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Dossiê Laranjeiras


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  • Usuário Growroom

Amigos.

Para quem não me conhece aqui no fórum vou fazer uma breve apresentação. Apesar de não postar aqui fazem anos (4 anos) sou um usuário antigo da casa. Quando cheguei aqui com meu primeiro Nick (Pot Head) a casa tinha apenas 100 usuários. Parei de postar quando parei de plantar. Na mesma época que prenderam o Low, DD e outros camaradas mais próximos.

Hoje moro na Europa. Em poucas semanas fixarei residência em Amsterdam onde, por sorte, está meu novo empregador.

Resolvi voltar a postar pois acho que hoje tenho novamente bastante a acrescentar ao Fórum. Morando na Holanda e voltando a praticar a agricultura de subsistência, estarei novamente nos tópicos de cultivo. Pela lei de 2011 é permitido plantar até 5 meninas em minha nova residência.

Todos estão convidados a participar. Apenas comecei o trabalho, ainda não revisei o texto, mas vou editando e alterando ele conforme avançamos na questão. Por enquanto rebati apenas 3 questões, mas não vou parar por aqui.

Agora chega de papo aranha e vamos para a porrada.

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1) Doutor Laranjeiras

Nesse meu período sabático acabei me afastando também das ações mais engajadas. Principalmente por estar morando na Alemanha (terra do Bas). Quando voltei a postar no growroom encontrei em quase a totalidade dos debates proibicionistas esse tal senhor Doutor Laranjeiras.

Se devemos eleger um inimigo a ser atacado acho que esse é o cara. Ele é o líder do movimento que mantém a nossa querida planta na obscuridade.

E não pensem vocês que ele é um cara burro, idiota ou fácil de ser batido.

Comecei a estudar ele fazem alguns dias e noto que, alem de falar bem, ter credenciais para argumentar (psiquiatra especialista em dependência química) e ser inteligente, o senhor Laranjeiras também sabe como pouco manipular dados a seu favor.

Percebi que na maioria dos casos ele utiliza dos mesmos números e argumentos. Ninguém rebate suas estatísticas. É complicado de contra-argumentar números. Ainda mais em um debate ao vivo onde não existe tempo para pesquisar e confirmar informações jogadas ao vento.

Isso, claro, levando-se em conta que o debatedor baseia-se em estudos reais e não na má fé.

Não é o caso.

O Doutor Laranjeiras manipula os números para desenhar um panorama sempre pior do que o vivenciado nas ruas.

Chegou a hora de nos prepararmos para rebater toda essa falácia. Vou escrever aqui alguns de seus pensamentos e a melhor forma de desmascarar esse Doutor.

Também quero alertar que acredito que o senhor Laranjeiras seja inteligente o suficiente para entrar aqui no Fórum e também se preparar para nossos ataques. A nossa vantagem, nesse caso, é que além de inteligente ele é muito arrogante.

E é ai que vamos matar ele.

Ele acredita que não precisa nos estudar e nem pensar muito para nos vencer. Para ele a maconha afeta nossos neurônios e inteligência.

Bom senhor Laranjeiras, esse maconheiro aqui também gosta de briga e não é tão burro sobre o efeito da erva.

Aqui vai uma pequena amostra de um texto do Dr. Laranjeiras para a ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas). Nele o presente psiquiatra praticamente assume o seu estilo de abordar o problema:

"...Tanto a intensidade deste debate quanto o clima ideológico advém do fato de que temos utilizado quase nenhuma informação objetiva para avaliarmos a política a ser seguida. Os dois lados do debate usam informações de fontes muito duvidosas e muitas vezes completamente fora de contexto. Temos que pelo menos saber alguns modelos teóricos que poderíamos estar usando para guiar as nossas futuras decisões."

http://www.abead.com.br/politica/

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FATO 1:

“ 10% dos usuários de maconha terá surtos psicóticos nos próximos anos”

(debate O Globo)

“ Não sou neurocientista mas sou psiquiatra. E é sabido que 10% dos usuários de maconha que usam a droga antes dos 15 anos desenvolvem um quadro esquizofrênico.”

