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Maconha, Esquizofrenia E O Paradoxo Ético Dos Psiquiatras


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Maconha, esquizofrenia e o paradoxo ético dos psiquiatras que são contra o uso medicinal da maconha (Por Dr. Renato Malcher)

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Nenhuma pesquisa cientifica JAMAIS demonstrou que o uso de maconha, ocasional ou crônico, possa causar esquizofrenia. Aliás, não se conhece nada que tenha sido cientificamente estabelecido como agente etiológico direto para distúrbios mentais classificáveis como esquizofrenia.

No Brasil este tema vem sendo erroneamente colocado de forma alarmista em grande parte por decorrência de declarações repetidas na grande mídia pelo Dr. Ronaldo Laranjeira, um dos principais representantes de um grupo de psiquiatras e donos de clínicas de reabilitação os quais são contra o uso medicinal da maconha. Em recorrentes ocasiões, Dr. Laranjeira e seus colegas, de forma artificial e aparentemente deliberada, coloca em oposição os interesses legítimos e não excludentes de grupos totalmente distintos e igualmente merecedores dos cuidados e da atenção de profissionais da saúde e daqueles que detém conhecimento cientifico a respeito das propriedades farmacológicas da maconha e seus derivados. De um lado, existe uma minoria, menos de 1% da população, que possui predisposição para esquizofrenia, os quais, de fato, podem ser negativamente afetados pelo uso descontrolado da maconha vendida pelo mercado negro. Do outro, está um número enorme de pessoas, 99% da população, que podem se beneficiar das propriedades terapêuticas da maconha, incluindo inúmeras pessoas que já padecem de sofrimentos severos para os quais não existe disponíveis remédios tão eficientes quanto a maconha e seus derivados – conforme ampla e inequivocamente constatado pela ciência. É contra estes últimos, e não a favor dos primeiros, que funciona a postura alarmista que se baseia na falácia de que maconha causa esquizofrenia para impedir seu uso medicinal. Por isso, esta postura é duplamente antiética, já que obscurece a adequada difusão de informações científicas de forma acurada e responsável, e que, portanto, não apenas priva pessoas em grande sofrimento de um alívio barato, eficiente e seguro, mas também prejudica o acesso da população a informações e condições que poderiam prevenir o problema de surtos psicóticos associado ao uso pesado de maconha na minoria suceptível.

O que se constatou em pesquisas epidemiológicas, baseadas em amostragem e histórico de pacientes de esquizofrenia, foi o seguinte: 1) a maconha é frequentemente usada por esquizofrênicos, que tendem a preferi-las sobre outras drogas. Ou seja, muitos esquizofrênicos gostam de usar maconha; 2) o uso de maconha NÃO aumenta a frequência de esquizofrênicos numa população; 3) o uso de maconha pode adiantar em cerca de um ano a ocorrência do primeiro surto em pessoas esquizofrênicas ainda não diagnosticadas. Esses fatos, amplamente conhecidos da comunidade científica interessada no tema, são incompatíveis com a hipótese de que a maconha transforme um cérebro normal em um cérebro esquizofrênico. Se isso fosse verdade, um aumento no numero de usuários de maconha em uma dada população redundaria em um aumento posterior na frequência de esquizofrênicos na população. E mesmo que isso ocorresse, ainda assim, não estaria provada uma relação de causalidade.

Segundo Laranjeira, “cerca de 10 % dos jovens com menos de 15 anos que experimentam maconha desenvolvem quadro esquizofrênico”. A despeito dos números questionáveis, é certo que muitas pessoas que desenvolvem quadro esquizofrênico gostam de usar maconha antes de ter o primeiro surto porque, em geral, a maconha tem efeito ansiolítico e, em geral, pessoas que desenvolvem quadro esquizofrênico sofrem de ansiedade antes de apresentarem o primeiro surto, ou seja, antes de serem diagnosticadas. Isso não é novidade, inclusive, é muito comum que o primeiro surto da vida de um esquizofrênico ocorra durante um período marcado por crises de ansiedade. Ou seja, a ansiedade é uma característica prodrômica muito bem estabelecida para a esquizofrenia.

