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Maconha, Além Do Tabu


cuba_libre

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  • Usuário Growroom

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2306201107.htm

TENDÊNCIAS/DEBATES

Maconha, além do tabu

RONALDO RAMOS LARANJEIRA e ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES

Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra; legalizar a maconha, nem pensar!

Vive-se há pelo menos dez anos no Brasil "duas ondas" perigosas: a do aumento do consumo de todas as drogas de abuso, principalmente em jovens adultos, e um forte debate para um abrandamento ainda maior das leis em relação à maconha. Como os atores são poucos, a solução para o aumento do consumo e o aprofundamento do debate não têm sucesso, pois não atingem todas as dimensões do fenômeno.

Os dois fatores podem agravar a situação, preceder o abrandamento para consumo de outras drogas e confundir ainda mais a população.

Depois disso, só mesmo a legalização, e aí o número de usuários vai aumentar, uma porcentagem significante deles se tornará usuário pesado e, para aumentar o número deles, muito será investido.

O debate é simplório e produz um glamour sobre o uso recreacional, seguindo a mesma metodologia da indústria do álcool, cuja comunicação ambivalente mostra que a cerveja não faz mal, é natural, basta usar moderadamente; além do mais, é medicinal.

Mais parece uma campanha de marketing com personalidades, passeatas, filmes e várias inserções na mídia, visando lançar mais um produto, mas que não é um produto qualquer e que pode, sim, trazer prejuízos.

De um lado, expandem-se apenas os direitos individuais, de outro, publica-se, por meio da neurociência, a imprevisibilidade dos efeitos dessas drogas, cujo impacto vai além do indivíduo, atingindo toda a sociedade, e questiona-se o direito da maioria da população de não usar drogas.

Os argumentos para que não se abrande ainda mais a lei das drogas e muito menos se almeje a legalização são muitos. O fenômeno das drogas é complexo, assim como a solução; portanto, as etapas para entender o fenômeno, atualizar-se sobre suas implicações e preparar a sociedade para mudar seus pensamentos e comportamentos ainda estão muito longe de acontecer.

Todas as drogas psicotrópicas alteram a capacidade de decidir; assim, os jovens, que já não possuem essa função mental plena, decidirão ainda menos preparados.

Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra. As complicações do uso são agudas e crônicas, com interfaces como a violência, a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada.

As doenças mentais e de comportamento, as doenças cardiovasculares, pulmonares, os cânceres, além das malformações congênitas, são frequentes.

Sem prevenção, sem tratamento adequado e disponível, diante da diversidade cultural do país, a política deveria ser desenhada para cada droga, para cada região.

Uma política para a maconha, que no Brasil já tem no mercado, há muito tempo, cigarros mesclados com cocaína, para produzir maior impacto no "freguês", deveria ser baseada em evidências e ter a mesma importância que as demais.

É preciso lembrar que a economia das drogas é uma das três maiores economias do planeta. Enfim, debater é preciso, de forma equilibrada e permanente, com todos os atores disponíveis: políticos, pesquisadores, o usuário e seus familiares, além de outros representantes da sociedade civil.

Fundamentalmente, com foco em um modelo de proteção para crianças e adolescentes brasileiros, pelo direito à prevenção de drogas; se o problema já estiver instalado, pelo direito a um bom tratamento.

Legalizar, nem pensar!

RONALDO RAMOS LARANJEIRA é professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas (Inpad/CNPq).

ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES, doutora pela Unifesp, é pesquisadora do Inpad/CNPq.

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2306201120.htm

na mesma ediçao

CONTARDO CALLIGARIS

Drogas e gravatas

Concordo com o projeto de descriminalizar o consumo de maconha, mas o uso da erva não é sempre inócuo

NA TERÇA, 14 de junho, a Folha publicou, na Primeira Página, as imagens de um homem de paletó e gravata que comprava e fumava um cachimbo de crack, numa rua do centro de São Paulo.

No último domingo, Suzana Singer, ombudsman do jornal, em sua coluna, perguntou: "Por que a Folha decidiu expor dessa forma um suposto viciado?". A Secretaria de Redação respondeu: "A política do jornal vinha sendo não resguardar a identidade dos usuários de crack em locais públicos. Não vimos motivo para alterarmos o padrão porque a personagem, desta vez, vestia paletó e gravata".

Em suma, a reportagem queria mostrar que "o fenômeno do crack não se confunde com a pobreza e não atinge apenas moradores de rua". A reportagem notava, aliás, que, entre os "usuários eventuais, que vão à região para fumar uma pedra", há até "senhores com cerca de 60 anos vestindo terno".

De repente, dei-me conta de que, ao longo dos anos, vi dezenas de fotografias de drogados errando pela cracolândia, mostrados sem disfarce, mas não tenho memória de seus rostos. É como se eles não fossem indivíduos -apenas genéricos "noias", como eles são chamados pelas ideias paranoicas que os acometem. No entanto, o engravatado da foto de terça-feira era diferente: ele era reconhecível, singular -talvez porque sua aparência deixava supor que ele não tivesse se transformado (ainda?) num noa.

O crack é hoje o protótipo da droga que leva rapidamente à perdição. Será que a foto do engravatado mostra que existem usuários de crack que não se tornam noias? Será que é possível um uso lúdico do craca?