(debate da Folha)

Resposta:

MENTIRA.

Nesse caso eu acho que deveremos ser enfáticos e até irônicos no debate. Aqui fica fácil desmascarar o método de argumentação do senhor Laranjeiras. Vou começar dissecando essa colocação justamente por isso.

Tenho que admitir que no princípio fiquei um pouco encanado com o número. Um em cada dez maconheiros terá um surto psicótico. ALARMANTE. Mas de onde vem essa estatística?

Segundo dados publicados em 2007 no “U.S National Library of Medicine” e “National Institute of Health” baseados em estudos do “Department of Mental Health and Alcohol Research” e “University of Helsinki” 3% da população pode desenvolver distúrbios psicóticos. Em outros estudos esse numero pode subir para 5%, sendo essa a maior percentagem apresentada. Isso sem falar que também o de pesquisas menos relevantes. Guardem esse número (5%) pois voltarei a ele no fim da argumentação.

Vamos adiante.

Um estudo proposto por cientistas liderados pelo professor David Fergusson da “Christchurch Health and Development Study”, “Department of Psychological Medicine” e “Christchurch School of Medicine and Health Sciences”, em 2005, conduzido por 25 anos, concluiu que o grupo de usuários de maconha (heavy users) apresentava um índice de incidência de surtos psicóticos de 1.6 a 1.8 vezes maior que o normal. Guardem esse segundo número também (1,8 vezes).

Antes de avançar na argumentação, uma observação.

Interpretando esses dados muitos cientistas acreditam que a própria doença, no caso a psicose, desencadeia no paciente a vontade do uso da cannabis. Seria isso uma auto-medicação? Possivelmente (opinião pessoal).

Um outro estudo feito na Dinamarca sugere categoricamente que existe uma ligação entre maconha e psicose. Seria uma leve desordem psicótica causada pelo uso da maconha. Nessa mesma pesquisa os cientistas falam que a doença é rapidamente revertida quando o usuário abandona o uso. O número de pessoas que sofrem dessa desordem, na Dinamarca, não passa de 100 indivíduos por ano! Muito abaixo dos 10% do senhor Laranjeiras. Números irrelevantes se considerarmos o universo avaliado.

Desmascarando um pouco além, observamos que o que o senhor Laranjeiras fez foi uma matemática simples. Pegou o número mais alto da porcentagem de pessoas que sofrem de psicose, naturalmente na sociedade (5%) e multiplicou pelo maior número de incidências do estudo do professor Fergusson (1.8 arredondando para 2 pois ele não é bom em matemática).

5 x 2 = 10% aqui está o numero do professor Laranjeiras.

Ridículo, simplista e manipulado.

Existe uma argumentação do Dr. Philip Robson, Diretor do “Cannabinoid Research Institute”, na Inglaterra, que fala que existem menos de 10 estudos no mundo que podem ser usados para debater esse assunto.

Segundo ele, em regiões onde a maconha é rica em CBD os índices de psicose são mais baixos do que o normal. Esse estudo foi feito por psiquiatras na África coletando amostras de maconha vendida no mercado negro de diferentes lugares do continente.

Aqui vale um parêntese. O cannabidiol (CBD) é um dos canabinóides mais estudados da maconha, e também um dos mais valiosos. Este é o parceiro ideal do THC porque diminui seus efeitos psicóticos. Estudos de 2005 da Universidade de São Paulo (USP) pode, inclusive, resultar em um novo antipsicótico para o tratamento da esquizofrenia. O CBD também demonstra excelentes resultados no tratamento de inflamações, ansiedade, náuseas, parkinson e, por fim, reduziu o crescimento de células do câncer de mama (Sean D. McAllister, California Pacific Medical Center, Research Institute). ( http://mct.aacrjournals.org/content/6/11/2921 )

Para o doutor Philip Robson, tão importante quanto a farmacologia da droga, é o contexto em que ela é ingerida/usada. Pessoas que usam a droga em condições mais relaxadas e sadias costuma apresentar uma tendência muito mais baixa de surtos psicóticos.

