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  • Usuário Growroom

Avôhai - Zé Ramalho

Um velho cruza a soleira

De botas longas, de barbas longas, de ouro o brilho do seu colar

Na laje fria onde coarava sua camisa e seu alforje de caçador

Oh meu velho e invisível Avôhai

Oh meu velho e indivisível Avôhai

Neblina turva e brilhante em meu cérebro, coágulos de sol

Amanita matutina e que transparente cortina ao meu redor

Se eu disser que é meio sabido você diz que é meio pior

É pior do que planeta quando perde o girassol

É o terço de brilhante nos dedos de minha avó

E nunca mais eu tive medo da porteira

Nem também da companheira que nunca dormia só

Avôhai

O brejo cruza a poeira

De fato existe um tom mais leve na palidez desse pessoal

Pares de olhos tão profundos que amargam as pessoas que fitar

Mas que bebem sua vida sua alma na altura que mandar

São os olhos, são as asas, cabelos de Avôhai

Na pedra de turmalina e no terreiro da usina eu me criei

Voava de madrugada e na cratera condenada eu me calei

Se eu calei foi de tristeza, você cala por calar

E calado vai ficando só fala quando eu mandar

Rebuscando a consciência com medo de viajar

Até o meio da cabeça do cometa

Girando a carrapeta no jogo de improvisar

Entrecortando eu sigo dentro a linha reta

Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar

Avôhai, Avôhai, Avôhai

Seguida por Beira-Mar...

Eu entendo a noite como um oceano

Que banha de sombras o mundo de sol

Aurora que luta por um arrebol

De cores vibrantes e ar soberano

Um olho que mira nunca o engano

Durante o instante que vou contemplar

Além, muito além, onde quero chegar

Caindo a noite me lanço no mundo

Além do limite do vale profundo

Que sempre começa na beira do mar

É na beira do mar

Por dentro das águas há quadros e sonhos

E coisas que sonham o mundo dos vivos

Peixes milagrosos, insetos nocivos

Paisagens abertas, desertos medonhos

Léguas cansativas, caminhos tristonhos

Que fazem o homem se desenganar

Há peixes que lutam para se salvar

Daqueles que caçam em mar revoltoso

Outros que devoram com gênio assombroso

As vidas que caem na beira do mar

É na beira do mar

Até que a morte eu sinta chegando

Prossigo cantando, beijando o espaço

Além do cabelo que desembaraço

Invoco as águas a vir inundando

Pessoas e coisas que vão arrastando

Do meu pensamento já podem lavar

No peixe de asas eu quero voar

Sair do oceano de tez poluída

Cantar um galope fechando a ferida

Que só cicatriza na beira-do-mar

É na beira do mar

Na beira do mar

Nimguém me tira da cabeça que "Avôhai" foi escrita após uma viajem com enteógenos, quem ja ouviu o CD "Paêbiru" sabe q o Zé Ramalho num é um cara normal...

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  • Usuário Growroom

Avôhai - Zé Ramalho

Nimguém me tira da cabeça que "Avôhai" foi escrita após uma viajem com enteógenos, quem ja ouviu o CD "Paêbiru" sabe q o Zé Ramalho num é um cara normal...

assinado e passada a régua. O Sr. Zé Ramalho é, sim, completamente louco. Ele, o Lula Cortês (procurem pelo disco Satwa) e os malucos do Paêbiru são todos completamente loucos.

O texto abaixo é de autoria do Waver, do fórum Plantas Enteógenas e da comunidade também :)

"Demorei um pouco mas aqui está minha contribuição.

Paêbiru, o caminho do sol. De Lula Cortes e Zé ramalho, o primeiro trabalho do Zé, com misturas de ritmos nordestinos, rock progressivo e psicodelia genuinamente brasileira. Gravado em 1975, não se encontra mais em lojas, apenas no mercado paralelo custando R$ 3.000,00 o vinil usado. Ele foi relançado na Alemanha este ano e caso alguem queira importá-lo, não sai por menos de R$ 300,00.

Cuidado! Se vai longe ouvindo este CD.

Resenha do disco:

Paêbirú

Lula Côrtes & Zé Ramalho

A primeira vez que o Brasil ouviu Zé Ramalho da Paraíba foi na voz de Vanusa, que gravou a canção Avohay em seu disco "Vanusa - 30 Anos", em 1977, pela Som Livre. Um ano após, já sem o 'Paraíba", Zé Ramalho ganhou as paradas nacionais com sua enigmática e encantadora mistura sonora. Antes disso, noi entanto, tão fantástica quanto suas letras, a história de Zé Ramalho registra a gravação de um disco que ficou perdido nos escaninhos do tempo.