Recentemente, uma pesquisa feita no Canadá revelou que um terço das pessoas que fazem uso regular da maconha sem indicação médica o fazem para aliviar sintomas de ansiedade de forma auto-medicamentosa. Dentre estes, certamente haverá uma concentração de adolescentes que sofrem de ansiedade por serem esquizofrênicos, mesmo que ainda não tenham tido o primeiro surto. Ou seja, que ainda estão na fase prodrômica da doença. Quando experimentam maconha e percebem alivio nos sintomas de ansiedade, estes adolescentes passam a gostar e buscar o bem-estar proporcionado pela planta da mesma forma que qualquer pessoa busca aliviar seus sofrimentos com fitoterápicos ou remédios vendidos na farmácia. Quanto maior for a diferença entre uma rotina de sofrimento crônico pela ansiedade e o conforto experimentado com o uso da maconha, maior será a tendência do indivíduo a fazer seu uso crônico e pesado. Ou seja, na verdade, o que se pode adequadamente afirmar a partir das informações cientificas disponíveis, é que adolescentes que usam maconha pesadamente para aliviar ansiedade provavelmente são pessoas com distúrbios neurológicos / psiquiátricos não diagnosticados e que, imprudentemente, se automedicam com a planta.

Então, não é verdade, ou seja, é mentira ou erro de interpretação, dizer que 10% dos adolescentes que fazem uso pesado da maconha se tornam esquizofrênicos. Com o perdão da redundância, é preciso enfatizar que o que ocorre é que certa proporção dos adolescentes que usam maconha de forma pesada são esquizofrênicos não diagnosticados, sofrendo da ansiedade que caracteriza a fase prodrômica na doença.

Entretanto, mesmo pessoas normais podem experimentar quadros paranoides em decorrência do uso da maconha, situação em que a pessoa sente uma apreensão indefinida acompanhada de desconfortos fisiológicos característicos deste estado psicológico, tais como taquicardia, respiração ofegante e suor nas mãos. Dependendo das circunstâncias emocionais, esta apreensão pode ser direcionada a preocupações comezinhas do dia a dia, tais como um exame escolar, responsabilidades pendentes, ou problemas por resolver, que tomam a intensidade emocional de um pesadelo angustiante. Uma sensação generalizada de medo também pode ocorrer. Entretanto, este efeito é passageiro e não há alucinações, perda de consciência ou alterações comportamentais que caracterizem um surto psicótico propriamente dito. Essas “nóias”, em geral, mas não necessariamente, acontecem quando a pessoa está psicologicamente predisposta a preocupações e faz uso de uma variedade de maconha cuja proporção de THC é muito maior que a de Canabidiol.

THC é o principal principio ativo psicogênico da maconha, entretanto, sua ação é modificada pela interação com outros canabinóides, como é o caso do canabidiol. O THC pode causar ansiedade e conduzir, junto com seus os outros efeitos psicoativos, ao quadro paranoide descrito acima. O canabidiol, por outro lado, reduz a ansiedade e inibe a psicose, podendo impedir o quadro pranóide. Ao fumar uma maconha com baixa concentração de canabidiol ou ao ingerir uma pílula de THC puro, uma pessoa normal poderá passar por essa situação psicologicamente angustiante sem maiores consequências quando os efeitos agudos do THC passarem. Entretanto, para uma pessoa esquizofrênica ainda não diagnosticada, esse quadro paranoide pode ser o gatilho de passagem da fase prodrômica para o primeiro surto psicótico, que revelará então que se trata de uma pessoa com as características que definem o diagnóstico de esquizofrenia.

O fato de o mercado da maconha não ser regulamentado, portanto, está na raiz do problema que conecta seu uso com surtos psicóticos em uma minoria de usuários crônicos. Se a produção e distribuição fossem regulamentadas, as pessoas poderiam adquirir ou cultivar plantas com maior proporção de canabidiol, que é comprovadamente ansiolítico e antipsicótico. Assim, havendo a pressuposta divulgação educacional de informações CORRETAS, uma postura mais racional e ética com relação a maconha poderia, inclusive, evitar expor adolescentes em fase prodrômica às situações descritas acima. Portanto, a despeito de suas boas intenções, o discurso que visa a impedir o uso médico da maconha no Brasil por meio do alarmismo e da ridicularização do tema, é cúmplice dos efeitos indesejáveis que o abuso de maconha pode causar em esquizofrênicos em fase prodrômica, sejam eles adolescentes ou adultos. E é cúmplice também do sofrimento terrível que a proibição do uso médico impõe a pessoas com quadros dos mais diversos, conforme vem sendo amplamente respaldado pela ciência já há muito tempo.