Sobre a esquizofrenia o Doutor laranjeiras viajou muito. Segundo um estudo holandês, 5 em cada 10.000 pessoas desenvolve esquizofrenia. A pesquisa fala que o uso de maconha dobra essa incidência. Assim o número de doentes passaria de 5 para 10. Em outras palavras 0,1% da população. Não me pergunte de onde ele tirou os 10%. (The researchers draw their conclusions from a review of five longitudinal studies recently published in four medical journals, including the British Medical Journal (Nederlands Tijdschrift voor Geneeskunde 2003;44:2178-83).

Vale sempre lembrar que o número de pessoas que sofrem de diabetes no mundo é 347 milhões. Em dados proporcionais é o mesmo que dizer que 6% das pessoas sofrem dessa enfermidade. Deveríamos proibir o açúcar para protege-los ou educa-los a uma alimentação mais saudável?

Editado ( 27 de junho)

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FATO 2:

“ Esse assunto é irrelevante em termos de saúde pública”

(debate da Folha)

“Estudos dizem: quanto maior a disponibilidade maior os danos de uma droga”

(debate o Globo)

“ Me fale um exemplo de uma droga que você diminui o controle, facilita o acesso e por fim diminuiu o dano. É uma regra.”

(debate o Globo)

Resposta:

PARCIALMENTE CORRETA

O Doutor Laranjeiras analisa o problema de forma parcial e tendenciosa como em todos os seus discursos.

Na opinião dele o álcool e o cigarro são os grandes vilões do da saúde pública. Disso não temos muito o que discutir. Eles são responsáveis pelo maior número de mortes e internações nos nossos hospitais.

Como o doutor Laranjeiras gosta de números vamos a eles. As mortes por doenças ligadas ao alcoolismo foram de 146.349, no período de 2000 a 2006. Uma média de 24.300 ao ano. Já o número de mortes relacionando o álcool e direção chega a 17 mil vítimas anuais. Somando-se esses números chegamos em algo próximo a 41 mil mortes anuais relacionadas a bebida.

O problema é dizer que não podemos discutir a maconha pois temos que focar no álcool e no cigarro.

Mas qual será o preço da maconha, hoje para a saúde pública?

Hoje, no Brasil, estimativas apontam que 30 mil dos 46 mil assassinatos anuais são relacionados ao tráfico de drogas. Isso sem contar que em 2010, 100 mil pessoas foram presas por crimes relacionadas ao uso de drogas. Quanto isso onera aos cofres públicos? No estado do Maranhão cada preso custa 1.600 reais por mês. Falando de saúde pública, vale também informar que em instituições prisionais, os detentos são mais sujeitos a doenças venéreas e o serviço de atendimento é bem menos efetivo. Não existem muitos dados sobre o número de presos com HIV no Brasil. Um estudo de 1997, da USP, dizia que 20% da população carcerária vivia com HIV (um pouco antigo para ser usado como argumento).

Segundo um estudo americano do FDA AERS, de 2005, que fala sobre o número de mortes relacionadas a maconha, no período de janeiro de 1997 a junho de 2005, um total de 279 vítimas foram catalogadas. Em nenhuma delas a maconha foi o responsável primário pela morte. Foram apenas catalogados os casos onde ela foi o suspeito secundário (acidentes de carro, por exemplo). Uma media de 31 mortes por ano.

Vamos considerar que a maconha seja tão perigosa para motoristas quanto o álcool e o numero de mortes no transito cresça na incrível proporção de 100%. Colocando 24 mil mortes na conta da cannabis. Mesmo assim sairíamos ganhando em 6000 mortes anuais. Vidas que deixariam de ser perdidas para o tráfico de drogas. Não vou somar mortes diretamente causadas pela maconha porquê ai já seria ridículo. Maconha não mata.

