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Uso Medicinal Da Maconha Ainda Causa Polêmica Nos Eua


Psicolouco

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  • Usuário Growroom

Uso medicinal da maconha ainda causa polêmica nos EUA

Irvina Booker vive com uma dor constante. Inválida por esclerose múltipla e artrite, é uma avó cuja mobilidade depende de seu andador, sua filha e da maconha.

“Eu nunca havia fumado antes de ficar doente, e não fumo por diversão”, garante Irvina, 59 anos, que mora em Englewood, Nova Jersey. Ela não quis divulgar como consegue a droga, mas diz: “Não quero ficar me escondendo, com medo de que alguém seja preso por comprar para mim”.

Assim como diversas pessoas que argumentam que a maconha alivia a dor e a perda de apetite causadas por sérias doenças, Irvina ficou feliz em janeiro de 2010, quando Nova Jersey legalizou o uso da substância em casos como o dela. Mas, um ano e meio depois, a maconha legalizada pelo estado, que estaria disponível para os pacientes, ainda não existe. E não há nenhuma previsão de quando esta situação vai mudar.

A lei de Nova Jersey foi criada para ser a mais rigorosa do país, em reação aos programas da Califórnia e do Colorado, vistas como muito expansivas, e especificou que apenas seis centros serão licenciados. A maconha será restrita a uma lista de pessoas em condições graves como câncer, AIDS e esclerose lateral amiotrófica, ou quando o paciente tem expectativa de vida de menos de um ano.

A maconha me permite diminuir muito o uso da morfina, funciona melhor e me deixa mais lúcida

O texto foi aprovado, apesar da reprovação do atual governador Chris Christie. O então governador Jon Corzine aprovou o projeto em seu último dia no cargo. Christie tentou designar a Univerdade de Rutgers como o único cultivador e os hospitais como únicos distribuidores, mas a instituição de ensino e os hospitais não quiseram participar do projeto. O governador, então, pediu que Legislativo adiasse o início do programa, e foi o que aconteceu.

A espera tem sido frustrante para pacientes como Sandy Fiola, de Asbury Park, diagnosticado com esclerose múltipla e sarcoidose, uma doença inflamatória. Ela sustenta que ninguém a questionou quando ela tomou analgésicos muito mais perigosos, como morfina.

“A maconha me permite diminuir muito o uso da morfina, funciona melhor e me deixa mais lúcida. Espero que o programa saia logo. Está demorando muito”, conclui Sandy, de 54 anos.

Nos últimos meses, agentes do governo de Nova Jersey, assim como em outros estados, disseram que a falta de informações do governo Obama os deixou sem certeza se o uso medicinal da maconha poderia acarretar em processos criminais aos envolvidos, incluindo os funcionários públicos.

O Departamento de Justiça emitiu, no final de junho, um memorando com questões que precisam ser respondidas e o governador Chris Christie ainda não esclareceu como irá tratar este assunto. Mas defensores do uso medicinal da substância afirmam que, pelo menos em Nova Jersey, a lei é estrita o suficiente para não envolver a polícia federal. Eles também acreditam que o verdadeiro objetivo do governador é bloquear o programa.

“Não precisa ser o Sherlock Holmes para perceber isso. Ele já usou todas as táticas possíveis para atrasar e dificultar o cumprimento desta lei”, critica o senador Nicholas Scutari, do Partido Democrata.

O governador Christie, do Partido Republicano, e seus assistentes insistem que o atraso tem sido uma tentativa de fazer com que o programa funcione corretamente.

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Irvina Booker fuma maconha para aliviar suas dores crônicas

“O escritório do governador está trabalhando para que a implementação do programa não seja conflitante com as leis federais e não coloque os funcionários do estado em risco por dirigir este tipo de ação”, afirma Kevin Roberts, porta-voz de Christie.

No último dia 7, Scutari – que é promotor público – e a Assembleia Reed Gusciora, patrocinadora inicial da lei, se encontraram com os conselheiros do governador.

“Eles nos disseram que não estão totalmente certos e que precisam do nosso estímulo”, diz.

O estado nomeou seis organizações não governamentais para cultivar e estocar a erva. Os futuros cultivadores afirmam que, depois que receberem a autorização, ainda precisarão de pelo menos quatro meses para que o cultivo comece a andar.

“Muitas pessoas perguntam quando, como e se nós vamos realmente cultivar, mas não podemos dizer nada”, afirma Ida Umanskaya, diretora do Centro de Compaixão da Folha Verde, que planeja operar em Montclair.