Não sei dizer, mas, ao ler as memórias de Bill Clegg, "Retrato de um Viciado Quando Jovem" (Cia. das Letras), qualquer leitor pode sentir quase na pele a prepotência com a qual a fissura se instala ao centro da vida de um usuário de crack, por mais engravatado que seja.

O texto é comovedor, pela ingenuidade do viciado e de nós, leitores, que, como o viciado, inevitavelmente, a cada vez, acreditamos que ele voltará à sua vida depois de só mais um cachimbo. Comovedor e também exasperante: como é que o cara não consegue se controlar e conciliar sua vida amorosa e profissional com uma tragada de vez em quando? "Segura tua onda, rapaz", a gente fica a fim de gritar.

Trivialidade: a virulência da fissura, assim como a natureza da dependência, é diferente para cada droga. Engravatado à parte, o crack transforma quase imediatamente seus consumidores em adictos, enquanto há pessoas que, durante a vida toda, fumam só um cigarro ou um baseado por semana.

Outra trivialidade: talvez tão importante quanto as qualidades específicas de cada droga seja o fato de que, por alguma diferença de personalidade e disposição, há usuários que se perdem na toxicomania e outros que parecem nunca correr esse risco.

A clínica com adolescentes me ensinou isto: em geral, quem se vicia não é tanto quem acha sua vida dolorosa ou injusta, mas quem a acha chata, ou seja, quem não consegue se interessar por sua própria vida.

É possível se drogar porque a vida já é uma festa, e, quem sabe, com mais uma bola, ela se torne mais alegre. Essa conduta é sempre menos nociva da que consiste em drogar-se pela incapacidade de achar graça na vida que se tem. Quem se droga porque acha a vida chata tende a trocar a vida pela droga.

Nos últimos dias, fala-se muito da descriminalização da maconha. Estreou "Quebrando o Tabu", de Fernando Grostein; houve a intervenção de Fernando Henrique Cardoso (que é, aliás, âncora do filme de Grostein), e houve a liberação das marchas da maconha pelo STF. Vários leitores pediram que expressasse minha opinião.

Aqui vai: concordo com o projeto de descriminalizar o consumo de maconha, mas discordo de quem afirma que qualquer uso de maconha seria inócuo. Nos adolescentes, por exemplo, um consumo diário e intenso (solitário, já de manhã) é frequentemente o sinal de uma depressão que é MUITO difícil vencer, uma vez que ela se instala.

Entendo que alguém, mofando num tédio mortal (e inexplicado), chegue à conclusão de que a vida sem maconha é uma droga. Mas, infelizmente, em regra, a droga aprofunda o vazio que ela é chamada a compensar ou corrigir. Ou seja, talvez a vida sem maconha seja uma droga, mas a maconha sem vida também é.

ccalligari@uol.com.br

@ccalligaris

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  • Usuário Growroom

Realmente ele foi "alem do tabu"...esta tentando criar verdadeiros dogmas a moda da Santa Inquisição. Olha as palavras de ordem; "gravidez indesejada", "malformação congenita", "Doenças sexualmente transmissiveis"....

Moralista, caga-regra e empata foda! :rasta2bigsmoke0gf:

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  • Usuário Growroom

Alguem tem o pessoal desse cara Ronaldo? Estou com seriais duvidas a respeito da idoneadade desse cidadão.

a idoneidade dele se resume a internações compulsórias para usuários de drogas em uma de suas clínicas

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  • Usuário Growroom

Realmente ele foi "alem do tabu"...esta tentando criar verdadeiros dogmas a moda da Santa Inquisição. Olha as palavras de ordem; "gravidez indesejada", "malformação congenita", "Doenças sexualmente transmissiveis"....

Moralista, caga-regra e empata foda! :rasta2bigsmoke0gf:

Aaaaaaaaaaaaaaaaa, elas tao descontroladas!!!

Ta desesperado, falando muita merda. Da corda q ele se enforca

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  • Usuário Growroom

Não sei porque o pessoal ainda perde tempo debatendo as baboseiras do Laranjeiras. Já se sabe que seus discursos são repletos de falácias, seus argumentos baseiam-se exclusivamente em números(falsos) ou em nada.

Curti o segundo texto do Calligaris, conseguiu ter uma visão imparcial da coisa e relatar que apesar de não serem o fim do mundo ou o bicho de sete cabeças que pregam por ai, as drogas tem sim um lado perigoso e que é preciso observar e ter cuidado.

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  • Usuário Growroom

baaaah mas de novo este laranjada :cadeirada: ?????????

esse cara já perdeu a moral com todo mundo, até com a mulher dele em casa este idiota não tem mais moral, demorou pra enfiar um baseadão da massa nos queixos dele pra ele calar a boca e parar de falar merda, creio que de tanto remédio e wisk que ele toma vai dar um treco nesse cara!!! proibicionista du caralho, não entendo, um cara que é psiquiatra, trata dependentes químicos deveria no mínimo ter experimentado pra saber que a maconha é a "droga" menos prejudicial de todas, ou seja, menos que o crack, cocaína, heroína, cigarro e até o álcool, não tem como comparar e igualar a ganja às demais drogas de verdade. A ganja não tira ninguém da realidade Sr. Laranjeira, o único aqui que está fora da realidade é o senhor...

Quanto será que os barões do tráfico pagam para o senhor ficar falando merda na TVe nos jornais? Mantendo este discurso furado proibicionista?

Pressionado pela polícia? Será?

Não sei, mas só sei que pra mim perdeu toda a moral que ele já não tinha.

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