Entre os argumentos para embasar sua afirmação o Doutor Laranjeiras levanta a tese de que apenas 5% da população brasileira usa maconha. Por esse motivo não deveria ser dada tanta atenção. Claramente uma opinião antidemocrática, totalitária e racista.

A população indígena no Brasil é de 421.00 pessoas, proximadamente 0,3% da totalidade brasileira. Deveríamos por isso abolir seus direitos e transformar a área do Xingu em um imenso garimpo? Não duvidaria que o senhor Laranjeiras viesse a concordar com tão absurda afirmação.

Para finalizar, outra informação interessante. Parece claramente que os dados do Doutor estão desatualizados ou propositalmente distorcidos. Para a SENAD, a maconha continua a ser a droga mais consumida entre os jovens. De acordo com o segundo levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas, divulgado em 2005, 6,1% dos entrevistados disseram já ter usado inalantes, enquanto 8,8% afirmam ter consumido maconha.

O Doutor Laranjeiras tenta incutir a idéia de que com a legalização da maconha o dano social irá aumentar. Ele faz isso quando questiona se existe exemplo em que a facilitação ao acesso da droga diminuiu o dano social. Essa é uma questão colocada absolutamente fora de contexto. Justamente o que os ativistas pró-maconha querem é uma maior regulamentação da droga. Hoje não existe controle do Estado. Qualquer menor de idade pode comprar maconha sem maiores problemas em uma favela. O dano social, nesse caso, deve incluir o contingente de pessoas que são presas por portarem ou traficarem maconha, pessoas que sofrem pelo uso de maconha de qualidade baixa e pela total falta de informação sobre a droga.

Quando uma droga sofre um controle estatal de forma coerente, com arrecadação de impostos e políticas de informação e educação, a tendência é a diminuição do uso. Aqui podemos exemplificar com o que aconteceu com o tabaco. O senhor Laranjeiras chama isso de ações de proibição (proibido?). O governo e a sociedade classificam isso como medidas de educação e respeito a coletividade. Dados do ministério apontam que, entre 1989 e 2004, o consumo per capita de cigarros no país caiu 32%. A prevalência de fumantes entre os brasileiros com mais de 15 anos de idade também diminuiu no período, passando de 32% para 17%. Ninguém é maluco de querer a liberação total e irrestrita de uma droga.

O objetivo da legalização é eliminar os danos causados pela proibição.

Editado ( 27 de junho)

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FATO 3:

“ A crocolândia é um experimento de legalização no Brasil”

(debate o Globo) (debate da Folha)

“Na Holanda o número de jovens usuários de maconha é 15%, o mesmo que no Reino Unido”

(debate o Globo)

“Se fala em legalizar para diminuir o consumo”

(debate o Globo)

Resposta:

MENTIRA

Primeiramente, fica até feio para um psiquiatra falar isso. Comparar crack e maconha é algo descabido e tendencioso. Como não existe forma efetiva de atacar o uso da cannabis ele cria um factóide. O efeito das duas drogas é distinto, não podendo ser comparado.

Os números que eu tenho são outros. Desde que a política de tolerância, somada a redução de danos, entrou em cartaz na Holanda, o número de “heroin junkies” nas ruas praticamente desapareceu. Desde 1983 o numero de viciados em heroína diminuiu 30%.

A proporção de usuários de drogas leves (uma vez por mês) na Holanda é de 9,5% da população. Comparando com países como Reino Unido (13,8%), Alemanha (11,9%), República Tcheca (19,3%), Dinamarca (13,3%), França (16,7%), Slovakia (14,7%) e Itália (20.9%) – EMCDDA Annual Report 2009, ch3 page 43 -- onde a droga é totalmente ilegal e o acesso é somente através do mercado negro, constatamos que a ilegalidade não afeta o consumo. Vale lembrar que a França e a Noruega, juntamente com a maioria do leste europeu, tem políticas bastante duras de repressão.