Por Dr. Renato Malcher.

fonte: http://www.planetamaconha.com

Renato Malcher é Mestre em Biologia Molecular pela Universidade de Brasilia, doutor (Ph.D) em Neurociências pela Universidade Tulane (New Orleans, EUA), Fez Pós-Doutorado em Neurofisiologia Celular na Escola Politécnica de Lausanne- Suiça e em Bioquímica Analítica, na EMBRAPA. É professor adjunto do Departamento de Fisiologia da Universidade de Brasília e primeiro autor do livro "Maconha, Cérebro e Saúde" escrito em colaboração com Sidarta Ribeiro.

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  • Usuário Growroom

Renato Malcher é o cara! falou na cara do bagaceira.

Esse é o ano, muitos falsos doutores vão cair. Uns na psicologia outros na psiquiatria, uns vão levar uma queda, outros um grande tombo,e que a desinformação seja extinta.

As verdadeiras vozes irão prevalecer.

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  • Usuário Growroom

Primeiro, meu respeito por esse cara, mestre em biologia molecular, Phd em neurociências...

Legal colocar a maconha como ansiolítico e antipsicótico, alias maconha não, o canabidiol (CBD). Pelo que andei lendo estão fazendo estudos com CBD para criar um novo remédio para pacientes com distúrbios psiquiátricos, como síndrome do panico, esquizofrenia, fobia social ou transtorno obsessivo compulsivo.

Mas fumar maconha não e recomendado a esses pacientes pelo fato do THC poder causar ansiedade e levar junto com seus efeitos psicoativos a esse quadro paranoide. Agora, falar que pacientes desenvolvem quadros esquizofrênicos só porque fumaram maconha e completamente errado, como disse o amigo doutor Phd Renato Malcher.

Tenho certeza que ninguém aqui quer fumar CBD. Eu como paciente é usuário (mesmo que por pouco tempo) de antipsicóticos, posso dizer que maconha não me atrapalhou em nada, continuei fumando mesmo tomando remédios, a diferença que senti foi a falta de euforia/chapação proveniente do thc. Como se o remédio inibisse isso.

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  • Usuário Growroom

Tenho certeza que ninguém aqui quer fumar CBD. Eu como paciente é usuário (mesmo que por pouco tempo) de antipsicóticos, posso dizer que maconha não me atrapalhou em nada, continuei fumando mesmo tomando remédios, a diferença que senti foi a falta de euforia/chapação proveniente do thc. Como se o remédio inibisse isso.

olha aí, de repente isso só confirma que o CBD é fodão mesmo... vai que com uma strain mais pro CBD vc abandona o mata leao de farmacia, que, pelo que vc disse, regulou a acao do thc

fumou CBD o rivotril sumiu

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Guest crazyfool*

Primeiro, meu respeito por esse cara, mestre em biologia molecular, Phd em neurociências...

Legal colocar a maconha como ansiolítico e antipsicótico, alias maconha não, o canabidiol (CBD). Pelo que andei lendo estão fazendo estudos com CBD para criar um novo remédio para pacientes com distúrbios psiquiátricos, como síndrome do panico, esquizofrenia, fobia social ou transtorno obsessivo compulsivo.

Mas fumar maconha não e recomendado a esses pacientes pelo fato do THC poder causar ansiedade e levar junto com seus efeitos psicoativos a esse quadro paranoide. Agora, falar que pacientes desenvolvem quadros esquizofrênicos só porque fumaram maconha e completamente errado, como disse o amigo doutor Phd Renato Malcher.

