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Dois Jovens Autores Discutem Sem Tabu O Vício Em Drogas


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  • Usuário Growroom

Dois jovens autores discutem sem tabu o vício em drogas

"Cafeína? Não sabia que isso era droga", espanta-se Victória Martinez, 17. "Isso é um mito recorrente: achar que apenas substâncias proibidas são drogas", explica o jornalista Tarso Araujo, autor de "Almanaque das Drogas".

Esta foi apenas a primeira de muitas ideias que foram desmistificadas durante papo sobre o tema que a Folha promoveu com Victória Martinez, Fernanda Brandão, Paula Abreu, as três com 17 anos de idade, Tarso e o jornalista Denis Russo, que escreveu "O Fim da Guerra".

O livro faz uma análise minunciosa do fracasso do combate às drogas no mundo contemporâneo.

A primeira curiosidade das jovens era saber em que momento da história o ser humano começou a se envolver com substâncias alteradoras da consciência. "Desde sempre", respondeu Araujo.

"Mas o uso difundiu-se de verdade na década de 1960, quando ídolos como Bob Dylan, Beatles e Johnny Cash declararam-se usuários, influenciando toda uma geração de jovens", ele acredita.

Na opinião de Russo, "os adolescentes têm uma tendência natural a correr riscos, desobedecer os pais e, por consequência, experimentar drogas".

É por isso que, em seu livro, ele defende uma estratégia antidrogas que, no lugar de punir, cuide do usuário. "Estamos criminalizando a juventude. Não podemos prender jovens por estarem fazendo o que eles sempre fizeram", justifica.

CIGARRO APAGADO

Uma boa notícia: o número de fumantes no Brasil caiu pela metade nos últimos anos. Se, na adolescência da mãe de Paula, fumar era ser descolado, hoje parece ser exatamente o oposto.

"Tem gente da escola que fuma. Mas as pessoas em volta olham feio", conta a jovem.

Russo acha que a redução "foi resultado das campanhas de educação e das restrições às propagandas da indústria tabagista".

As de bebidas alcoólicas, todavia, continuam. "E com a participação do [jogador] Ronaldo e de outros ídolos", ressalta Araujo.

Para ele, os jovens beberiam menos se soubessem de todos os reveses causados pelo alcoolismo -a lista inclui cirrose, dependência, hipertensão e diversos tipos de câncer.

Sobre a discussão da legalização, Araujo faz uma importante distinção: "Legalizar é o oposto do liberar geral. É criar regras para a produção, a distribuição e a venda, assim como é feito com as bebidas e o cigarro."

E completa: "Se você regulamenta, dá para evitar, por exemplo, que crianças não tenham acesso a essas substâncias. Hoje, elas têm."

"Tudo que é proibido atrai mais os jovens", acredita Fernanda. Russo lembrou então do caso da Holanda, onde maconha pode ser comprada por qualquer pessoa em um "coffee shop".

"Por incrível que pareça, o consumo entre os jovens de lá diminuiu. Fumar maconha virou cafona, coisa de turista", ele diz.

LEGALIZAR x LIBERAR

Legalizadas ou não, os dois jornalistas advertem: antes dos 18 anos, o ideal é manter distância de todas as drogas.

"Nessa época, o cérebro ainda está em formação. É quando mais absorvemos conteúdos, não deveríamos embaralhar nossa química cerebral nessa fase da vida", alerta Russo.

O uso indiscriminado de informação sobre o assunto, no entanto, está liberado.

"Só namoramos alguém depois de conhecer bem a pessoa, não é? Por que com as drogas não pode ser assim também?", questiona Araujo.

Já Russo acha que as coisas estão melhorando. "O debate deixou de ser tabu. Cinco anos atrás, fazer esse encontro seria uma loucura".

http://www1.folha.uo...em-drogas.shtml

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