O número de mortes ligadas a drogas na Holanda são, juntamente com outros 5 países, os menores da União Européia. Só para ter alguns dados comparativos. São 2.4 mortes relacionadas a drogas a cada milhão de habitantes (na frança esse numero salta para 9.4, na Alemanha 20, na Suécia 23.5).

Não podemos fugir do fato que o número de usuários cresceu na Holanda desde 1988, mas essa população estabilizou em 1996. A partir de 2001 esse numero apresenta uma pequena variação para baixo. Os dados apresentados aqui são da “National Youth Health Survey” da Holanda.

Ninguém prega que com a legalização o número de usuários irá diminuir. A argumentação é que o custo social será menor.

Drogas e respectivo número de mortes anuais:

Tobacco : 435,000

Alcohol : 85,000

Prescription Drugs : 32,000

Suicide: 30,622

Sexual Fetishes : 20,000

All illegal drug use (excluding marijuana) : 17,000

Aspirin : 7,600

Marijuana : 0

Segundo: http://drugwarfacts.org/cms/?q=node/30

Editado ( 25 de junho)

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FATO 4:

“A maconha já é descriminalizada no Brasil desde 2006”

(debate o Globo)

“Ninguém é mais preso por maconha no Brasil”

(debate o Globo)

“ A maconha é uma droga semi-legal”

(debate o Globo)

Resposta:

MENTIRA

O Doutor Laranjeiras sempre afirma, baseado na lei Nº 11.343 de 23 de agosto de 2006, que a maconha já é descriminalizada no Brasil. Vou argumentar nos próximos parágrafos usando como base excelente texto do jurista Clovis Alberto Volpe Filho, Mestre em Direito Público pela Unifran, professor da pós-graduação em Direito Penal da Unifran.

(http://jus.uol.com.br/revista/texto/8852/consideracoes-pontuais-sobre-a-nova-lei-antidrogas-lei-no-11-343-2006)

Antes de analisarmos as declarações do psiquiatra em questão, um adendo merece ser feito. A Lei Antidrogas não descriminalizou a conduta de porte de entorpecente para uso próprio, como querem alguns doutrinadores. Apenas, diminuiu a carga punitiva. A sanção penal, como é sabido, possui como uma das espécies a pena. As penas podem ser as seguintes, sem prejuízo de outras, de acordo com o inc. XLVI, art. 5º, da Constituição Federal: a) privação ou restrição da liberdade; B) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.

Percebe-se, claramente, que é crime a posse de drogas para consumo pessoal. A mudança diz respeito à espécie da pena, que deixou de ser privativa de liberdade. Claro que se trata de um avanço para que o tema passe a ser tratado somente como questão de saúde pública, incidindo sobre ele as normas de caráter administrativo. Mas ainda não chegamos a descriminalização.

O último argumento que apóia a nossa tese encontra-se na própria Lei Antidrogas sancionada. O Título III da nova lei trata das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, e contém três capítulos: Capítulo I – Da Prevenção; Capítulo II – Das atividades de atenção e reinserção social de usuários ou dependentes de drogas; e Capítulo III – Dos Crimes e das Penas.

O art. 28, que tipifica a conduta de posse para consumo, está justamente no Capítulo III, ou seja, sendo tratado como crime, com cominação de pena. Ora, não se pode negar o caráter penal do tipo em questão, somente em razão de ter estipulado penas alternativas de forma direta, ainda mais que o legislador fez questão de cunhar a expressão "crimes e penas" antes de definir a conduta de posse de drogas para consumo próprio.

Vamos observar melhor esse artigo 28.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

A análise do colega Picax parece ser a mais apropriada para esse artigo:

…..E mais. Como o encarregado em julgar se o porte é para consumo ou para tráfico é o Delegado, a jurisprudencia para os casos só é aplicada após o envio do caso para o Juiz.

