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Intervenção Em Semáforo Aquece O Ativismo Em Fortaleza


.bUzatti.

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  • Usuário Growroom

O sinal verde para a maconha virou notícia nesta quarta-feira, 10 de agosto. Não; ainda não é a manchete que todos esperamos ler um dia nos jornais. Esse sinal é de trânsito, realmente verde, mas com um detalhe interessante. Resultado de uma bem bolada intervenção urbana, ao autorizar a passagem dos carros, uma folha de cannabis surge no semáforo, localizado no Centro de Fortaleza.

Ao passo em que os motoristas reparavam o sinal diferente, a intervenção ganhava o noticiário em portais, emissoras de TV e jornais. Enquanto o G1 preferiu focar a questão na contravenção penal e na resposta da prefeitura – marginalizando a ação, sem nem sequer abordar o debate ou a repercussão nas ruas -, o jornal cearense O Povo estampou uma divertida matéria sobre o caso, na capa do caderno “Vida e Arte”. A reportagem mostrava, de forma criativa, a reação dos transeuntes – muitos reprovando, outros se entusiasmando, mas a maioria apenas tentando entender.

E era essa exatamente a intenção dos responsáveis pela ação: fomentar nas mentes e corações da população o debate sobre a regulamentação do uso e cultivo da maconha. A intervenção foi realizada por um grupo de amigos ativistas – e usuários do Growroom – que, obviamente, preferiram não se identificar. “Decidimos começar a fazer intervenções urbanas para divulgar a ideia da legalização da maconha e o movimento grower para as pessoas da nossa cidade”, diz um representante do grupo.

A ação, que consistia em colocar folhas nos semáforos e pintá-los de preto, faz parte de um “pacote” de intervenções planejado pelo coletivo. Surgiu de forma despretensiosa, sem inspiração na THC – a revista argentina falou sobre os semáforos canabistas em sua primeira edição, comentando o impacto da intervenção e mostrando como fazê-la.

Os integrantes do coletivo se divertiram com a surpreendente repercussão da ação na capital cearense, e se empolgaram com o impacto que ela pode causar. “Queremos justamente somar forças aos movimentos, cada um à sua forma, lutando pelo mesmo objetivo”, afirma. Sem dúvida, o ativismo em Fortaleza solidificou seu poder com o episódio, reafirmando os princípios da luta pelo fim do proibicionismo. “Acreditamos na legalização da maconha para resolver boa parte dos problemas que a sociedade enfrenta hoje, principalmente em relação à violência”.

A turma credita, ainda, o Growroom pelo incentivo ao cultivo caseiro da cannabis e ao abandono do vicioso ciclo do tráfico de drogas. “Graças ao Growroom, o movimento grower tem crescido cada vez mais aqui em Fortaleza e podemos dizer que somos filhos do ativismo que esse pessoal tem praticado há anos”, conta o ativista.

Infelizmente, o semáforo na Rua Visconde do Rio Branco, na altura da Padre Valdevino, será trocado pela prefeitura. Claro, não poderíamos esperar outra coisa. O poder público brasileiro ainda se conturba quando o assunto é cannabis, e é bem mais cômodo esquecer o fato e qualificar a ação como um crime ao patrimônio público, do que observá-la como uma manifestação política, séria e bem intencionada. Mas não se preocupem, canabistas de plantão – o nosso verde ainda continuará tomando as ruas de Fortaleza.

Fonte: Growroom Blog

Leia mais:G1 / O Povo

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  • Usuário Growroom

noossa !

muito boa a ideia

entao .. alguem se lembra onde ta o video dos caras na argentina pichando varias coisas ? da pr atirar varias ideias naele video

a parada é faze igual inglaterra

revolution geral quebra a porra toda e foda-se

tao humilhando a gt por plantar a paz ha muito tempo

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  • Usuário Growroom

Galera, se eu não me engano, tem um tópico similar que deram a idéai de fazer um ativismo mais às claras. É um movimento de desobediência civil e que de primeira eu achei interessante:

http://www.growroom.net/board/topic/39002-movimento-i-grow-assuma-se/page__p__660941__hl__parima__fromsearch__1#entry660941

falous

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  • Usuário Growroom

cara tem os stecils, tem grafit msm, tem a invasao em radio ao vivo, tem os carimbos , e tem isso aqui oh

vale a pena a leitura! nao eh besteira, esta romantisado mas a ideia eh muito aplicavel.

leiam por favor

O Discreto Charme de uma Briga de Boteco

(ato seis)

Durante a semana que passou começamos a discutir mais seriamente os métodos e efeitos reais de

nossa Panfletagem Subliminar. Em nossos últimos ataques ao cotidiano corremos riscos demais, cagaços

realmente assustadores. Não esquecerei jamais o olhar daquele gordo peidorrento que me flagrou em sua sala.

