Ir para conteúdo

Rebelião Instaurada


Soul_Surfer

Recommended Posts

  • Usuário Growroom

O neurocientista Sidarta Ribeiro classificou o que está acontecendo mundo afora em relação à maconha como uma “rebelião instaurada”. Não são os políticos que estão mudando o status da maconha no planeta: são as pessoas, saindo às ruas ou levando a briga às instâncias mais altas dos tribunais. Nos Estados Unidos, doentes crônicos cujo sofrimento poderia ser aliviado com maconha já conseguiram legalizar o uso medicinal em 16 estados e no distrito federal. Na Espanha, uma briga no supremo levou a polícia a pedir desculpas e devolver erva apreendida a um coletivo de usuários, e garantiu o direito de grupos de pessoas sem fins lucrativos de plantar sua própria cannabis em grande escala, mesmo que para fim recreativos. Aqui no Brasil, esse grupo oprimido há décadas comemorou há pouco o reconhecimento do Supremo de que, numa democracia, não se pode proibir a expressão de ideias contrárias à proibição.

Sidarta é respeitado no mundo todo por suas pesquisas sobre sonho pela Universidade Duke, dos EUA, e hoje é chefe de laboratório do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, o ambicioso centro de pesquisas criado do Rio Grande do Norte para ser referência mundial nos estudos do cérebro. Ele diz que a pesquisa sobre endocanabinóides, as substâncias naturais do cérebro que têm o mesmo efeito da maconha, vive uma era de ouro.

Essa área praticamente não existia há uma década e meia, em parte porque a proibição tornava a pesquisa praticamente impossível. Hoje está ficando claro que os endocanabinóides provavelmente guardam as respostas para vários dos maiores mistérios da biologia humana. Câncer, doenças auto-imunes, estresse pós-traumático, dor crônica, distúrbios do apetite, doenças degenerativas do cérebro como Alzheimer e Parkinson, esquizofrenia: quase tudo que a medicina compreende mal tem alguma ligação com o tal sistema endocanabinóide. Nossa sociedade criou um tabu com uma substância e, por causa desse tabu, uma área inteira da medicina deixou de se desenvolver.

Sidarta adoraria pesquisar endonabinóides. Com o talento dele para pesquisa e um tema quente como esse, podia dar Nobel. Mas isso não vai acontecer. Aqui no Brasil, ele não consegue importar as substâncias químicas necessárias para esse tipo de pesquisa. Sem pesquisa, o potencial medicinal fica inexplorado e os riscos da droga aumentam.

Esse é só um entre os muitos efeitos indesejados da proibição. Além disso, a sociedade toda paga o custo de ficar permanentemente enxugando gelo. A proibição enriquece bandidos, piora a qualidade da droga, causa problemas de saúde, superlota as cadeias, corrompe a justiça, impede a polícia de trabalhar na prevenção de crimes sérios, espalha a violência. Não estou dizendo aqui que a maconha não faça mal. Faz. Mas a proibição amplifica esse mal e causa muitos outros.

É impossível diminuir sensivelmente o uso de maconha com repressão, como mostrou a ótima análise econômica feita no livro Drugs and Drug Policy, escrito de forma desapaixonada e racional por três especialistas em política pública. Eles mostram que a grande maioria das transações com maconha é feita por redes sociais, não por traficantes desconhecidos. A polícia jamais vai conseguir impedir que amigos dêem coisas para amigos. Nem se houver câmeras em cada quarto do mundo. É por isso que a proibição dá tão errado.

São essas redes informais que, ajudadas pela internet, estão começando a se rebelar contra o status quo. Elas contam com apoios de peso, em especial ex-governantes do mundo todo, que sabem que a proibição, embora seja boa para manipular medos e ganhar votos, torna a vida real de administrar o país um pesadelo.

Tudo indica que é só o começo. Sidarta está otimista. “Acho que a proibição vai cair mais rápido do que se pensa. Quando desabar, vai ser que nem o Muro de Berlim. Quem sabe começa por aqui.”

http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/drogas/rebeliao-instaurada/

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Duvido que colocaram isso na versão impressa, sempre quando falam algo favorável a nossa causa no site não sai na revista que é uma merda, não serve nem pra limpar a bunda mesmo.

vrdade...

tbm duvido que saia na revista.. =/

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Galera , pra ajudar essa materia a ir pra revista, acessem o site , compartilhem pelo twitter e google plus, comentem no site que adoraram a materia e gostariam de ver ela na revista , se a abril vê que tá dando repercussão ela vai passar para a versão impressa com certeza. afinal o objetivo deles é vender.

Já vou fazer minha parte , comentando , compartilhando pelos botões de midias socias do site e repassando assim para amigos e torcendo que eles façam o mesmo.

Façam a parte de vocês. :)

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Sou obrigado a elogiar o artigo deste tópico. Realmente muito bem escrito e informativo.

Porém isso daí é só na Internet, a verdadeira face da Revista Veja sobre as drogas está explícita nas edições impressas.

Por exemplo, a edição da revista Veja de 22 de junho de 2011 (na semana que o STF legalizou a marcha):

gallery_41897_2754_58065.jpg

Não se enganem facilmente, vamos ser críticos. Sinceramente, essa revista está no campo inimigo. Olha o editorial (opinião da revista sobre o tema) de 22 de junho de 2011, criticando a decisão do STF de liberar a marcha:

"Não dá pra entender que se travem os mais doutos debates em Brasília sobre a descriminalização das drogas, com a liberação na semana passada das marchas dos defensores do uso da maconha - como se o Brasil fosse algum plácido enclave escandinavo nos trópicos - quando, nas cidades mais populosas, fantasmagóricas multidões de viciados em crack vagam pela rua cometendo toda sorte de crimes..."

"Enquanto isso, as autoridades de Brasília sentem-se modernas e libertárias ao atender a anseios dos organizadores da marcha da maconha"

Tem vários outros lixos na revista, não rola de digitar tudo.

Em vários momentos, a revista diz que não podemos debater descriminalização, que a maconha é a porta de entrada para o crack etc.

NA edição seguinte, publicaram mais de 20 cartas dos leitores, TODAS contra a regulamentação das drogas (claro que muitos leitores mandaram cartas a favor da descriminalização, mas esta revista mentirosa não publicou nenhuma).

gallery_41897_3288_14080.jpg

gallery_41897_3288_47928.gif

gallery_41897_3288_2237.jpg

gallery_41897_3288_30717.gif

gallery_41897_3288_16942.jpg

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

quer dizer o news of the world né?

o sun virou de semanal pra diario pra preencher a lacuna do NotW

Opa, me antecipei. É questão de tempo até as investigações se extenderem ao The Sun, aí o final repete o início.

(tô dando uma de The Sun e especulando manchete no quintal dos outros. XD)

É mais adequado dizer que sonho com o dia em que a Veja tomar o rumo do News of the World mesmo. hehe

Valeu, GR.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...