Portanto, se o delegado suspeitar que seja para tráfico, os seus poderes aumentaram, podendo manter em reclusao o acusado por 90 dias, sem demais explicações.

No caso de tráfico, a pena e o processo penal ficaram muito mais complicados e muito mais severos.

No caso de consumo, a pena e o processo ficaram mais abrangentes.

Depender de um Delegado é pior inovação desta lei.

(ainda estou trabalhando nesse quarto fato editado 27 junho)

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Os três primeiros estão editados. Posso evoluir ainda mais se a galera postar mais informação. Vou avançar para o quarto e quinto. Galera que se pilhar a ajudar deve fazer isso de forma mais acadêmica. Olhar nos vídeos oq o Laranjeiras fala e rebater as mentiras com informação. De preferência mostrando também a fonte. Vamo que vamo.

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  • Usuário Growroom

Seja bem-vindo devolta Tutorial_Pot, é um prazer poder ter um user tão antigo e prolífero ativo novamente no site, eu tbm sou um user antigo de retorno, não tanto quanto você e de nick novo, estudei muitos em textos seus e apesar de hoje não estar na ativa me foram de muita ajuda.

Parabéns pela iniciativa, vou fazer como você e dar uma estudada no discurso de nosso querido Dr. Laranja para poder ajudar nessa empreitada, na verdade acredito que precisamos fazer isso com os principais defensores dos proibicionistas para atacar seus alicerces, você escolheu bem o primeiro alvo.

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  • Usuário Growroom

sano

Dei uma olhada sim. Mas não consegui dissecar ele ainda. Por enquanto não achei nada que possa ser usado.

Precisamos de alguém junto a algum órgão que possa informar quanto de dinheiro público entra na clínica dele. Queria saber se eles aceitam internações compulsórias, por exemplo. Também acho que ele não é movido por grana. Talvez ele só acredita que realmente a maconha é o fim do mundo.

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  • Usuário Growroom

No blog tem uma entrevista da folha onde o laranjada diz que nosso movimento é "uma onda" ahahahahha

No mínimo um tsuname, se é uma onda porque temem tanto?

Uma onda vem e passa, e não é o que vai acontecer, uma prova disso é o maio verde que já se estende por 2 meses.

Dossiê Laranjeira: bela iniciativa Tutorial_Pot clap

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  • Usuário Growroom

sano

Dei uma olhada sim. Mas não consegui dissecar ele ainda. Por enquanto não achei nada que possa ser usado.

Precisamos de alguém junto a algum órgão que possa informar quanto de dinheiro público entra na clínica dele. Queria saber se eles aceitam internações compulsórias, por exemplo. Também acho que ele não é movido por grana. Talvez ele só acredita que realmente a maconha é o fim do mundo.

Se ele tem filho, esse MACONHEIRINHO é o culpado de tudo então?

Parece que é pessoal.

Ou ele pegou a mulher dele na cama com outro fumando um baseado!!!

hehehe...

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  • Usuário Growroom

Boa, Tutorial!

Tive uma idéia aqui: porque não registramos toda a discussão que por ventura desenrolar aqui na forma de bullets, notas curtas em tópicos com o dado principal e a fonte da informação, catalogadas por tema? Com o desenvolvimento do tópico e apresentação de várias informações (sempre com a fonte, isso é essencial) dá pra montar uma "cartilha do debate", com a qual poderemos, facilmente, dobrar diversas linhas de raciocínio proibicionistas...

Que acham da idéia? Dá até pra desenvolver em diversos temas como saúde, segurança pública, economia...

Abraz

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  • Usuário Growroom

Boa, Tutorial!

Tive uma idéia aqui: porque não registramos toda a discussão que por ventura desenrolar aqui na forma de bullets, notas curtas em tópicos com o dado principal e a fonte da informação, catalogadas por tema? Com o desenvolvimento do tópico e apresentação de várias informações (sempre com a fonte, isso é essencial) dá pra montar uma "cartilha do debate", com a qual poderemos, facilmente, dobrar diversas linhas de raciocínio proibicionistas...