Ainda por cima no domingo, durante minha infernal ressaca do vinho que tomamos na comemoração no Parque

da Fazendinha, um temporal diluviano desabou sobre Curitiba com direito a toneladas de granizo. Um sinal,

interpretei como um sinal.

Sem contar que a imprudência de meus colegas, em especial do Jean, Vinicius e Fabio, certamente nos

colocará em sérias enrascadas se mudarmos de atitude.

- É o seguinte galera, precisamos baixar a bola.

- Com certeza! - que o Sergio fosse concordar eu já sabia.

Sergio sempre foi um cara calmo e tranquilo. Foi muito foda convençê-lo a fazer aquelas paradas com

os quadros na noite da invasão. Depois disso ele ficou mais decidido, passou a ir com a gente nos ataques, por

exemplo. Mas enfim, dá pra se dizer que agora ele tá funcionando como uma âncora pra gente.

O problema é o Vinícius, que na hora do pega pra capar chuta o pau do barraco e se arrisca à toa; O

Jean que anda numas de se misturar e puxar assunto com chaveiros e o Fabio, que tá pirando em comprar uma

arma. O Fabio até que dá pra descontar porque é só papo, tipo aqueles cachorros pequenos que latem pra

caralho e não mordem.

Pra resumir a questão eu tava afim de um negócio sem riscos pra dar uma relaxada e uma acalmada nos

ânimos. O Sergio, aproveitando a oportunidade, foi o que mais insistiu nos conceitos de Panfletagem

Subliminar.

- É legal, fazer um discurso sem que as pessoas se liguem na parada.

- Mas o que estamos fazendo não deixa de ser isso. - Retrucou o Fabio.

- Sim, mas eu tava pensando numa coisa mais ao pé da letra, tipo TFO, Terrorismo de Formação de

Opinião.

Aí a galera foi à loucura com as viagens do sujeito.

- Agora eu vi que você pirou!

- Porquê que todo artista gosta de vir sempre com essa banca de surreal?

Mas o Sergio teve uma idéia, dessas tipo eclipse, a cada noventa anos.

- Pra fazer um TSO a gente bola tipo uma peça, tem que ser um troço que choque as pessoas, que toque

a pessoa fundo e que clame por discussão, tipo construir uma opinião apartir do alicerçe.

- Não tô entendendo porra nenhuma!

- A gente faz num bar, tá ligado? Num bar. Vamos todo mundo combinado e começamos a discutir e

levantar certas lebres.

Taí, Sergio demorou mas chutou a gol. Armar o maior rebuliço num boteco, como se fossemos todos

estranhos e começar a discutir assuntos estratégicos.

Eu chamaria esse tipo de operação de TPAO, Terrorismo de Pulga Atrás da Orelha, mas tudo bem, a

idéia foi dele, tenho que aceitar.

Por fim escolhemos um boteco perto do Terminal de Ônibus do Guadalupe, no centro. Escolhemos a

Lanchonete Tropical porque tava frio e chovendo e achamos o nome palhaço. O assunto seria o "arrastão" que

uns assaltantes fizeram num condomínio da alta burguesia aqui em Curitiba: dicutiríamos o direito à

propriedade privada. Sutilmente é claro.

Jean entrou no boteco com a Tribuna do Paraná da semana passada, pediu uma cerveja e ficou lendo a

matéria do assalto. Uns minutinhos depois entrou a Marília, namorada do Vinícius, comprou uma carteira de

cigarro e quando viu a reportagem que ele tava lendo comentou:

- Esses assaltantes se deram bem, hein? Devem estar na praia agora, só curtindo. Né tio?

