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Os Últimos Dados Internacionais Sobre Drogas, E A Cracolândia


Percoff

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  • Usuário Growroom

Os últimos dados internacionais sobre drogas, e a Cracolândia

Tags:cracolândia, drogas, pesquisa - walterfm1 às 13:23

a-crack-na-cracolandia.jpg

Uma pesquisa realizada por respeitados especialistas da University of South Wales (Sydney-Austrália) mostra a existência, no planeta Terra, de 200 milhões de usuários habituais de drogas proibidas pelas convenções das Nações Unidas (ONU). Portanto, ficaram fora do levantamento os consumidores de álcool e tabaco, que não são proibidos pela ONU.

Os 200 milhões de consumidores representam uma média tirada de um mínimo de 149 milhões e de um máximo de 271 milhões. Em outras palavras, um habitante vivo do planeta dentre 20 consome droga ilícita. E no nosso planeta, em outubro de 2011, falou-se em 7 bilhões de seres humanos vivos.

Só para lembrar, existe um número de consumidores habituais de drogas ilícitas superior à população brasileira: 192.376.496 de brasileros, conforme divulgado em agosto de 2011.

Nesse universo de 200 milhões de usuários habituais espalhados pelo planeta, cerca de 125 milhões usam maconha e, entre 14 e 21 milhões, consomem cocaína, incluída a forma solidificada conhecida por crack, tudo consoante a pesquisa da supracitada universidade de Sydney.

Por ano, as drogas proibidas em convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) matam 250 mil pessoas. Pouco se comparado com o álcool e o tabaco. O uso abusivo do álcool resulta, anualmente, em 2,25 milhões de óbitos. Quanto ao tabaco, mata 5,1 milhões anualmente.

Diante desse quadro, as principais preocupações centram-se na prevenção, no tratamento, na reinserção social e na repressão às redes planetárias de abastecimento de drogas: na Cracolândia, a Polícia Militar executa plano de prisão do denominado “avião”, a pessoa colocada pelos grandes traficantes para as vendas no varejo.

A recente operação realizada na região central de São Paulo conhecida por Cracolândia representa um arremedo de solução para o fenômeno representado, naquele território, pelo crack.

Segundo dados da municipalidade, 1.664 dependentes frequentam a Cracolândia. E apenas 400 dependentes de crack habitam no lugar. Na Cracolândia, onde transeuntes são atacados, crimes são consumados por autores ou partícipes sob o efeito de drogas, e comerciantes são prejudicados. Mas, até o final de dezembro de 2011, o confinamento serviu aos interesses dos responsáveis pelo governo do estado e do município

Agora, balas de borracha e bombas são utilizadas pela Polícia Militar paulista na região conhecida por Cracolândia. O objetivo da dupla Alckmin-Kassab, pelo que se nota, é terminar com a política, iniciada nos anos 90, de confinamento.

Para “limpar” o território (objeto de grande especulação imobiliária e incentivos fiscais para investidores da iniciativa privada) e evitar a volta dos agora “indesejados sociais”, priorizou-se a força policial, mal mascarada por ações sociais, apesar de a unidade de apoio aos dependentes químicos do crack ainda não estar implantada: a previsão de instalação é para o final do mês de janeiro quando, pelo ritmo das ações policialescas de dispersão, não haverá mais nenhum toxicodependente a apoiar.

Desde os anos 90, os governantes mantiveram, para evitar dependentes de craques espalhados pelos bairros de eleite, um “pogrom” de usuários de crack. Agora, os enxota e quer evitar que migrem para a região de residência de grande parte da elite paulistana.

A dupla que preferiu a força policial, com ação de matriz nazifascista, desconhece o que se faz pelo mundo para terminar, respeitando os direitos humanos, com as cracolândias. O resultado internacional mais expressivo em termos de recuperação vem de uma comunidade terapêutica italiana, em Rimini (San Patrignano). Naquela comunidade, 7 em cada 10 jovens se recuperam.

Mais ainda. Para evitar os confinamentos em cracolândias, deram certo, por exemplo, políticas que empregam salas seguras para uso (narcossalas) e drogas substitutivas (metadona). E deram certo na Alemanha, Espanha, Canadá, Suíça e EUA.

Para Alckmin e Kassab a força policial é a melhor das armas. E a PM, que tem no currículo o massacre do Carandiru e, recentemente, a trapalhada no campus da Universidade de São Paulo, é a solução para a expulsão. Enquanto isso, até Marta Suplicy, a prefeita que nada fez para colocar fim no pogrom dos dependentes apelidado de Cracolândia, já deita falação.

Wálter Fanganiello Maierovitch

Fonte: http://maierovitch.blog.terra.com.br/2012/01/09/os-ultimos-dados-internacionais-sobre-drogas-e-a-cracolandia/

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  • Usuário Growroom

É o que brasileiro gosta: política imediatista! Só que não enxerga que eles tão jogando a sujeira pra baixo do tapete, e, que na primeira limpada de pé, a sujeira vai voltar!

