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Repressão E Agressão Contra Estudantes Na Marcha De Viçosa/Mg. Nov/2011


GrowingDreams

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  • Usuário Growroom

Caros Growroomzeiros, é com muito pesar que aqui transcrevo a nota Pós semana Nico Lopes, que ocorrreu em Viçosa-MG para que tomemos consciência do que ocorre fora dos olhos da midia, se fosse para explorar a desgraça alheia teriamos presentes todos os veiculos de comunicação, mas como se trata de uma minoria que quer apenas se manifestar, somos cobertos. Não cobertos pela mídia hipocrita, mas cobertos por um mar de preconcceitos, cobertos por uma nuvem de spray de pimenta, cobertos pela repressão, pela censura. Segue a nota publicada pelo corajoso coletivo "Cultivando uma Ideia".

"Nota pós Nico Lopes:

À toda comunidade estudantil e viçosence,

Somos um coletivo antiproibicionista que vem questionar a atual política anti-drogas, que mata muito mais que a maconha e, pasmem: até mesmo que o crack, pois são muitas as vítimas da “perdida guerra às drogas”, encarceradas ou mortas pela polícia.

A mesma que deveria estar do nosso lado, pois depois dos usuários das drogas são eles as maiores vítimas da proibição. O traficante tem AR 15 e eles tem revólveres enferrujados e colegas corrompidos pelo dinheiro sujo e podre do tráfico.

A Nico Lopes é um evento político e cultural, festa tradicional viçosense e momento de mostrarmos nossas caras e manifestarmos nossos ideais e pensamentos...

A construção desse evento é aberta à toda comunidade e nós do Coletivo Cultivando uma Idéia não poderíamos ficar de fora dessa pois somos um movimento de LUTA pela diminuição da violência e perseguição de minorias que usam drogas, e, mais do que participar, encontramos o momento perfeito para introduzir o diálogo no campus num nível mais acadêmico. (Nossas atividades anteriores às do evento foram as sessões do THCine, filmes e documentários exibidos afim de propiciar informação e posicionamento crítico ao público - já que o pré-conceito ao qual nós, ‘maconheiros’, estamos habituados resume-se à desinformação, pois posicionamento crítico de fato pressupõe estudo e conhecimento de causa. Julgamento e pré-conceito NÃO SÃO conhecimento).

André Barros (advogado da Marcha da Maconha) esteve presente na mesa de abertura da NL (quarta 26/10) junto de outros estimados convidados. Quem esteve lá teve a oportunidade de entender como tudo começou, com a história da proibição da maconha no Brasil, onde André expôs claramente que em nosso país a proibição é RACISTA. Fumar maconha foi proibido junto a outros costumes dos negros, como a capoeira, o samba e o candomblé.

André também deu outro espaço, o “Maconha, Legislação e Usuário” onde nos informou à respeito de toda legislação que trata da maconha e do usuário, já que, felizmente, embora tardiamente, a lei reconheceu que traficante e usuário são coisas bem distintas, mas como a lei não especifica que quantidade de maconha distingue o usuário do traficante, ficando isso a cargo do juíz que processa o caso, muitos usuários são ainda tratados como traficantes (como fica evidente no Brasil que usuários negros de classe baixa são considerados traficantes, enquanto jovens brancos e de classe média/alta são geralmente vistos como usuários e não têm privação de liberdade).

Na quarta-feira 09/11, exibimos Quebrando o Tabu, documentário que traz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e outros políticos latino-americanos, além do médico Dráuzio Varela e outros pensadores discutindo e propondo alternativas ao que eles vêem como “O fracasso da guerra às drogas”. Foi um sucesso, o documentário exibido no Porão do Centro de Vivência contou com a presença de cerca de 200 espectadores e lotou o espaço. Quisemos encerrar o THCine do ano com chave de ouro, isso porque, no dia seguinte seria o grande dia, a mesa-debate: “Maconha: Proibida! Por quê?” com a presença dos estimados: Sergio Vidal, bacharel em antropologia pela UFBA, pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Substâncias Psicoativas (GIESP) e do Núcleo de Estudos sobre Psicoativos (NEIP). Atualmente, membro do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas - CONAD, como representante da UNE; Julio Delmanto, jornalista e mestrando em história social pela USP que aborda em suas pesquisas questões sobre o imperialismo e a proibição, a violência e o tráfico, membro do coletivo anti-proibicionista de São Paulo: DAR - Desentorpecendo a Razão; Francesco Ribeiro, professor licenciado em Química, ativista antiproibicionista e redutor de danos sobre a violência e o tráfico; e Gaby Clauss, geógrafo pela UFMG que, de 2009 a 2010, realizou pesquisas pela América Latina e, desde então, aborda sobre as consequências das guerras às drogas em países Sul Americanos.

Essa mesa de debate NÃO contou com o apoio da UFV, pois, uma semana antes da mesa acontecer a UFV cancelou a passagem (que já estava comprada, pagando multa e gastando ainda mais) de Sérgio Vidal e vetou qualquer apoio à vinda dos outros convidados, haja vista que o debate era em sentido ideológico contrário ao dogma proibicionista imposto historicamente contra as minorias.

Foi realmente de muita indignação a falta de respeito que a UFV teve para com esses pesquisadores e profissionais. Ainda mais agora que a UFV faz parte do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. É intrigante o fato de uma universidade que recebe verba para lidar com o problema das drogas negar qualquer apoio a um debate sobre maconha. E especificamente, negar a vinda de um membro do CONAD, quando acaba de criar um COMAD (Conselho Municipal).