O tio dono do bar deu uma risadinha meio sem graça.

- É! ... pelo menos roubaram gente rica, né?

- É isso aí! - Pegou seu cigarro e saiu fora

Então, quando a Marília sai do bar, Jean se manifesta:

- Quer saber de uma coisa? Aqueles caras fizeram uma baita dum trabalho bem feito, nenhum daqueles

riquinhos sentirá muita falta das coisas que os assaltantes levaram.

- É isso aí, s-sangue bom! - Resmungou um mendigo com seu martelinho de pinga na mão.

Então o Vinícius se encostou no balcão e pediu um pastel e um pingado, ele seria O reacionário.

- Esses filho da p-puta p-precisam se fu-fuder um pouco. - O carinha tinha que se escorar no balcão pra

não cair de bêbado.

- Se eu pudesse pagaria uma cerveja pros caras.

- Só!

Vinícius então olhou com uma cara de indignado pros dois. Eu o Fábio permanecemos quietos, cada

um em uma mesinha, ele com uma cerveja e eu com uma Tubaína de framboesa de 600ml e 80 centavos.

- Escutem aqui vocês dois, estão elogiando pessoas que roubaram cidadões honestos que ralaram pra

comprar o que tem. Ladrão agora é gente?

- Ninguém fica rico trabalhando, tem roubar pra chegar lá, se o sujeito tem muito, pode ter certeza que

é às custas de muita gente terem pouco.

- Ah, cala a boca, como você pode falar uma merda dessas? - Falou o Vinícius, já levantando a voz.

Jean baixou os olhos no jornal e ficou quieto. Então o Fábio gritou da mesinha onde estava.

- Caralho, não acredito nisso! Cidadão! Chegue aqui mais perto! - Estava fazendo uma cara de

invocado e Vinicius se aproximou com uma expressão cautelosa.

- Na natureza não existem posses, todos os bichos vivem em harmonia porque nenhuma onça é dona de

nenhum mato, nenhum peixe é dono de nenhum açude e nenhum pessarinho tem pagar aluguel pra fazer ninho.

O bebum deu uma sonora gargalhada e eu me meti na conversa.

- Os cachorros mijam e aquele mijado passa a ser dele, tipo fica dono.

Todos me olharam, até o dono do bar e os outros fregueses que começaram a prestar atenção na

discussão. Nesse meio tempo entrou o Sergio e um engraxate que estava na porta e que começou a engraxar seus

sapatos.

- Peraí rapaz, o cachorro não demarca o território como se fosse SEU, só faz isso pra fazer tipo uma

residência e sentir um tipo de conforto, a natureza é harmônica. Se tudo fosse de todos não existiria roubo.

Aí o povo que estava no bar começou a se manifestar também, cada um com sua opinião, Vinícius que

parecia o mais exaltado.

- Se um filho da puta ousar invadir minha casa pra pegar um pedaço de pão sequer eu encho o lazarento

de bala.

O mendigo pediu mais um copo de pinga, desta vez dos grandes e começou a prestar atenção.

- Você fala isso porque deve ter tudo de bom em casa e não deve te faltar nada.

- Tenho! Tenho sim e foi às custas de muito trabalho.

- E se teu pai perder o emprego, como tá acontecendo com muita gente?

- Roubar é que eu não vou.

O mendigo tomou o resto da pinga de um gole só e soltou essa pérola:

- Quem n-nunca p-passou fome não sabe mesmo p-porque se rouba.

Todos olharam pra ele e dessa vez foi o engraxate quem deu risada.

- Você sabia que se pegarmos todo o dinheiro do mundo e repartissemos entre todos ficaríamos todos

ricos e a economia ia pra cucuias? Sabe porquê? Porque essa merda de mundo do jeito que está precisa de

pobres para que aquilo que os ricos possuem, tenha algum valor! A única vantagem de você ter um carrão

importado é que os outros não tenha e assim poder esnobar.

O Jean fechou o jornal, não era mais necessário e deu sua opinião:

- Concordo com isso. - Só pra deixar o Vini mais puto ainda.

