista do comportamento, o charme do proibido.

A humanidade sempre conviveu com o álcool, o fumo e a droga. Os relatos de viagens pelo Brasil nos primeiros séculos após o descobrimento sempre atestaram seu uso pelos indígenas. O mesmo ocorria na Grécia e em Roma, sem que daí se originasse uma cruzada pela virtude. As pessoas têm todo o direito de usufruir o que consideram ser melhor para si. O limite do poder público deveria residir no livre-arbítrio da pessoa. Os consumidores têm todo o direito de comprar ou não determinado produto, não cabendo ao Estado, sobretudo por resoluções, estabelecer tal ordem de restrições que termine por tornar inviáveis determinadas atividades. E pior ainda, fazendo-o em nome de uma noção puritana da saúde que atenta contra os direitos individuais.

O ser humano, por natureza, é um ser transgressor. O relato bíblico expõe tal característica humana na parábola da maçã que a cobra oferece a Adão e Eva. O fruto proibido atiça de tal forma que produz mesmo a transgressão de um mandamento divino, mais forte no nível da consciência do que um mandamento estatal. Isso significa que o Estado e a sociedade devem reconhecer que certos níveis de transgressão fazem parte do próprio comportamento humano. Não podem ser banidos. A tolerância é uma das maiores conquistas da civilização, ensinando as virtudes da convivência com a diferença. Se a intolerância se torna política de Estado, não é apenas a Constituição que é violada, mas também o que é mais caro aos direitos individuais, a própria liberdade de escolha.

Há uma célebre fábula, A Fábula das Abelhas, escrita por Bernard de Mandeville, no século 18, que já ensinava como "reformadores" sociais, "religiosos", partiram para uma cruzada contra os comportamentos libertinos, contra o vício, em nome de uma sociedade puritana, encarnação mesma do que consideravam como a virtude. Conseguiram, então, tomando o controle do poder do Estado, cercear progressivamente a liberdade de escolha, impondo normas que deveriam ser simplesmente obedecidas. Tudo se fazia, evidentemente, em nome de um bem maior, o bem encarnado por eles. O resultado foi que, com a progressiva extinção de determinados produtos, crescentes em número, pois o arbítrio virtuoso desconhece limites, a sociedade começou a empobrecer. Setores da economia foram proibidos, a arrecadação de impostos diminuiu, o desemprego aumentou, o ímpeto de progredir foi sendo extinto e a inovação, controlada. O Estado terminou por se arruinar, dando lugar à tirania dos virtuosos.

PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS.

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  • Usuário Growroom

é foda, e mais pra frente, no mesmo caderno, sai uma noticia que 2 maconheiros rodaram no flagra na praia e os vermes deram tiro pro chao pra dispersar a multidão revoltada diante de tal injustiça

e logo em seguida uma noticia do bloco de rua "ViraLata" com propaganda da skol e os caraio, onde 20 mil pessoas participaram

HIPOCRISIA!!!!

LEGALIZE GANJÁÁÁ!

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  • Usuário Growroom

Vendo a "Ariadna" do BBB11 no Faustão, ontem, percebi o que já é evidente: A total falência do estado a tentar decidir pela imposição o que é melhor pra nós. Imaginem só: um pequeno grupo que não chega a 1 milhão de brasileiros resolve que querem deixar de ser "João" para se tornarem "Maria". O estado (nossos impostos), através do SUS paga a operação, o acompanhamento pscicológico, tudo tudo...

E milhões de brasileiros que não querem se expor em reinvidicações (eu inclusive) não conseguem juntar 1milhão de assinaturas, não se dispõe a batalhar pelo seus direitos de consumir/plantar cannabis para uso pessoal.

Como disse o Godoy no vídeo que postaram na pag. inicial "ativismozinho quais quais quais"...

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  • Usuário Growroom
Vendo a "Ariadna" do BBB11 no Faustão, ontem, percebi o que já é evidente: A total falência do estado a tentar decidir pela imposição o que é melhor pra nós. Imaginem só: um pequeno grupo que não chega a 1 milhão de brasileiros resolve que querem deixar de ser "João" para se tornarem "Maria". O estado (nossos impostos), através do SUS paga a operação, o acompanhamento pscicológico, tudo tudo...

E milhões de brasileiros que não querem se expor em reinvidicações (eu inclusive) não conseguem juntar 1milhão de assinaturas, não se dispõe a batalhar pelo seus direitos de consumir/plantar cannabis para uso pessoal.