Que acham da idéia? Dá até pra desenvolver em diversos temas como saúde, segurança pública, economia...

Abraz

Acho bem legal a idéia.

Temos que estudar esses caras e preparar nossos soldados para os futuros debates. Quando qq um de nossos amigos forem para a briga vão achar até graça. Não podemos apenas vencer nossos debates. Temos que desmoralizar os opositores com argumentos que deixem claro qual o tipo de pessoa senta do outro lado da mesa.

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  • Usuário Growroom

aew pessoal e-mail mandado a clinica do laranjeiras:

Isso tudo é medo da concorrencia dr. Laranjeira? Medo das pessoas descobrirem que o que leva as drogas mais pesadas não é a maconha em si, mas sim a proibição, levando a substancia a ser vendida nas bocas de fumo, que quando não tem maconha sugere ao usuario que leve outro tipo de droga.

Medo das pessoas plantarem cannabis e descobrirem que esse hobby preenche várias lacunas de sua ansiedade, precisando cada vez menos de psiquiatras e médicos em geral.

Medo de uma erva que passou por vários estágios de adaptação e evolução, e nesse processo por coincidencia ou inteligencia cognitiva, criou um principio ativo que funciona melhor que qualquer remédio anti-depressivo e sem os efeitos colaterais de uma substancia sintetizada.

Porque o medo Dr laranjeira? O Sr ja experimentou maconha? Não essa do mercado negro, suja e mal tratada, colhida fora de hora, sem cura; essa com certeza aumenta os indices de psicose como o sr aponta. Mas eu digo uma cannabis medicinal, indica, altos niveis de CBD, que ataca o stress. Nao sou um academico no assunto mas tambem nao sou um analfabeto que sai acreditando em tudo que o sr. falou.

Experimente. Va até a California e experimente. Veja que injustiça o sr. esta cometendo. O seu nome ficará manchado na história, enquanto os nomes de Mauro Chaiben,Renato Malcher, Sergio Vidal, Renato Cinco e outros ficarão na historia como guerreiros da verdade. O sr. sabe disso, no fundo das suas conclusões baseadas na lógica e não em falacias e falsas tautologias, o sr. sabe.

Esta em tempo de se redimir, nunca é tarde demais, aceitar que acabar com o consumo de cannabis é acabar com uma tradiçao de dez mil anos, isso não vai acontecer, como não irá acabar o consumo de alcool, tabaco, cafeina etc.

Então vamos tentar reduzir os danos, de forma séria, planejando de acordo com os dados fornecidos e projetando uma real alta no consumo a longo prazo. A redução de danos é legalizar o auto cultivo. Não há outra saída vendo o total descontrole e ineficiencia de repressão ao tráfico. Até minha vó sabe disso, porque não é feito? Por que o ódio e o preconceito enraizado na época dos escravos se encontram vivos até hoje!

Espero o melhor para o Sr dr. E que nos ajude a construir um futuro melhor. Quando tem pessoas jovens, inteligentes e esforçadas defendendo a mudança, é porque essa mudança é para melhor. E ninguem vai conseguir frear ou barrar a informação e a atualização. Pouco a pouco como numa barragem que tem uma infiltração, o concreto do preconceito reforçado por um século, vai ceder.

Obrigado.

mandem um também batendo a real nele

alamedas@clinicalamedas.com.br

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  • Usuário Growroom

Parabéns Tuto e minha inveja velada pela sua nova residência!

Sobre os 10% do Laranjeira (Dízimo-laranja), entendi o raciocínio distorcido do cara pra chegar neste número, mas no caso de um debate ao vivo, qual seria a melhor resposta a tal alegação? Lembrando que num debate não teríamos tempo para destrinchar a sua linha de raciocínio e mesmo que tentássemos, nossa resposta não teria o mesmo impacto do que a simples alegação de que "10% dos usuários de maconha terão um surto psicótico".