Dessa maneira perpetua o ciclo vicioso, onde o Estado libera dinheiro pra polícia, a polícia espanca os usuários e os usuários vão pra outro lugar, reiniciando o ciclo!

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  • Usuário Growroom

Nem fazia idéia de quem era esse tal Wálter Fanganiello, e como tive que googlar pra saber, já vou adiantando pra galera ae.

Ele é desembargador do Tribunal de Justiça, escritor, professor e colunista do "TerraTV".

É peixe grande pra causa legalista e pacifista!!!

Avante Brasil!!

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  • Usuário Growroom

A impressao que eu tenho é que se pegassem todas as pessoas de todas as cracolandia do país, nao encheria uma estádio de futebol, por exemplo, o do Santos (Vila Belmiro), que tem capacidade maxima de 22 mil pessoas.

A impressao que eu tenho é que se gasta muito dinheiro nessas açoes de "combate ao crack" do que realmente seria necessario, e nao se resolve nada. É como naquela reforma de asfalto de rua feita com asfalto vagabundo, que em poucos meses vai ruir e precisará ser novamente trocado.

Acredito que nem todo mundo que experimenta ou faz uso contínuo de crack, vai parar em cracolandias. Elas só existem pq as pessoas ja estavam la, em situaçao de rua, e se tornaram vitimas faceis pros aviaozinhos de pedra. E aí, na rua, sozinho, sem familia, é muito dificil sair dessa condiçao.

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  • Usuário Growroom

Lendo os comentários, logo abaixo da matéria, olha que texto muito bom também:

NOTA DE REPÚDIO À POLÍTICA DE “DOR E SOFRIMENTO” NA CRACOLÂNDIA

O Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade representativa dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), vem a público manifestar repúdio ao Plano de Ação Integrada Centro Legal, iniciado em 03 de janeiro de 2012 na Cracolândia, região central de São Paulo.

O plano é errado tanto na sua concepção, quanto no modo como é executado. Esse projeto envolve a ação da Polícia Militar na região, buscando inibir o tráfico de drogas e dispersar os seus usuários, que também seriam impedidos de se fixar em outros locais. A denominada “política de dor e sofrimento” visa provocar abstinência nos usuários de crack, a partir da qual, em visão equivocada, eles buscariam tratamento junto ao Poder Público.

Deve-se atentar, primeiramente, à fragilidade desse plano, pois parte do pressuposto que o sentimento de fissura do usuário em abstinência ocasionará seu interesse em buscar tratamento, ignorando os demais efeitos, como outros problemas de saúde ou reações violentas à abstinência. Ainda que essa política agressiva e desumana em andamento efetivamente gerasse busca por tratamento, a cidade de São Paulo não teria condições para atender os usuários, pois carece de estrutura adequada para tanto. E pouco se faz a esse respeito.

Diversos agentes do Poder Público também têm reiterado que a migração dos usuários a outras regiões será combatida, concluindo-se, então, que a operação será estendida para outros pontos da cidade. Transparece, dessa forma, a adoção de uma estratégia que somente expulsa os usuários de um lugar a outro, continuamente, em detrimento da oferta de alternativas reais de reabilitação que respeitassem verdadeiramente a dignidade dessas pessoas e visassem, de fato, recuperar sua saúde.

A execução do plano é reflexo dos problemas em sua concepção. As autoridades afirmam que o crack é uma questão de saúde pública. A prática, entretanto, prova o contrário. A ação policial ostensiva, planejada e detalhada, reprime o usuário e contrasta com a nebulosidade do plano de ação referente à recuperação da saúde dessas pessoas. O alvo da polícia, que seria o tráfico, acaba sendo o usuário. A eficácia no combate ao tráfico é mínima e o desrespeito aos usuários, enquanto seres humanos, enorme.

O Plano de Ação Integrada Centro Legal limita-se, portanto, à ação policial direcionada aos usuários e tem ensejado constantes violações aos seus direitos. É inadmissível, em um Estado Democrático de Direito, que agentes do Poder Público cometam repetida e sistematicamente atos de agressão física e moral contra os cidadãos, em claro abuso de autoridade e desrespeito aos direitos humanos. O combate ao tráfico de drogas não pode servir de pretexto para ignorar a necessidade de implementação de políticas públicas de saúde e assistência social para uma população marginalizada e doente.

A simples e violenta retirada dos usuários de crack do espaço público não resolve o problema de uma população já desamparada, que não tem outro lugar aonde ir e que sofrerá forte repressão policial para somente então, e em visão equivocada, perambular em busca de uma ajuda incerta.

Sendo assim, as entidades e pessoas abaixo assinadas declaram que:

Não admitem que os usuários de crack, parcela vulnerável e marginalizada da nossa sociedade, tenham como tratamento estatal a ação policial repressiva no lugar da implementação de políticas de saúde pública e de assistência social;

Não admitem que essa população seja expulsa dos espaços públicos que ocupa, sendo forçada a uma migração permanente, em que não há real perspectiva de melhora de vida;

Não admitem que uma operação estatal seja realizada em desrespeito aos direitos humanos, e que agentes estatais cometam sistematicamente atos de agressão física, moral e patrimonial contra a população, de modo indevido e impunemente.