Lutamos e, com a ajuda e apoio de muitos, conseguimos. Frente ao argumento (desculpem: Bizarro!) de que isso não era um debate, mas uma apologia à maconha, convidamos para a mesa duas psicólogas da UFV: Poti Colaço e Carmem Lúcia, que não aceitaram nosso convite (com a Carmen nem chegamos a falar, pois a Poti disse que ela já havia se pronunciado à respeito, negando o convite) e Pe. Wandinho, que aceitou prontamente. Porém as psicólogas estiveram presentes na platéia e Carmen Lúcia se pronunciou, dizendo que achava o debate importante e que deveria ocorrer mais vezes, e agora com o apoio da universidade.

Felizmente Pe. Wandinho participou, pois, apesar de terem nos dito que não apoiariam a mesa, mas que não poderiam fazer nada caso conseguíssemos realizá-la, depois do evento soube-se que tivemos no publico a presença de policiais (à paisana) que estavam prontos para censurar o debate (apesar do direito de livre expressão que nos garante a constituição e, mais especificamente, o direito a nos manifestarmos em relação às leis de proibição da maconha, concedido pelo Supremo Tribunal Federal, pela ADPF 187, em junho deste ano) e que só não o fizeram por causa da presença do Pe. Wandinho e de seu pai na platéia.

Como se não bastasse, ainda antes disso durante nossas tentativas de negociação com os pró-reitores, diante de nossos apelos escutamos prontamente um: ‘NÃO! Não apoiaremos essa mesa de maneira alguma. O major Almir já esteve presente na pró-reitoria, e disse que se a mesa acontecesse, a polícia NÃO cobriria a marcha Nico Lopes.’

Bem, todos sabemos que a polícia não pode entrar no campus e, que o trio elétrico NÃO passou das 4 pilastras... (Alguém sabe explicar por quê?)

Também sabemos que a polícia interrompeu o show do Nação Zumbi pela metade, e a banda O Quinto, vencedora do festival de bandas, nem chegou a tocar, mesmo com o acordo que o DCE tinha com a prefeitura.

Mas o deprimente ainda estava por vir...

Na noite do dia 12, após a interrupção do show, soube-se que jovens que, mais cedo marchavam com o bloco que se manifestava a favor da legalização, foram agredidos com spray de pimenta no rosto e outros dois foram levados até a delegacia de Ubá, acusados de desacato.

Como explicitado, sofremos várias REPRESSÕES à nossa liberdade de expressão e: não nos sentimos protegidos ao exercer nossos direitos. Queremos deixar claro que o nosso papel não é fazer apologia, e sim transmitir informações sobre o assunto e debater com a sociedade. Também queremos exaltar que estamos indignados com o posicionamento da reitoria da UFV e da polícia militar diante do trabalho do coletivo. O Cultivando uma Idéia está disponível para quaisquer esclarecimentos.

Coletivo Cultivando uma Idéia"

Galera, temos que nos mobilizar e agir! Até quando seremos massacrados e teremos nossas bocas caladas com truculência? Liberdade de expressão?!!? Artigo 5º?!?? ADPF 187?!?! Tudo pura piada nesse pais de hipócritas.

Abraço marofado e revoltado a todos!

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  • Usuário Growroom

Os proibicionistas estão com ´o cú na mão, tendo em vistas as nossas últimas conquistas e o potencial que o movimento possui agora.

Não podemos esmorecer e que isso sirva de lição para a cada dia nós consigamos nos organizar melhor e conseguir valer os direitos do cidadão.

Que a galera de minas consiga montar umas PUTA marcha neste ano, é isso aí VQV :ativismo: :ativismo:

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Acabei de ler o texto inteiro, é revoltante como o estado age contra os interesses que dizem ter, que é de por um fim no consumo de drogas perigosas como o crack...

Se nos dessem ouvidos, se entendessem que são esses mesmos indivíduos reprimidos os que possuem a resposta para o fim do abuso de drogas perigosas...

Não dá pra ser feito nada legalmente? Quem sabe na corregedoria algo pode ser feito, chega de repressão a mov. social!

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  • Usuário Growroom

Demais, quero deixar os parabéns a galera de viçosa que fez acontecer toda essa movimentação apesar dos problemas, principalmente com a reitoria.

Adoraria ter participado do evento, a galera de minas/sul de minas tem que se organizar e divulgar melhor os eventos, principalmente aqui pelo fórum.

Em que cidades nas proximidades acontecem as marchas por aqui? Sou de Lavras, faço UFLA.

A galera da região tinha que se organizar mais, e comparecer em peso pra representar a casa no estado.

Grande abraço.

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  • Usuário Growroom

Que vergonha!

Deprimente cortar um show do Nação Zumbi no meio!!! lamentável!

"Esse samba é pra você que quer acabar com a nossa cultura popular"

Atentado contra a cultura! Atentado contra os movimentos sociais e a liberdade de expressao

proibicionistas neo-fascistas rockefélladaputas

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  • Usuário Growroom

Ninguém respondeu ainda minha pergunta, por onde rola marcha aqui por essas bandas?

Sou paulista, do interior de São Paulo, mas resido por essas bandas a maior parte do ano.

Vamo se unir minerada, catalogar a galera, se conhecer, e descer em peso em todos os eventos que tiver e marcar encontros pra unir a galera e promover o ativismo.

Quem mais aí é de minas?

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