Tenho certeza que ninguém aqui quer fumar CBD. Eu como paciente é usuário (mesmo que por pouco tempo) de antipsicóticos, posso dizer que maconha não me atrapalhou em nada, continuei fumando mesmo tomando remédios, a diferença que senti foi a falta de euforia/chapação proveniente do thc. Como se o remédio inibisse isso.

na verdade brother o engraçado da cannabis é q apesar do THC ter o poder d despertar ataques de ansiedade, a cannabis tbm produz outra substancia q combate esses efeitos, então, se vc ingerir capsulas de THC puro, é bem provavel q os efeitos nao vao ser nada agradaveis, o que tbm pode acontecer se um cara fumar uma planta que produza enorme quantidades de THC porem deixe de produzir outros elementos medicinais.... isso varia de espécie pra espécie, e acho q apesar da cannabis se manifestar benefica em diversas formas de tratamento, acho q cada variedade, é indicada pra uma finalidade diferente....

tipo

: insonia -> indica pesada --> mazar, mapple leaf, afghan, Kush

: depreção ---> sativas por terem uma alta produção de THC e baixa de CBD fazendo com que seus efeitos sejam mais psicoativos q o de cannabis indica -- Haze, hawaian snow, Destroyer

: Cancer e HIV --- os pacientes precisam comer, e descansar, novamente, uma variedade com maior percentual indica, porem com traços sativas pra previnir uma depre... cream caramel, Sensi Star, entre infinitas outras hibridas.....

isso pelo menos é o q eu acho, pois a variancias enormes, enormes mesmo, de componentes entre uma variedade e outra

e isto ja vem sendo estudado .... basta vcs pesquisarem sobre SCLabs, que eles mostram e explicam diversas diferenças entre os compostos quimicos da cannabis, desde THC, THCA, THCV, CBD, CBDA....

e mais, shantibaba, jorge servantes, mr Nice, e o maluco do Resin seeds, ja montaram um seedbank em q estao produzindo variedades verdadeiramente medicinais, com proporção de THC : CBD = a 1:1 .... c nao me engano as quantidades de THC variam entre 4% e 6% o que´chega a ser piada comparando a strains q atingem 20 e tantos % de THC, porem nessas novas genéticas, o CBD tbm varia de 4% a 6% o q é MTO, mas MTO MSM CBD, que em indicas e hibridos, dificilmente ultrapassa 2%... o nome desse projeto que vem desenvolvendo canabis com teor d THC e CBD 1:1 chama se CBDcrew infelizmente ainda n li muito sobre o assunto então n posso falar muito mais do que já disse até agora

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  • Usuário Growroom

Muito legal crazyfool, a canábis vem se mostrando como tratamento para os mais diversos problemas de saúde. Des do câncer ate distúrbios mentais, só reforça a ideia de que proibir essa erva e errado. Eleva meu espirito, minha moral é de quebra coloca minha mente no lugar.

Seu cultivo junto com do white smoke, mogli, moon entre outros, tem servido de inspiração para criação do meu primeiro grow. Espero poder fumar minha própria erva esse ano.

Obrigado pela info, paz irmão.

:335968164-hippy2:

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Guest crazyfool*

n sei quem que eh o admin de canna medicinal, mas boto uma fé q o lugar deste tópico é la msm!

Muito legal crazyfool, a canábis vem se mostrando como tratamento para os mais diversos problemas de saúde. Des do câncer ate distúrbios mentais, só reforça a ideia de que proibir essa erva e errado. Eleva meu espirito, minha moral é de quebra coloca minha mente no lugar.

Seu cultivo junto com do white smoke, mogli, moon entre outros, tem servido de inspiração para criação do meu primeiro grow. Espero poder fumar minha própria erva esse ano.

Obrigado pela info, paz irmão.

:335968164-hippy2:

valew véio, tamo junto, c/ um poquinho d estudo força d vontade, e mais importante d tudo, saber ser discreto e manter o bico fechado, tenho certeza q tiras um belo fumo! q comece colhendo esse ano e n termine nunca mais!

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  • Usuário Growroom

:cqnes: Entenderam Laranjistas?

Palmas pro Renato, texto fodastico do grando caralho esse.

Por tras de cada pesquisa anti-cannabis existe um recalcado moralista colocando opinioes pessoais acima da ciencia,

e como é bom esfregar ciencia nas fuças dessa gente!

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