Como disse o Godoy no vídeo que postaram na pag. inicial "ativismozinho quais quais quais"...

Cara, eu até concordo com a sua idéia principal, mas os argumentos que vc usou acho que não tem muito a ver.

Uma coisa é o BBB: entretenimento simples para as massas do Brasil que trabalham duro o dia inteiro. Pessoas que não tiveram condições de estudar e que quando chegam em casa só querem ligar a TV para relaxar assistindo algo simples que não exija esforço mental (a mesma coisa que eu faço, só que ao invés de ligar a TV eu fumo um)

Outra coisa é a mudança de sexo: É claro que esse lance de 'resolve que querem deixar de ser "João" para se tornarem "Maria"' não é bem assim. Ninguém escolhe por quem vai se sentir atraído sexualmente e as cirurgias são feitas para Transexuais. A transexualidade é um estado psicológico e emocional bem complicado ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Transexuais )... não é uma simples questão de escolha. Eu acho ótimo que o SUS dê apoio psicológico e cirurgico para melhorar a vida dessas pessoas.

O lance da reinvindicação eu concordo... é foda! =/

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  • Usuário Growroom

A situação não deixa, aliás, de ser paradoxal, porque, ao mesmo tempo, há campanhas em curso contra a "criminalização" do uso da maconha, anteportas evidentes para sua liberalização, enquanto há processos, que se desenvolvem simultaneamente, de punição e de controle abusivo de outros produtos. Comida gordurosa não pode, agora, a maconha está liberada!

Argumentação completamente errada. A maconha não está liberada, e nada indica que será no curto prazo. Comida gordurosa é uma opção do indivíduo. Claro que compete ao poder público informar a população sobre boa alimentação, e os possíveis malefícios de uma alimentação desequilibrada. As campanhas contra a criminalização da maconha não são conduzidas pelo poder público.

Se há paradoxo, ele está na proibição da maconha, e não, como o autor argumenta, na repressão aos demais produtos. O cerne do artigo tinha que ser a liberação da maconha, e não a reclamação sobre perseguição ao tabaco. Afinal, tabaco efetivamente faz muito mais mal do que cannabis. Centenas de milhares de brasileiros morrem, todos os anos, em decorrência do uso do tabaco. Isso causa prejuízo ao SUS. E somos nós que pagamos. Eu prefiro que o dinheiro de meus impostos seja usado em prevenção ao uso de tabaco do que no sistema de saúde, para atenuar os males do tabaco.

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  • Usuário Growroom

Não é pq sou tabagista que vou defender o tabaco mas como grande parte do preço do cigarro (que já teve um aumento em 2011, Philip Morris já aumentou, Souza Cruz AINDA não) é imposto eu acredito que tabagistas assim como eu deveriam sim contar com apoio contra os males causados pelo consumo.

O fato principal é para onde esse imposto vai parar e que quanto maior for o preço o contrabando vai crescer mais.

Eu fumo, pago os impostos cobrados pelo governo e não utilizo o SUS, pagaria imposto sobre o valor da maconha se fosse o caso, assim como pago os demais impostos e não utilizo o sistema de saúde publica, nem a educação publica...e pra andar em rodovia boa ainda pago pedágio...

Acredito que o texto defende muito bem os direitos individuais mas o fato é que assim como alguém que mata uma pessoa vai pagar por isso, pelas vias da justiça (que nem sempre é justa), quem come muitos alimentos gordurosos, quem faz o uso do tabaco, quem toma refrigerante com muito açucar vai pagar com problemas de saúde.

Sem proibição não haveria essas "blitz", a "Guerra" do RJ e os gastos seriam muito menores por parte do governo; Com impostos cobrados sobre a produção e comércio de substâncias hoje ilícitas o governo poderia investir muito mais em saúde e com programas de CONSCIENTIZAÇÃO para a população sobre os males do tabaco, do alcool, da gordura, do açucar e da MACONHA que também tem seus malefícios.

Mas isso só funcionaria com impostos mais baixos pois com preços autos o contrabando e o mercado "negro" continua...

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  • Usuário Growroom

Então cara... sei que não resolve...pq imposto d+ atrapalha... isso que eu queria dizer, com mais imposto mais produto ilegal, cigarro paraguaio no caso...

Imposto justo ajuda, imposto d+ ferra tudo...

Pago imposto e não uso "tudo" que o estado me banca... imposto garante a educação... ruim... imposto garante a saúde... péssima...