Outra possível cultivadora, a Fundação de Centros de Cuidados Compassivos da América, que operaria em New Brunswick, está “atentamente esperançosa”, segundo o porta-voz do grupo, Raj Mukherji.

Em março deste ano, agentes federais invadiram lugares onde a erva era guardada, em Montana. O fato fez alguns estados se perguntaram sobre a real tolerância do Departamento de Justiça. Contando com Nova Jersey, 16 estados e o distrito de Columbia têm leis que permitem o uso medicinal da maconha.

A governadora democrata Christine Gregoire, de Washington, vetou propostas para modificar o programa estadual do uso medicinal da droga, pois acreditava que algumas pessoas poderiam ficar expostas a processos. Já o governador Lincoln Chafee, de Rhode Island, suspendeu os planos de legalizar a maconha para este uso.

Em 29 de junho, o procurador-geral James Cole enviou um memorando aos promotores, citando um aumento no âmbito do cultivo comercial, da venda, da distribuição e do uso da maconha para uso medicinal. O documento, segundo ele, não tinha o objetivo de atrapalhar a implementação dos programas, cujas projeções de rendimentos giram na casa dos milhões de dólares, baseado no cultivo planejado de milhares de pés de cannabis.

FONTE: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/07/19/uso-medicinal-da-maconha-ainda-causa-polemica-nos-eua-2/

Apesar de legalizada, maconha medicinal continua fora do alcance em Nova Jersey (EUA)

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lei que libera o uso medicinal da maconha foi aprovada há um ano e meio, mas ainda não há maconha aprovada pelo Estado disponível para os pacientes, nenhuma está sendo cultivada e não há sinal de quando haverá

The New York Times

Richard Perez-Pena

Irvina Booker é uma criminosa incomum. Ela vive sob dor constante, inválida devido à esclerose múltipla e a artrite, uma avó cuja mobilidade limitada depende de seu andador, sua filha e de maconha.

“Eu nunca fumei antes de adoecer e não fumo por diversão”, disse Booker, 59 anos, que vive em Englewood, Nova Jersey. Ela não disse como obtém a maconha, mas disse: “Eu não quero ficar circulando de modo sorrateiro, com medo de que alguém seja preso por consegui-la para mim”.

Como muitas pessoas que argumentam que a maconha alivia a dor e a perda de apetite causada por doenças sérias, Booker comemorou em janeiro de 2010, quando Nova Jersey legalizou seu uso em casos como o dela. Mas um ano e meio depois, ainda não há maconha aprovada pelo Estado disponível para os pacientes, nenhuma está sendo cultivada e não há sinal de quando haverá.

Nos últimos meses, autoridades em Nova Jersey, assim como de vários outros Estados, disseram que os sinais ambíguos do governo Obama as deixam inseguras sobre se seus programas de maconha medicinal possam fazer com que as pessoas sejam processadas, incluindo funcionários públicos estaduais.

Um memorando do Departamento de Justiça, emitido no final do mês passado, deixou perguntas sem resposta, e o governador, Chris Christie, não disse como procederá. Mas os defensores da maconha medicinal dizem que em Nova Jersey, ao menos, a lei estadual é rígida o suficiente para não entrar em atrito com a política federal, e que a verdadeira meta do governador tem sido bloquear o programa.

“Não é preciso ser Sherlock Holmes para deduzir isso”, disse o senador estadual Nicholas P. Scutari, um democrata. “Ele faz uso de toda tática que pode para adiar e negar.”

O governador, um republicano, e seus assessores insistem que todo atraso se deve a uma tentativa genuína de fazer com que o programa funcione de modo apropriado.

“Diante do memorando do governo Obama, o gabinete do governador está atuando de modo diligente para assegurar que a implantação do programa não entre em conflito com a lei federal e não coloque os funcionários públicos encarregados pelo programa sob risco”, disse Kevin Roberts, um porta-voz de Christie.

Na quinta-feira, Scutari –que é um promotor local– e o legislador Reed Gusciora, os principais autores da lei, se reuniram com os assessores jurídicos do governador.

“Eles nos disseram que não estão convencidos de que querem nossa colaboração”, disse Scutari.

Mas pela primeira vez, ele disse, “a possibilidade de abandono do programa” foi mencionada, apesar de apenas de passagem. Assessores do governador negaram que exista alguma discussão sobre o abandono do programa.

O Estado nomeou seis organizações sem fins lucrativos para cultivo e distribuição de maconha. Os supostos cultivadores disseram que receberam o sinal verde, mas que seriam necessários pelo menos quatro meses para se estabelecerem.