-Não acredito! Isso é papo de vagabundo que tem medo de trabalho. Você pensa que o desemprego é

tão alto assim? Alta é a vagabundagem. Todo mundo tem direito de ter tudo aquilo que puder comprar.

- É, mas tem gente que tem demais. - Comentou o dono do bar.

- É verdade, falei.

Fabio tava começando a se entusiasmar:

- Se ninguém tivesse direito de possuir nada como se fosse seu, só seu, praticamente não existira crime,

pois ninguém pode roubar nada se pertence a todos. Nem a polícia precisaria existir.

Dessa vez foi um frequentador do boteco quem se manifestou.

- E os assassinatos?

- Assassinatos? A maioria dos crimes é por causa ou de ganância ou pobreza mesmo, os poucos crimes

que sobram tipo os devido a dor de corno poderiam ser decidido na base da justiça pelas próprias mãos.

- Aí já seria barbárie.

- Barbárie? Barbárie é o que está acontecendo hoje em dia. Do jeito que as coisas estão, com quem tem

tendo cada vez mais e quem não tem tendo cada vez menos, você vai ver o que vai acontecer com os teus filhos.

Tinha um tio gordão mandando ver nos pastéis com café preto que fez um comentário debaixo de seu

enorme bigodão.

- Uma coisa esse rapaz tem razão, tem muita gente com dinheiro demais, acho que tinha que ter alguma

lei que regulasse a quantidade de dinheiro que a pessoa pode ter.

Dessa vez fui eu a acrescentar.

- Leis? Mais leis? Você já viu o tamanho dos livros que os advogados carregam? O senhor acha que lei

resolve? Enquanto existir lei vai existir neguinho desobedecendo a lei.

- É verdade, e polícia não resolve nada, já reparou que quanto mais polícia se bota nas ruas, mais as

coisas descambam.

De repente todo mundo no bar tava questinando polícia, escola e até a igreja, teve um que falou.

- Essas Igrejas Universais são a maior prova de que nem a religião resolve mais, os pastores mantém

seu rebanho mais ou menos comportado, roubam seu dinheiro e cada fiel que abandona a igreja se revolta com o

mundo, conheço um monte de gente lá no bairro que foi assim, menino saiu da igreja virou maloqueiro, menina

saiu da igreja virou puta. O negócio vai complicar cada vez mais desse jeito.

Vinicius estava interpretando um reacionário com perfeição.

- Só sei dizer uma coisa meus filhos terão educação, roubar ou mendigar é que não vão.

Foi a gota dágua, o mendigo já tava bêbado e indignado com o Vinícius fazia uma cara, pegou a

garrafa de cerveja do Jean, quebrou no balcão e foi pra cima. Imediatamente tivemos que esquecer nosso

teatrinho e defender nosso amigo. O Sergio segurou o cara e o Vinícius saíu do bar chingando todo mundo. O

engraxate se cagava de dar risada e o dono do bar chamou um PM que fazia ronda no Terminal Guadalupe.

Pela primeira vez tivemos um contato com a polícia, mas sem grandes estresses, o dono do boteco

explicou tudo ao guarda e ele queria levar o mendigo em cana. Pagamos a conta e a garrafa quebrada e

convencemos o policial a deixar tudo quieto, que o coitado não teve culpa e que foi tudo provocação de um

mala que já tinha ido embora. Saímos do bar junto com o mendigo, quase que carregando-o.

Este foi nosso primeiro ato de Panfletagem Subliminar Teatral, teve suas falhas de funcionalidade mas

até que foi divertido. Eu e o sergio participamos pouco, mas já deu pra mais ou menos ver como as coisas

funcionam, é só dar corda que a galera se enforca. Tenho certeza que todo mundo que estava lá saíu comentando

a história e pensando um pouco mais na razão da existência da propriedade privada.

Nos encontramos todos no terminal depois e tomamos quentões com o mendigo até passar o frio e a

chuva, comentando a história e rindo. Foi legal quando o Vinicius chegou, devagarinho, cagado de medo do

mendigo. Tentomos explicá-lo que era uma farsa que tínhamos criado, mas ele tava tão bêbado que não

entendeu bosta nenhuma, apenas abraçou o Vini, missão cumprida

retirado desse otimo livro

http://brasil.indyme...5/03/310612.pdf

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