Ir para conteúdo

“O Globo” Defende Descriminalização Das Drogas Em Editorial


DanKai

Recommended Posts

Neste 08 de março, o Jornal O Globo publicou um editorial lúcido e pertinente sobre a ineficácia da nossa atual política (?) de combate às drogas – belicista e reativa. O maior jornal do país defende uma nova abordagem à questão, grande geradora da violência perpetuada em nosso país. Sem radicalismo, O Globo é taxativo: “Trata-se de recomendação polêmica, mas sobretudo corajosa e necessária. A opção de militarizar e criminalizar indistintamente o combate ao tráfico, adotada pela maior parte dos países sob preceituação dos Estados Unidos, tem se mostrado ao mesmo tempo onerosa e ineficiente”.

Parabéns a O Globo pela postura vanguardista e crítica, de acordo com a independência esperada no jornalismo de qualidade. A íntegra do Editorial você lê a seguir:

TEMA EM DISCUSSÃO: A descriminalização das drogas

Em janeiro, a Comissão Global sobre Drogas, reunida em Genebra sob a coordenação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sugeriu que os países trabalhem pela legalização e regulamentação do uso da maconha. Para o organismo, onde têm assento personalidades políticas como a ex-presidente da Suíça Ruth Dreifuss, o ex-secretário do Tesouro americano George Schultz e o ex-secretário-geral da Otan Javier Solana, a adoção de tal diretriz pavimentaria o caminho para combater de forma mais eficiente o tráfico de drogas e suas consequências, entre as quais a violência decorrente da criminalidade é uma das mais trágicas manifestações.

Trata-se de recomendação polêmica, mas sobretudo corajosa e necessária. A opção de militarizar e criminalizar indistintamente o combate ao tráfico, adotada pela maior parte dos países sob preceituação dos Estados Unidos, tem se mostrado ao mesmo tempo onerosa e ineficiente. Os EUA, por exemplo, despendem anualmente cerca de US$40 bilhões numa guerra que está longe de ser vencida, por intrinsecamente impossível e por equívoco de orientação. Estima-se que aquele país já tenha enterrado meio trilhão de dólares nessa política, e no entanto as substâncias alucinógenas continuam abundantes, baratas e diversificadas em todo o mundo.

À parte os aspectos puramente criminais e sociais desse flagelo, que leva a tragédia do vício para dentro de um número incontável de famílias no mundo inteiro, e deixa a sociedade sob o terrível fantasma da violência decorrente do banditismo cevado pelo tráfico, as drogas ilegais movimentam algo em torno de US$320 bilhões por ano no planeta. É um dinheiro que passa ao largo dos canais financeiros institucionalizados e que, legalizado, poderia ser usado em programas de redução de danos e tratamento de dependentes.

A reunião da Comissão Global em Genebra avalizou uma alternativa, a descriminalização, às pouco eficazes ações contra a proliferação do uso de drogas no mundo. A opção por programas de redução de danos, pelo enfrentamento sem hipocrisia do problema das drogas e pela flexibilização legislativa como política de Estado contra os entorpecentes já tem sido adotada em alguns países – em Portugal, particularmente, com resultados notáveis. O país descriminalizou a posse individual de substâncias alucinógenas, passou a encaminhar para tratamento, e não para a cadeia, usuários flagrados com pequenas quantidades de drogas; investiu pesadamente em ações de recuperação de dependentes e minimização de danos e passou a reprimir o tráfico com medidas penais mais duras. Como decorrência, entre 1999 e 2008 quadruplicou-se a procura por tratamento contra o vício e registraram-se, desde o início do século, seguidas quedas nas taxas de consumo de todos os tipos de substâncias.

É uma tendência inescapável no Brasil, sem prejuízo de amplas discussões de todos os setores envolvidos com o problema. Não há dúvida de que a legislação do país tem procurado se adequar a essa nova maneira de enfrentar o flagelo das drogas. Passo importante neste sentido, por exemplo, foi a distinção que se passou a fazer entre traficante e usuário para efeito de ações legais. Outras medidas, como a adoção de penas alternativas para pequenos e eventuais traficantes, ainda não escolados no submundo da criminalidade, também podem se juntar a uma política mais eficaz de combate às drogas.

Fonte: Abordagem Policial - blog de segurança pública

Essa é para quem odeia os policiais, mal sabendo que muitos deles estão do nosso lado da guerra às drogas, defendendo a mesma mudança que nós defendemos. Viva a razão!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI4980700-EI188,00-Parlamento+uruguaio+debatera+projeto+sobre+cultivo+e+consumo+de+maconha.html

No Uruguai a galera tá se coçando tbm. Bem que podia rolar uma legalização antes de acabar o mundo em 2012. HAHAHA

Bem que podia rolar uma manifestação sulamericana... aproveita os avanços da Argentina e junta todo o resto do Mercosul pra fazer barulho. Sobre a quantidade que se fala em permitir no Uruguai (8 pés), sempre gera discussão, mas que liberassem 1, já seria legal cultivar Cannabis. E outra, qual a punição para quem plantar mais do que um? Vão prender também? Hj tem gente plantando um monte sendo proibido sequer manifestações a respeito do tema (Graças a Jah!).

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Sensacional.

Seria bom se alguém que tiver assinatura puder acompanhar as mensagens de aprovação/reprovação dos leitores.

Vamos ver se outros jornais pegam carona nesse editorial. Isso costuma acontecer na imprensa cada vez mais preguiçosa.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

O Brasil tem que ser pioneiro. A América latina como um todo. Pra mim não existe esse velho papo de seguir um modelo de algum país de primeiro mundo, ou que aqui o povo não está preparado.

Brasil é o pais mais envolvido no tráfico em todo o mundo. Brasil e México, só nesses países que a realidade da substância se mistura com a violência extrema interna.

O modelo é nosso!

Estamos no rumo certo.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Quando eu começava a achar que as coisas estavam caminhando pra tras me vem essa noticia fantastica , galera , desse jetio a coisa vai!!!

Pode nao ser exatamennte do jetio que agente quer , mas dessa forma reformas positivas para nos irao acontecer....rastabannab.gif

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Guest HINDUKUSH

Tá viranndo consenso entre os formadores de opinião do nosso pais. Governador Cabral, o mega-empesário Eike, o Desembargador Ciro Darlan, agora até O Globo. Queima Babilônia queima.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Guest crazyfool*

o gde problema eh q a geraçao q proibe a maconha foi bombardeada com informaçoes falsas sobre a cannabis .... pelo q tenho acompanhado, pessoas mais jovens assumindo cargos d poder tem demonstrado ter uma mente mais abrta com relação a esse assunto .....mas a hora ta chegando...e nós do GR estamos fazendo parte desse movimento, qdo a maconha for reconhecida por todos como uma planta d poder como ela realmente eh, poderemos estufar o peito e dizer q fizemos parte dessa mudança....

keep growin crazyfools!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

excelente editorial!

é com formadores de opinião que se constrói na sociedade a noção de que a guerra às drogas fracassou, pois fadada a não triunfar sobre um aspecto indissociável da humanidade, o uso de drogas.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...