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Uso Medicinal Da Maconha: Mito Ou Verdade?


∆-9-THC

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  • Usuário Growroom

Uso medicinal da maconha: mito ou verdade?

Não é de hoje a discussão sobre o uso da maconha como medicamento. Apesar do assunto ser longo conhecido dos militantes e dos curiosos, ele é muito atual, por mais que os grandes meios de comunicação se esforcem para deixá-lo distante da opinião pública.

Uma das provas de que a utilização da maconha como adjuvante em vários tratamentos não terminará tão cedo é um artigo publicado na revista alemã Deutsches Ärzteblatt International. Este é um periódico semanal que tem por objetivo a publicação de trabalhos clínicos independentes. Neste trabalho, dois pesquisadores de renome internacional no campo de pesquisa sobre os efeitos dos canabinóides – a Dra Kirsten Müller-Vahl, neurologista, psiquiatra e professora no Hannover Medical School, e o Dr Franjo Grotenhermen, fundador do International Association for Canabinoid Medicines e pesquisador no Instituto Nova de Colônia - fazem um apanhado de toda a literatura relacionada aos canabinóides na base de dados do PubMed, do período de janeiro de 2000 até dezembro de 2011, a fim de dar um veredicto mais prático sobre onde estamos neste tipo de pesquisa e onde precisamos ainda avançar.

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Estufa de cultivo da maconha para fins medicinais.

A maconha tem sido utilizada como medicamento no tratamento de inúmeras doenças desde muitos séculos atrás. Ela começou a ser usada na Europa somente no século XIX para tratamento de dores, asma e distúrbios do sono, mas acabou caindo em desuso na primeira metade do século XX devido, em parte, à não solução das estruturas químicas presentes na planta (Cannabis sativa L.), e seu uso ficou restrito aos guetos de artistas pelas suas propriedades psicoativas. Somente em 1964 o (-)-trans-delta-9-tetrahydrocanabinol, mais conhecido pela sua sigla THC, foi demonstrado como sendo a principal molécula responsável pelos efeitos da erva. A descoberta do THC abriu eventualmente as portas para a descoberta do sistema de receptores canabinóides presentes no corpo humano e que são os responsáveis pelas respostas ao THC e aos canabinóides internos produzidos pelo nosso próprio corpo.

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Fórmula estrutural do THC

A partir deste ponto, Grotenhermen e Müller-Vahl descrevem as utilizações mais relevantes e eficazes do uso da maconha como planta medicinal. Entre essas principais utilizações estão o tratamento de falta de apetite em pacientes soropositivos para o vírus da AIDS, o tratamento dos efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes com câncer, o tratamento de dores crônicas e de várias disfunções associadas à esclerose múltipla, somente para citar alguns. Em suma, o artigo propõe que as principais vantagens de se usar a substância como adjuvante no tratamento de tais doenças é que as contra indicações seriam mínimas quando comparadas aos medicamentos legais utilizados na clínica atual. A maconha funcionaria como um estimulante da fome para os problemas de falta de apetite e que poderia ser ainda, usada como sedativo além de ser uma droga de baixo custo.

Apesar de todos os benefícios da utilização da maconha como adjuvante, alguns trabalhos já relataram seus efeitos negativos como o desencadeamento de psicoses e neuroses em indivíduos com pré-disposição à esquizofrenia. Além disso, dois trabalhos (este e este outro) mostram que o consumo excessivo de canabis pode causar danos cognitivos graves. Os autores terminam o artigo de forma convincente concluindo que existem sim inúmeras evidências de que a maconha pode – e deve – ser utilizada para fins medicinais.

É óbvio que a discussão da utilização da maconha e/ou seus princípios ativos na medicina evoca, quase que mecanicamente, uma outra discussão: a sua legalização. No Brasil, esta discussão já existe, mas ela continua a ser cada vez mais sufocada e reprimida pelas autoridades (como conhecem bem os militantes da marcha da maconha desse ano no

e em 2011, em
). O início da proibição do uso da maconha ocorreu no fim dos anos 30, nos Estados Unidos, em parte por racismo, e o argumento foi que a erva deveria ser proibida por ser uma droga de abuso. Atualmente, isto é insustentável, visto que inúmeras outras substâncias legais e mais prejudiciais à saúde são também utilizadas e de forma abusiva.

As reflexões que são postas, portanto, sobre o “affair” maconha, são duas:

1) ela já deveria ter sido retirado da esfera penal e ter passado para a esfera da saúde, evitando assim todos os transtornos decorrentes da sua ilegalidade que a nossa sociedade conhece bem.

2) A esfera legisladora juntamente com a judiciária se encarregariam do controle dessa substância enquadrada como droga ilícita na lista da Anvisa.

E então, de qual lado você está?

fonte http://praciencia.co...ito-ou-verdade/

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