Pra resolver teria que mudar tudo... quem sabe em marte agente resolva isso... rs

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  • Usuário Growroom

Sobre a questão do transsexualismo e homosexualidade pra mim a melhor explicação foi dada pela comediante americana Wanda Sykes (lésbica), no seu show de standup que passou outro dia na HBO ela dizia que ser homosexual não é opção ai ela entra na piada traduzida livremente de memória:

" Eu tenho certeza que todo homem heterosexual da aqui já acordou um dia e falou : Ahh que vontade de chupar uma pica.... Ahh que saber deixa pra lá ." Assim seria se homosexualida, ou transexualidade fosse opção.

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  • Usuário Growroom

Não é pq sou tabagista que vou defender o tabaco mas como grande parte do preço do cigarro (que já teve um aumento em 2011, Philip Morris já aumentou, Souza Cruz AINDA não) é imposto eu acredito que tabagistas assim como eu deveriam sim contar com apoio contra os males causados pelo consumo.

O fato principal é para onde esse imposto vai parar e que quanto maior for o preço o contrabando vai crescer mais.

Parte do imposto é utilizada para custear o SUS. Um trabalho que fez uma estimativa baixa, de 2005 (http://sciencetolife.com.br/news.php?article=custos-cigarro-sus&id=5645), estimou em mais de 300 milhões de reais os custos anuais arcados pelo SUS, com doenças diretamente causadas pelo tabagismo.

Sim, você não usa o SUS, mas é razoável que o consumo do seu cigarro (mesmo de quem não usa o SUS) contenha impostos que custeiam os malefícios do cigarro para a sociedade. O que não é razoável é que os meus impostos, os impostos de quem não fuma, custeiem o SUS de doenças causadas pelo tabagismo.

Isso não vai acontecer, bate na madeira 3 vezes, mas se um dia você tiver na merda, sem plano de saúde, e tiver doenças causadas pelo tabagismo, você vai ter o privilégio de morrer nas filas do SUS. Pense nesse seu imposto como um investimento para melhorar o sistema de saúde brasileiro no futuro. :)

Tem muitas evidências de que o aumento de impostos sobre cigarro diminui o consumo, dificulta o acesso de menores ao cigarro etc. http://tobaccofreecenter.org/files/pdfs/pt/TAX_facts_pt.pdf

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  • Usuário Growroom

Parte do imposto é utilizada para custear o SUS. Um trabalho que fez uma estimativa baixa, de 2005 (http://sciencetolife.com.br/news.php?article=custos-cigarro-sus&id=5645), estimou em mais de 300 milhões de reais os custos anuais arcados pelo SUS, com doenças diretamente causadas pelo tabagismo.

Sim, você não usa o SUS, mas é razoável que o consumo do seu cigarro (mesmo de quem não usa o SUS) contenha impostos que custeiam os malefícios do cigarro para a sociedade. O que não é razoável é que os meus impostos, os impostos de quem não fuma, custeiem o SUS de doenças causadas pelo tabagismo.

Isso não vai acontecer, bate na madeira 3 vezes, mas se um dia você tiver na merda, sem plano de saúde, e tiver doenças causadas pelo tabagismo, você vai ter o privilégio de morrer nas filas do SUS. Pense nesse seu imposto como um investimento para melhorar o sistema de saúde brasileiro no futuro. :)

Tem muitas evidências de que o aumento de impostos sobre cigarro diminui o consumo, dificulta o acesso de menores ao cigarro etc. http://tobaccofreecenter.org/files/pdfs/pt/TAX_facts_pt.pdf

O Brasil arrecadou mais de 1 trilhao de reais em impostos no ano de 2010. Sera que precisamos de mais taxacao com a desculpa de melhorar o SUS? ~Pq precisamos pagar um plano de saude privado, se nos pagamos impostos altissimos pela nosso sistema publico?

E e claro que com o aumento do preco do cigarro o consumo cai, principalmente se voce levar em conta que o salario do fumante (e do nao fumante tb) nao aumenta proporcionalmente com a inflacao.

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  • Usuário Growroom

Pode cair o consumo... mas provavelmente não é pelo aumento do preço... antigamente pedreiro fumava Derby, hoje fuma Eight, Ten, Oscar.... cigarros paraguaios que entram no país sem pagar imposto...

Como o Canadense falou... 12 dólares o maço e o povo continua fumando... no BraZil Marlboro por 5 reais e quem não tem grana compra Eight por 2... SEM PAGAR IMPOSTO...

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