Ir para conteúdo

A Força Não Resolveu


∆-9-THC

Recommended Posts

  • Usuário Growroom

TEMA EM DISCUSSÃO: A descriminalização das drogas

A Força Não Resolveu

O combate às drogas no Brasil, desde sempre feito com base em princípios policial-militares, dos quais os Estados Unidos são a grande ponta de lança, afundou em inegável fracasso. Como lá. Mantidos na ilegalidade, o consumo e venda de entorpecentes produziram números trágicos, e não se logrou conter o avanço do flagelo. Em oposição à política preconizada pelos americanos, países que contrapuseram soluções alternativas, mais flexíveis, para controlar o crescente número de dependentes contabilizam importantes vitórias nesse campo.

O exemplo mais visível é Portugal. Lá, no rastro de uma flexibilização legislativa que resultou, na prática, na descriminalização de substâncias ditas mais leves, como a maconha, comemoram-se, dez anos depois dessa virada no tratamento da questão, importantes reversões nos índices de consumo e de mazelas (doenças, violência, corrupção), que a política anterior centrada na criminalização não conseguiu debelar.

Outros países também seguem o receituário alternativo, em busca de resultados mais palpáveis no controle do flagelo. Aqui mesmo na América do Sul, o vizinho Uruguai anuncia uma série de medidas que não só levam à descriminalização, mas correspondem a um passo mais radical nesta guerra — a possível criação de um monopólio legal administrado pelo Estado para a maconha ou qualquer outra substância proibida pela Convenção Única das Nações Unidas sobre Narcóticos de 1961.

O tema preocupa o mundo. Recentemente, a bandeira da descriminalização passou a ser empunhada por personalidades de incontestável representatividade internacional, como o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso e seus colegas Cesar Gavíria (Colômbia), Ernesto Zedillo (México) e Jimmy Carter (EUA), não por acaso ex-mandatários de países onde a questão da droga alcançou níveis de tragédia. Reunidos na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Violência, FH, Zedillo e Gavíria subscrevem um documento sugerindo que os sistemas de saúde, e não as delegacias, cuidem dos usuários.

No Brasil, a política de big stick resultou em números medonhos. O tráfico de drogas cresceu na clandestinidade e tomou conta do mercado, à custa da potencialização dos índices de violência e criminalidade. Mais recentemente, a legislação se tornou mais condescendente com os usuários, mas de tal maneira que ainda não há uma padronização nacional sobre como tratar o problema.

Isso é terreno do Código Penal. Por isso, é positiva a proposta da Comissão de Juristas do Senado que, ao levantar sugestões para a reforma do CP, incluiu entre as recomendações a descriminalização das drogas, com a definição de usuário e traficante, uma lacuna na lei atual. Trata-se de posição em conformidade com uma tendência mundial, irreversível, de reduzir danos decorrentes do uso de entorpecentes, reservando-se o uso da força para o tráfico.

http://oglobo.globo....2#ixzz22nuaVqzw

  • Like 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Eu gostei texto, mas a gente não pode deixar de ser contorcer um pouco ao ler a frase final, principalmente essa parte: "reservando-se o uso da força para o tráfico."

Essa mentalidade de combater comerciantes de substâncias com armas de guerra realmente é um negócio ultrapassado, não sei como alguém pode defender essa posição sem perder a compostura. Só sendo fascista mesmo.

  • Like 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

O que estamos plantando?

TEMA EM DISCUSSÃO: A descriminalização das drogas

A aprovação da proposta que descriminaliza o porte e o plantio de drogas para consumo pessoal deu um grande passo de avanço. Avanço em direção a um precipício ou desastre médico psicossocial.

Qual a diferença do crime de usar drogas que continuam ilícitas em locais públicos, frequentados por crianças e adolescentes, daquele cometido dentro de uma casa familiar, onde o usuário, com sua própria plantação, faz uso na frente dos seus familiares? Será que as autoridades apelarão para o bom senso dos usuários, cujo bom senso já foi distorcido ou abolido pela droga de consumo ou de abuso?

Até onde o espaço da vida privada de uma pessoa envolvida com o uso de drogas, que a proposta de descriminalização visa a resguardar, não afeta a vida de outras pessoas, que ainda nem começaram a experimentar — como crianças, que testemunhando a facilidade da nova prática, serão estimuladas a usar, seja mais cedo ou mais tarde?

Se refletirmos sobre o impacto de danos das drogas lícitas em nosso país, como o cigarro e as bebidas alcoólicas, será que não vale a pena perguntar: já não temos drogas legalizadas demais? O que aprendemos sobre e com elas? Descriminalizar novas drogas não seria negarmos o doloroso aprendizado com as drogas lícitas?

A questão fundamental é: por que uma sociedade desejaria estabelecer e financiar um sistema que a torne doente e dependente?

Com o surgimento de novos usuários não ampliaríamos uma clientela de dependentes químicos que não terá condições de ser atendida por um sistema público de saúde que já não dá conta da demanda de usuários envolvidos com acidentes de trânsito, lesões corporais, homicídios, violência doméstica? Desta forma, não se agravaria o colapso já existente neste sistema público? Quem pagaria o custo médico, familiar e social?

Um governo que capitule diante da premissa de “que é inevitável o uso de drogas no mundo”, confundindo a população quanto a substâncias úteis à preservação da vida e outras que causam mais danos do que benefícios, estará diante de sua própria incapacidade de orientar os jovens para a vida. A banalização das drogas parece vir acompanhada da banalização da falta de sentido para a vida.

Não precisamos de caminhos sancionados pela Justiça para chegar mais facilmente às drogas, mas sim de uma justiça que caminhe com uma consciência capaz de ajudar os cidadãos, sobretudo os jovens, a encontrar sua capacidade de fazer escolhas com lucidez e responsabilidade.

ROBERTO P. COELHO é psicólogo e ouvidor da Coordenadoria Especial de Promoção da Política de Prevenção à Dependência Química da Prefeitura do Rio.

Fonte.http://oglobo.globo....antando-5684064

Mesma fonte da noticia do topico, tipico caso do morde e assopra...

O engracado que quando eh pra defender a PROIBIÇÃO eles assinam, mais quando eh pra fazer a constatação de que a guerra esta perdida ninguém bota a cara, porra a razão esta do nosso lado tem que meter a cara e foda-se!!!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...