“Muitas pessoas perguntam quando, como e se vamos abrir, e não temos o que dizer para elas”, disse Ida Umanskaya, diretora do Greenleaf Compassion Center, que planeja atuar em Montclair.

Outra operadora, a Compassionate Care Centers of America Foundation, “permanece cautelosamente esperançosa”, disse Raj Mukherji, um porta-voz do grupo.

Apesar de a maconha permanecer ilegal sob a lei federal, em 2009, o vice-secretário de Justiça, David Ogden, enviou um memorando aos promotores federais de todo o país dizendo que não deviam se concentrar “nos indivíduos que estão cumprindo de forma clara as leis estaduais existentes que permitem o uso medicinal da maconha”.

Mas o memorando veio com advertências, destacando o compromisso do Departamento de Justiça de processar os produtores comerciais de maconha e os traficantes que abastecem o mercado ilegal, apesar de escondidos atrás de “alegações de cumprimento da lei local ou estadual”.

Em março deste ano, agentes federais realizaram batidas em dispensários em Montana. Incluindo Nova Jersey, 16 Estados e o Distrito de Colúmbia têm leis que permitem o uso da maconha medicinal.

A governadora democrata de Washington, Christine Gregoire, vetou as mudanças propostas ao programa estadual de maconha, que ela disse que exporia os funcionários do Estado a um risco de processo. O governador independente de Rhode Island, Lincoln Chafee, suspendeu os planos de concessão de licenças para dispensários de maconha. O Arizona processou o governo federal.

Em 29 de junho, o vice-secretário de Justiça, James Cole, enviou um memorando aos promotores, citando um “um aumento do cultivo comercial, venda e distribuição e uso da maconha para fins medicinais”. O memorando de 2009, ele escreveu, não visava proteger as operações com “projeções de receita de milhões de dólares, com base no cultivo planejado de dezenas de milhares de pés de cannabis”. Ele não disse nada a respeito do status legal dos funcionários.

Christie não disse se o memorando de Cole o tranquilizou. Jessica Smith, uma porta-voz do Departamento de Justiça, se recusou a discutir sobre Nova Jersey, dizendo: “Nós não especulamos sobre que ação poderíamos ou não tomar em qualquer situação”.

Os defensores da maconha medicinal notam que, como um ex-promotor federal, Christie está ciente dessa política, e que o memorando sugere que Nova Jersey estaria isenta, porque seu programa envolveria apenas operações relativamente pequenas, sem fins lucrativos.

“Para nós, o memorando do Departamento de Justiça foi uma boa notícia para Nova Jersey”, disse Meagan Glaser, coordenadora de política da Drug Policy Alliance.

A lei de Nova Jersey buscou ser a mais rígida do país, em reação aos programas na Califórnia e no Colorado, que eram amplamente vistos como sendo caros demais, e especificando que apenas seis centros seriam autorizados. Ela limita a maconha para uso em uma lista específica de condições severas, como câncer, HIV e mal de Lou Gehrig, ou quando o paciente tem menos de um ano de vida.

O Legislativo aprovou o projeto de lei apesar da oposição de Christie, na época o governador eleito. O governador Jon S. Corzine a sancionou em seu último dia como governador.

Christie buscou designar a Universidade Rutgers como a única cultivadora e os hospitais como únicos dispensários, mas a universidade e os hospitais se recusaram a participar. O governador então pediu ao Legislativo que adiasse o início do programa e foi atendido.

No final do ano passado, o governo Christie propôs regulamentações limitando ainda mais o programa. Algumas foram posteriormente derrubadas, mas as regras que foram adotadas limitam a potência da maconha, proíbem entrega a domicílio, proíbe formas comestíveis da drogas e exigem que os pacientes comprovem que esgotaram os tratamentos convencionais.

A espera tem sido frustrante para pacientes como Sandy Fiola, de Asbury Park, que tem esclerose múltipla e sarcoidose. Ela disse que ninguém questiona seu direito de tomar analgésicos bem mais perigosos, como oxicodona, morfina e fentanil.

“O uso da maconha me permite reduzir os esteroides e a morfina, funciona melhor e fico mais lúcida”, disse Fiola, 54 anos. “Deus, eu espero que eles façam isso. A demora já foi grande demais.”

Tradução: George El Khouri Andolfato

FONTE: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2011/07/20/apesar-de-legalizada-maconha-medicinal-continua-fora-do-alcance-em-nova-jersey-eua.jhtm

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