Outra coisa, você estando na Holanda não teria como levantar alguns dados para rebater o novo argumento dos proibicionistas, de que a Holanda se arrependeu dos coffe-shops e da putaria legalizada? É só o que temos ouvido ultimamente por aqui.

EDIT 1 - Acabei de ver no blog da clínica do Laranjeira sobre um estudo que fala sobre a ligação entre usar maconha e ter psicose. Parece ser um estudo diferente do que você colocou aqui Tuto, mas não fala em 10% - http://clinicaalamedas.wordpress.com/2011/06/23/maconha-aumenta-o-risco-de-psicose-diz-pesquisa/#more-2299

EDIT 2 - Também percebi que o site da clinica Alamedas (http://www.clinicalamedas.com.br/site/) é feito em Joomla, um CMS de código aberto. Não é regra geral, mas este CMS é cheio de falhas de segurança e poderíamos esculhambá-lo. O povo apoia tal grafitagem digital?

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  • Usuário Growroom

Voltou bem Tuto!

Uma coisa que sempre tive em mente, é que o movimento PRECISA ter um porta voz treinado pros debates que acontecem ao vivo.

Sabemos muito bem que a razão está do nosso lado e realmente o Laranjeiras inventa dados da cabeça dele e isso e inadmissível em uma debate que preza pela seriedade e o respeito de âmbas as opiniões.

Sei que no momento o GR não tem um porta voz pra participar ativamente dos debates, como é o caso do Sebastian Basalo, sócio diretor e advogado da revista argentina THC, mas se queremos deferender as idéias de forma justa sempre focados na razão é muito importante termos um rosto na mídia que defenda o auto cultivo.

Levando isso em conta, os atuais cientistas que botam a cara pra falar sobre a legalização são o Renato Malcher e o Sidarta Ribeiro, acho que seriam excelentes pessoas pra falar sobre nossa causa até por tem conhecimento científico extremamente detalhado. Vimos no debate da FOLHA SP que os dois ACABARAM com os argumentos do Laranjeiras de forma bem calma sem se exaltarem, é disso que precisamos.

A parada seria estimular um debate em tv aberta ou fechada com o Sidarta ou o Renato conversando com o Laranjeiras, seria laranjada LEGAL no final!

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  • Growroom Premium

Mandou bem Tutorial_pot

Acho que temos de descobrir a origem desse ódio todo dele em relação a erva.

De uma forma bem abrangente, podemos dizer que a Maconha é proibida hoje por causa do Henry Anslinger, (EUA) chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas. O que poucos sabiam, foi divulgado na revista de número 179 da Super Interessante sobre a maconha: Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo"

O Laranjeira é o Anslinger do Brasil. Temos de descobrir porque e atacá-lo.

Engraçado que ele defende que o Álcool não deve ser proibido e o tabaco também não...

Gostaria de saber as notas dele (laranjeira) nas tais Faculdades e a comprovação de que é PhD mesmo...

Em meio a tantos falsos médicos, acredito ser uma das coisas a serem checadas.

Ou mesmo, é PhD, mas obteve notas baixíssimas, pra que essa bossa toda?

Acredito que tenha uma razão até pessoal, para lutar tanto contra a maconha...

Enfim, a fonte de onde retirei as informações acima: Revista Superinteressante Ed.179 - A Verdade sobre a Maconha

Montemos pois, esse Dossiê, o cara não tá brincando. Se derem um poderzinho a ele, ele vai lutar com força...

VQV

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  • Usuário Growroom

Pelo que sei ele tem uma clínica de recuperação. Fato óbvio: ganha mais dinheiro com as drogas sendo ilegais, sabe que vai perder espaço se elas forem legalizadas. Talvez não porque menos usuários o procurariam, mas porque o próprio estado poderia criar métodos de tratamento que tornariam suas internações ultra-passadas.

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