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Futuro Da Guerra Às Drogas Divide Autoridades Em Debate Do Google


Percoff

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  • Usuário Growroom

Futuro da guerra às drogas divide autoridades em debate do Google

Um grande debate promovido pelo Google, com transmissão ao vivo pelo Youtube, mobilizou nesta terça-feira (13/03) os grupos contrários e os defensores da chamada “Guerra às Drogas”, política de repressão à produção, comercialização e consumo de substâncias entorpecentes como maconha, cocaína e heroína. Entre os debatedores estiveram ex-presidentes, como o brasileiro Fernando Henrique Cardoso e o mexicano Vicente Fox, pesquisadores, personalidades e autoridades internacionais.

Em mais de duas horas de discussão, foram colocados na mesa os principais argumentos pró e contra a descriminalização das drogas, como alternativa à política de repressão intensificada nos anos 1970, em uma iniciativa do então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, e que hoje é apontada como um fracasso por diversos governos e especialistas.

“Todas as opções devem ser consideradas”, disse o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no depoimento que abriu as discussões. Ele voltou a defender uma discussão global sobre o papel da política antidrogas. “É hora de sermos criativos e termos a mente aberta”, disse. Desde os anos 1990, a Colômbia tem sido o principal laboratório da guerra promovida pelos EUA contra os produtores de cocaína.

Santos evitou criticar o chamado “Plano Colômbia”, por meio do qual o governo norte-americano despejou bilhões de dólares no combate aos cartéis locais, e disse que nos últimos anos o país conseguiu bons resultados na redução dos índices de violência. No entanto, o presidente colombiano ressaltou o alto preço pago em vidas humanas nessa conflito. “Perdemos nossos melhores juizes, nossos melhores políticos, nossos melhores jornalistas, os melhores policiais nessa luta contra as drogas”, repetiu.

Reprodução

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Debate teve participação de personalidades de diversos países, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

No geral, o tom do debate foi de contemporização. De um lado, o grupo pró-repressão buscava evitar o uso do termo “guerra às drogas”, que implicaria em uma conotação negativa a uma política ampla de controle do uso de entorpecentes que não se restringiria ao uso da força policial ou militar. De outro, os apoiadores da descrminalização tentavam esclarecer que não defendem a legalização simples e imediata de todas as drogas, mas sua regulamentação, de modo a acabar com a violência causada pela repressão ao tráfico.

Em uma breve declaração, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender que o debate sobre a descriminalização é a melhor saída para o problema das drogas, e que o usuário deve ser encarado sob a ótica da saúde pública, e não da polícia.

Antonio Maria Costa, subsecretário-geral da ONU e diretor da agência das Nações Unidas sobre drogas e criminalidade, argumentou que a pauta da legalização é incentivada e patrocinada por grandes corporações, em especial, laboratórios farmacêuticos interessados em um novo mercado. “O 1% ataca de novo”, disse Costa. “(A legalização das drogas) é a privatização dos lucros e a socialização dos custos com saúde pública”.

Também contrário à descriminalização, o ex-procurador e ex-governador de Nova York, Elliot Splitzer, disse que acabar com a repressão seria uma “saída fácil” para um problema complexo e não resolveria a questão, já que o mercado negro continuaria a procurar outras substâncias mais fortes não-regulamentadas para atrair os usuários, o que não eliminaria a violência.

O general Barry McCaffrey, que foi chefe da política nacional antidrogas do governo Bill Clinton, discordou da tese de que a “Guerra às Drogas” tenha sido um fracasso total. Segundo McCaffrey, os Estados Unidos teriam reduzido o consumo de drogas em um terço nos últimos 30 anos.

O escritor e ativista Misha Glenny, por sua vez, contestou os dados apresentados por McCaffrey, ressaltando que os EUA continuam sendo o maior mercado consumidor de drogas ilícitas do mundo e prendem anualmente 1,6 milhão de pessoas, a maioria negras, sob a acusação de crimes não-violentos relacionados a drogas, em grande parte usuários.

“Vamos ter de esperar mais cem anos para admitir que perdemos essa Guerra?”, questionou Bernard Kouchner atual ministro das Relações Exteriores da França e co-fundador da ONG Médicos Sem Fronteiras. Kouchner defendeu o controle governamental da produção e comercialização das drogas, tal como é feito com o álcool e o tabaco.

O fundador do Wikileaks, Julian Assage, argumentou que a proibição do uso de drogas viola a liberdade de os indivíduos decidirem o que fazer com seu próprio corpo e apenas beneficia uma rede de interesses de grandes corporações que lucram com a repressão, a violência e a lavagem de dinheiro.

“Todos eles evitaram o termo “Guerra às Drogas” porque eles sabem que não podem defende-la. Depois de 40 anos, nenhuma pessoa em sã consciência pode”, disse o advogado de direitos humanos, Geoffrey Robertson, que rivalizou com Elliot Splitzer na defesa de cada lado. Splitzer, por sua vez insistiu em corroborar a tese de que a desciminalização das drogas inevitavelmente levará a um aumento do consumo, com consequências imprevisíveis.

