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Promotoria Considera 'Desastrosa' Ação Na Cracolândia E Abre Inquérito


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Ministério Público diz que operação ocorreu de maneira adiantada e sem articulação entre a PM e as secretarias

Fernanda Simas, iG São Paulo | 10/01/2012 17:20 - Atualizada às 18:44

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Foto: AEAmpliar

Usuários de drogas se concentram na esquina das ruas Aurora e Guaianazes nesta terça-feira

O Ministério Público (MP) de São Paulo abriu inquérito civil para apurar os objetivos e possíveis responsabilidades criminais da Ação Integrada Centro Legal, que pretende acabar com o consumo e tráfico de crack na região conhecida como Cracolândia. O inquérito também vai investigar possíveis abusos de poder por parte de policiais militares e casos de violência.

Para a Promotoria, a operação, que começou há uma semana, é “desastrosa” porque ocorreu de maneira “adiantada” e sem articulação entre a Polícia Militar e as secretarias municipais de Assistência Social e de Saúde.

Leia também: Usuários da Cracolândia se espalham pelo centro de São Paulo

“Tráfico de drogas é questão de polícia, dependente químico, não. Essa operação está servindo apenas para espalhar o problema pela cidade”, disse o promotor Eduardo Valério, da promotoria de direitos humanos da divisão da inclusão social.

Valério ressaltou que as organizações de tráfico de drogas se adequam aos consumidores e que a operação não acaba com isso. "Não acreditamos que essa operação vá acabar com o tráfico. Onde estiver o consumidor, estará o tráfico. Para eliminar o tráfico, é preciso um trabalho de inteligência".

Nesta terça-feira, promotores de Justiça de Inclusão Social, Da Infância e Juventude, de Saúde Pública, e de Habitação e Urbanismo, concederam entrevista à impressa na sede do Ministério Público, no centro de São Paulo, para explicar a abertura do inquérito civi. “Como está, de fato, não pode continuar. Há a necessidade da adoção de políticas com articulação e respeito e não com dor e sofrimento. Um Estado não pode ser o algoz do cidadão”, completa Valério.

Considerando o quanto já foi gasto na operação pelo poder público e os resultados obtidos, os promotores consideram que pessoas possam ser responsabilizadas por improbidade administrativa. De acordo com o último balanço da Polícia Militar, apenas 0,447kg de crack foi apreendido na operação até o momento. De três mil abordagens policiais, 49 pessoas foram detidas, sendo que 26 eram condenados foragidos. Entre as 788 abordagens de agentes da saúde, 33 foram encaminhadas para serviços de saúde e outras 28 foram internadas.

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Foto: PADUARDO/FUTURA PRESS/AEAmpliar

Policiais realizam operação para retirar usuários de droga e prender traficantes

No próximo dia 13, as promotorias se reúnem com o comando da Polícia Militar e as secretarias envolvidas na operação para tentar “recuperar o leite derramado”, como disse o promotor Maurício Ribeiro Lopes, da Promotoria de Habitação e Urbanismo. Se não houver recuperação, o MP vai pedir a interrupção da operação.

Operação adiantada

Segundo os promotores, a operação deveria ocorrer só em fevereiro, depois da abertura do Complexo Prates, um centro de atendimento com capacidade para 1,2 mil usuários de drogas na Rua Prates, no Bom Retiro, e que funcionará 24 horas. “Estávamos aguardando essa inauguração e eis que fomos surpreendidos por essa operação do governo estadual que põem por terra todo o projeto que se tinha no papel”, afirmou Valério.

O projeto previa diversas medidas como a articulação entre os agentes sociais e de saúde, métodos de portas de saída para que a pessoa não saia do tratamento e retorne às ruas e ao crack. Também estavam previstas políticas de habitação e emprego. "Esperávamos que a repressão policial viesse apenas no final da operação", acrescentou o promotor.

"Não houve nada novo no início deste ano que justifique essa iniciativa violenta do governo. Se não era para esperar a inauguração (do Complexo Prates), a operação poderia ser feita no ano passado, retrasado ou há cinco anos", explicou Valério. Questionado se haveria uma motivação política por trás do início da operação, o promotor disse que é possível. "Estamos tentando entender, é possível, mas não podemos afirmar isso."

Vínculo entre agentes e dependentes

Segundo os promotores, é essencial que haja um vínculo entre os agentes sociais e os dependentes químicos para que se possa ser feito o encaminhamento para as unidades de tratamento. "A polícia boicotou o trabalho dos agentes de saúde. Agora as pessoas estão sendo enxotadas de lá. Cada um foi atirando de um lado, sem uma política de Estado", explicou o promotor Valério.

Além disso, no caso das crianças e adolescentes, é necessário o acompanhamento familiar. "Não vimos nessa operação diferença entre as abordagens de adultos e de crianças e adolescentes", afirmou a promotora da Infância e Juventude Luciana Bérgamo.

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Foto: AE

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    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
    • Curitiba é sempre pior parte hahahaha!
    • o teu chegou? o meu já passou por Curitiba mas tá devagar (pelo menos o pior já passou) kkkkkkkkkk
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