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Pesquisadores Testam Fármaco Feito À Base De Componentes Da Cannabis Sativa


∆-9-THC

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  • Usuário Growroom

Pesquisadores Testam Fármaco Feito À Base De Componentes Da Cannabis Sativa

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Nos próximos dois anos o fármaco Sativex, que leva em sua formulação alguns dos componentes encontrados na maconha, pode ser aprovado nos Estados Unidos e usado para aliviar alguns tipos de dor. Segundo especialistas, porém, o medicamento tem pouco potencial para ser usado como droga de abuso.

Por enquanto, a empresa farmacêutica britânica GW Pharmaceuticals ainda está testando em laboratório o fármaco que, se aceito, seria comercializado como spray oral. “Quando os ensaios clínicos forem concluídos, provavelmente em 2014, planejamos obter a aprovação da Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês) americana para comercializar o fármaco”, afirmou o porta-voz da GW Pharmaceuticals.

Os componentes ativos do Sativex, conhecidos como canabinoides, são derivados da plantaCannabis sativa, a mesma que dá origem à maconha. O medicamento, porém, seria o primeiro do gênero a ser produzido a partir dos compostos da planta – dois outros fármacos, o Marinol e o Cesamet, aprovados pela FDA na década de 80, são à base de canabinoides sintéticos.

Devido à presença de THC, componente primário responsável pelo efeito psicoativo da maconha, alguns pesquisadores receiam que as pessoas utilizem o Sativex para fins recreativos – e não terapêuticos. “Não duvido nada que haverá abuso”, analisa Dr. Jeffrey Bernstein, diretor do Florida Poison Information Center, da Miller School of Medicine da University of Miami. O pesquisador ressalta, no entanto, que para os usuários recreativos de maconha, as práticas culturais e ritualísticas que acompanham o processo, como enrolar, podem ser uma parte importante, e esses rituais não podem ser replicados com o spray.

Para Margaret Haney, professora de neurobiologia clínica na Columbia University, mesmo se alguém tentasse usar o fármaco com a intenção de sentir efeitos similares aos obtidos por inalação, o resultado provavelmente não seria o desejado. “Como a absorção do Sativex se dá pela ingestão, levaria muito mais tempo para produzir efeito, pelo menos uma hora – o que é bastante tempo se comparado com os minutos do uso recreativo”, argumenta Margaret. Para a pesquisadora, isso significa que usuários recreativos que buscam euforia seriam menos propensos a abusar do fármaco. Ela reforça, ainda, que o Marinol e o Cesamet, que também são administrados por via oral, têm baixo índice de abuso.

Segundo dados fornecidos pela GW Pharmaceuticals, os pacientes podem ajustar a dose de Sativex para impedir que entre muito rápido na corrente sanguínea, o que propiciaria alívio dos sintomas sem causar grandes efeitos colaterais. Além disso, enquanto a maconha é uma mistura de aproximadamente 64 substâncias diferentes, o Sativex é elaborado principalmente com dois componentes: THC e outro canabinoide, chamado CBD. “Acredita-se que este último amenize alguns dos efeitos colaterais do THC, incluindo a euforia que os usuários de maconha sentem”, esclareceu Armando Villarreal, professor-assistente de neurocirurgia e gerenciamento da dor da University of Rochester Medical Center, em Nova York.

Overdose improvável

Questionada sobre o risco de os pacientes se tornarem dependentes do fármaco, Margaret alega que diferentemente dos analgésicos, que podem levar à morte se as pessoas os tomam em excesso, o spray dificilmente ofereceria sérios riscos se ingerido em altas doses: “O que pode acontecer é alguém se sentir bastante intoxicado, mas não sei de nenhum efeito grave para a saúde”. Defendendo essa ideia, Bernstein reforça que a maconha, mesmo se usada como droga de abuso, é relativamente segura em comparação a outras drogas como cocaína e heroína. Um ponto importante ressaltado por Villarreal, porém, é que para pessoas com transtornos psiquiátricos, fumar maconha piorou a saúde mental. “É possível que o Sativex possa provocar este problema em alguns pacientes”, alertou ele. Segundo o pesquisador, até agora os estudos não forneceram evidências suficientes para garantir que o Sativex é eficaz no alívio da dor.

O fármaco tem sido testado principalmente para tratar a dor por lesão neurológica. Se o medicamento for aprovado pela FDA, seu uso poderia ser restrito a pacientes com tipos específicos de dor. “Aqueles com dor oncológica diferente da provocada por lesão neurológica podem não ser candidatos para o medicamento”, observou Villarreal. “Cerca de uma em cada 11 pessoas que usam maconha de forma recreativa acabam dependentes. Seria interessante estudar se o Sativex poderia ajudá-los a abandonar o hábito”, concluiu ele.

Apesar de a GW Pharmaceuticals ainda não ter comercializado o Sativex nos Estados Unidos, o medicamento já foi aprovado no Reino Unido, na Espanha, no Canadá e na Nova Zelândia para tratar espasmos musculares causados por esclerose múltipla.

http://www2.uol.com....erapeutico.html

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