Antes e durante o debate, os espectadores puderam votar em uma enquete na internet sobre a questão. No início do programa, 60% dos votantes eram a favor do fim da guerra às drogas, 15% defendiam sua manutenção e 25% não sabiam. Ao término dos debates, o número de pessoas a favor da descriminalização, subiu para 65% (+5 p.p.), enquanto 29,6% (+15 p.p.) passaram a ser a favor da repressão da venda e consumo de drogas atualmente ilícitas e (5,6%) não souberam responder.

Fonte: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/20507/futuro+da+guerra+as+drogas+divide+autoridades+em+debate+do+google.shtml

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  • Usuário Growroom

Legal....pena que não consegui ver tudo ontem...

As vezes eu não entendo porque alguns dos argumentos dos proibicionistas não são rebatidos pelos que são a favor da legalização...

Eles falam de aumento do consumo em caso de legalização....é só perguntar: quer dizer que se fosse legalizado você começaria a usar?....a resposta provavelmente será não, o que já derruba o próprio argumento proibicionista...

Outra coisa que sempre falam é que o acesso às drogas seria mais fácil...sério? É mais fácil ir comprar heroína na boca ou num local regulamentado? Em qual você acha que um adolescente teria mais facilidade?

Sei lá...eu fiquei vendo e pensando como eu responderia...rsrsrs...

ENOUGH IS ENOUGH!

Keep growin'

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  • Usuário Growroom

Oi growlera. Ontem no momento do debate eu estava assistindo e tb debatendo com um grupo de amigos aqui do trabalho. Bem, só pude reforçar o meu ponto de vista que é: " fui careta e criticava meus amigos que fumavam, cheiravam, bebiam, etc, quando comecei a procurar me informar sobre o assunto percebi que não passava de ideologia, puritanismo e que sempre tive vontade de fumar maconha, só q tinha medo da reação dos meus pais, da família, dos amigos... mas quando começei a carburar !?!?!?!?!?! começei a ver tudo isso de outra formar.

As pessoas "pouco se impotram com os prejuizos trazidos pelo abuso de drogas" ex. as pessoas bebem e dirigem alegando estarem "bem" para dirigir, mas não se tocam q muito mais prejudicial beber à queimar unzinho, ou uma percepção mais profunda de que a proibição nada mais é que um problema político, histórico, financeiro... do que realmente prejuizo a saúde particular. Infelizmente os Orgãos responsáveis pela provação da verdade e divulgação da informação real são omissos e/ou contaminam os ouvidos alheios com informações distorcidas e/ou mentirosas. Mas a luta continua!

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  • Usuário Growroom

hehehe maioria querendo o fim da guerra, isso é otimo e o mister FHC colocando o BR em linha com a tolerancia espero que pensem bem na hora de mudar alguma lei, porque poder andar com um pouco de erva não muda em nada, queremos é CULTIVAR ao ar livre, a pena da cannabis já ta na hora de acabar.

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  • Usuário Growroom

Isso do RatleHead é excelente!!!

"Outra coisa que sempre falam é que o acesso às drogas seria mais fácil...sério? É mais fácil ir comprar heroína na boca ou num local regulamentado? Em qual você acha que um adolescente teria mais facilidade?"

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Foi bem o que o rattlehead disse, os anti-proibicionistas eram de meia tijela, chamasse o Nadellmann pra esse debate, podia virar um monólogo, só ele falando, que a qualidade dos argumentos seria muito melhor do que o que foi.

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  • Usuário Growroom

Eu achei que o debate foi bem pobre na argumentação de ambas as partes, basicamente não houve argumentação científica ou bem superficial, em certos momentos se desviava MUITO do assunto, mas não posso negar a importância que esse debate tem na mídia, acredito que muita gente assistiu ou vai assistir o debate depois.

Ficou muito claro também que qualquer que seja o nível do debate, não precisamos fazer muita força para mostrar quão patético é essa idéia de guerra as drogas.

Minha decepção foi saber que Christopher Hithens tem um irmão TÃO ignorante, comparado ao monstro que foi Hitchens enquanto vivo!

Sei lá, pra mim o debate choveu no molhado mas como propaganda vai ser uma arma útil!

e a cagada da noite foi o o cara falar que poderia legalizar uma maconha e impor leis para níveis de THC, quando ele lançou essa ele se fodeu! É obvio que qualquer imposição/proibição gera mercado negro, não seria diferente se a maconha fosse legalizada com níveis limitados de thc, neguinho ia plantar e vender no mercado negro porque no "dispensário" voce não acha!

Seria muito mais sábio, se quando ele foi confrontado pelo Ex-Governador de NY, tivesse assumido que foi infeliz no exemplo e retirasse o que havia dito.

Em geral, não precisou nem gastar saliva pra sambar na cara dos proibicionistas ! Por isso que achei "pobre" de ambas as partes (mais deles, porque a gente não precisou fazer nada quase)

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