Trata-se do raríssimo álbum duplo "Paêbirú", creditado a Lula Cortês e Zé Ramalho, gravado entre os meses de outubro e dezembro de 1974, na gravadora Rozemblit, em Recife (PE). Com eles, estão Paulo Rafael, Robertinho de Recife, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, entre outros. Na época, Lula Cortês tinha em seu currículo o álbum "Satwa" (1973), que trazia canções com título como "Alegro Piradíssimo", "Blues do Cachorro Louco" e "Valsa dos Cogumelos". Zé Ramalho, já tocando com Alceu Valença, tinha em sua bagagem a experiência de grupos de Jovem Guarda e beatlemania, como Os Quatro Loucos, o mais importante de todo o Nordeste.

Clássico do pós-tropicalismo, com (over)doses de psicodelia, o álbum trazia seus quatro lados dedicados aos elementos "água, terra, fogo e ar". Nesse clima, rolam canções como o medley "Trilha de Sumé/Culto à Terra/Bailado das Muscarias", com seus13 minutos de violas, flautas, baixão pesado, guitarras, rabecas, pianos, sopros, chocalhos e vocais "árabes", ou a curta e ultra-psicodélica "Raga dos Raios", com uma fuzz-guitar ensandecida. E, destaque do álbum, a obra-prima "Nas Paredes da Pedra Encantada, Os segredos Talhados Por Sumé" (regravada por Jorge Cabeleira, com participação de Zé Ramalho), com seu baixo sacado de Goin' Home dos Rolling Stones sustentando os mais pirados 7 minutos do que se pode chamar de psicodelia brasileira.

O disco por si só é uma lenda, mas ficou mais interessante ainda pelas situações que envolveram a sua gravação. A gravadora Rozenblit ficava na beira do rio Capiberibe, e o disco, depois de gravado, foi levado por uma das enchentes que assolavam a região. Conta a lenda que sobraram apenas umas trezentas cópias do disco, hoje nas mãos de poucos e felizardos colecionadores, muitas das quais no exterior, onde foram parar a preço de ouro. Contando com a co-produção do grupo multimídia Abrakadabra, o disco trazia um rico encarte, que também sucumbiu ao aguaceiro.

Hoje "top 10" das paradas de CDr no país e ítem valioso no mercado internacional de raridades psicodélicas, o álbum segue misteriosamente inédito no mundo digital. Com isso, a indústria dicográfica brasileira perde uma boa oportunidade de provar que se preocupa um pouco mais do que com o tilintar da caixa-registradora. "Paêbirú", que quer dizer "o caminho do sol" (para os incas), poderia ser o primeiro de uma série de raridades a ganhar a luz do dia, para ocupar uma fatia de mercado que, se pequena comercialmente, é fundamental para a preservação da cultura musical brasileira.

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  • Usuário Growroom

assinado e passada a régua. O Sr. Zé Ramalho é, sim, completamente louco. Ele, o Lula Cortês (procurem pelo disco Satwa) e os malucos do Paêbiru são todos completamente loucos.

O texto abaixo é de autoria do Waver, do fórum Plantas Enteógenas e da comunidade também :)

"Demorei um pouco mas aqui está minha contribuição.

Paêbiru, o caminho do sol. De Lula Cortes e Zé ramalho, o primeiro trabalho do Zé, com misturas de ritmos nordestinos, rock progressivo e psicodelia genuinamente brasileira. Gravado em 1975, não se encontra mais em lojas, apenas no mercado paralelo custando R$ 3.000,00 o vinil usado. Ele foi relançado na Alemanha este ano e caso alguem queira importá-lo, não sai por menos de R$ 300,00.

Cuidado! Se vai longe ouvindo este CD.

Eh, eu baixei do PE tbm, e baixei o Satwa pelo http://brnuggets.blogspot.com/

Rapaz, olha a foto do Lula...

http://www.lailson.com.br/banda/lula.jpg

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  • Usuário Growroom

To ouvindo o Satwa inteiro...

Quem numca ouviu "Satwa" e "Paêbiru" não sabe o que é som psíco...

"Blue do Cachorro Muito Louco" é música perfeita pra fumar e relaxar, curto ouvir ela nos momentos de pico das trips, ela e "Valsa dos Cogumelos"...

Entrem ae http://brnuggets.blogspot.com/ baixem o Satwa e o Paêbiru, vcs precisam conhecer esse som, a vida de vcs vai mudar depois de ouvir este cd!

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