Centro Acadêmico XI de Agosto – Faculdade de Direito da USP

Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos

Centro Franciscano - SEFRAS

Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama – Faculdade de Direito da USP

Instituto Luiz Gama

Instituto Pólis

Instituto Práxis de Direitos Humanos

Instituto Terra Trabalho e Cidadania – ITTC

Núcleo de Antropologia Urbana da USP

Pastoral Carcerária

SAJU - Faculdade de Direito da USP

UNEafro-Brasil

Alamiro Velludo Salvador Netto – Professor Doutor do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP

Alvino Augusto de Sá – Professor Doutor do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e criminologia da Faculdade de Direito da USP

Alysson Leandro Barbate Mascaro – Professor do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP

Amando Boito Jr. – Professor da Unicamp

Antônio Carlos Amador Pereira – Psicólogo e Professor da PUC-SP

Antônio Magalhães Gomes Filho - Professor Titular de Processo Penal e Diretor da Faculdade de Direito da USP

Bóris Fausto - Professor aposentado do Departamento de Ciências Socias - FFLCH USP.

Caio Navarro de Toledo - Professor do IFCH da Unicamp

Celso Fernandes Campilongo – Professor Titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP

Eros Roberto Grau – Professor Titular aposentado da Faculdade de Direito da USP e Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal

Dimitri Dimoulis - Professor de Direito Constitucional da Direito GV

Geraldo José de Paiva - Professor Titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP

Gilberto Bercovici – Professor Titular do Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário da Faculdade de Direito da USP

Jorge Luiz Souto Maior - Professor Associado do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP

José Guilherme Cantor Magnani – Professor Livre-docente do Departamento de Antropologia da FFLCH-USP

Lídia de Reis Almeida Prado - Professora Doutora do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP

Marcio Naves - Professor de Sociologia do IFCH – Unicamp

Marcio Suzuki - Professor do Departamento de Filosofia da FFLCH USP

Marcus Orione - Professor Associado do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP

Mario Gomes Schapiro - Professor da Direito GV

Mariângela Gama de Magalhães Gomes- Professora Doutora do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP

Miguel Reale Júnior - Professor Titular do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP e ex-Ministro da Justiça

Nádia Farage - Diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp

Otávio Pinto e Silva - Professor Associado do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da USP

Paulo Eduardo Alves da Silva - Professor do Departamento de Direito Privado e Processo Civil da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – USP

Ricardo Antunes - Professor de Sociologia do IFCH – Unicamp

Samuel Rodrigues Barbosa - Professor Doutor do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da USP

Sérgio Salomão Shecaira - Professor Titular do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP

:emoticon-0137-clapping:

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  • Usuário Growroom

Um amigo meu comentou comigo sobre uma reportagem no UOL que agora, os traficantes fazem cubiculos de madeira dentro de apartamentos localizados pela regiao (narco salas). Imagina um kitnet dividido em 4, ou 5 parte, com um colchao no chao. Cada cubiculo desse é alugado por até 200 reais. O inquilino pode morar lá, ou somente passar horas la consumindo pedra sem ser incomodado (imagino qual deve ser a noia do cara ficar pipando num lugar tao apertado).

Ou seja, enquanto o governo nao se mexe pra regularizar o consumo de drogas, o proprio trafico se encarrega de mascarar as cracolandia e ganhar mais com mais essa opcao de "negocio".

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  • Usuário Growroom

O link da matéria... Cracolandias Privês

http://www1.folha.uo...as-prives.shtml

08/01/2012 - 04h52

Bairros de classe média abrigam cracolândias privês

AFONSO BENITES

DE SÃO PAULO

Uma espécie de cracolândia privê funciona em casas e apartamentos de bairros como Vila Mariana, Bixiga, Paraíso, Penha e Bela Vista, informa a reportagem de Afonso Benites. A reportagem está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.

São espaços discretos e seguros destinados à venda e ao consumo local do crack.

Para entrar, é preciso ser apresentado por algum conhecido do traficante e só consumir a droga "da casa".

Os usuários são, em sua maioria, homens de classes média e baixa, com idades entre 18 e 35 anos, de diferentes profissões.

Há dois tipos de cracolândia privê. Em uma, o usuário compra a pedra e a consome em um dos cômodos.

Na outra, que chamam de "mocó", ele pode morar como num aluguel. Pago adiantado, o valor é R$ 210; no fim do mês, R$ 300.

Na Vila Mariana, o esquema funciona em uma casa simples, em uma rua arborizada, perto de um posto de combustíveis e dois prédios residenciais. Tem 11 cômodos improvisados, transformados em quartos, coletivos ou individuais.

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  • Growroom Premium

Isso me faz lembrar de uma época em que o Governo de uma capital do nordeste quis "limpar" os mendigos e moradores de rua da cidade, lotando ônibus e mais ônibus que os levavam para as proximidades de algumas cidades do interior e os deixavam lá...

Faxina nojenta que esses políticos fazem...

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