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Consumo De Drogas Tem Estreita Relação Com A Primeira Infração Entre Os Jovens, Diz Pesquisa


BassHemp

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  • Usuário Growroom

Então galera!

O que me dizem sobre essa pesquisa?

Tenho algumas ideias sobre alguns dados, mas gostaria de saber a opinião da galera aqui.

Segue:

Consumo de drogas tem estreita relação com a primeira infração entre os jovens

O consumo de drogas guarda estreita relação com a primeira infração entre os adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa. É o que demonstra um estudo feito pelas pesquisadoras Mayra Costa Martins e Sandra Cristina Pillon, ambas da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, e publicado no número de maio da revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz.

A pesquisa revela que o uso de álcool, maconha, cocaína e até crack, isoladas ou concomitantemente, pelos adolescentes começa cedo, por volta dos 12 anos, e que todos os delitos foram cometidos pela primeira vez com idade média de 13 anos. De acordo com as autoras, “quando o uso de drogas ocorre precocemente, existe uma chance maior de o adolescente se envolver mais cedo com as infrações, pois o deixa mais vulnerável aos comportamentos de risco”.

Martins e Pillon constataram que o álcool e a maconha são as drogas mais consumidas pelos menores infratores que participaram do estudo. Enquanto 146 adolescentes, ou 97,3% do grupo, relataram terem consumido álcool, 145 deles, ou 96,7%, disseram ter experimentado maconha. A cocaína tinha sido usada, também cedo, por volta dos 14 anos, por 98 deles, ou 65,3% do grupo. Apenas 14 dos menores, ou 9,3%, tinham consumido crack.

Os delitos mais praticados pelos adolescentes foram o roubo, por 123 deles, ou 82% do total, e tráfico de entorpecentes, por 111 ou 74% da mostra. Seguido por furto, cometido por 89 deles, ou 59,3% dos menores, e porte de arma de fogo, o que ocorreu com 12l adolescentes ou 80,7%. Homicídios foram praticados por 28 dos menores, o que perfaz um percentual de 18,7%.

As pesquisadoras constataram que com relação aos casos de roubo, verificou-se a tendência estatística de os adolescentes com baixo nível de escolaridade e com idade precoce terem maior probabilidade de participação neles. Todos os adolescentes que cometeram delitos eram do sexo masculino.

O estudo foi realizado com 150 (48%) dos 312 adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa (internos, no jargão jurídico) nas unidades de Ribeirão Preto e Sertãozinho da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), no interior de São Paulo.

Com idades entre 13 e 20 anos, a maioria dos alunos, 91 ou 60,7%, era de cor parda ou negra e 83, ou 55,3%, eram procedentes da região de Ribeirão Preto. Quanto ao nível de escolaridade, esta era baixa: 103 deles, ou 68,7%, tinha apenas o ensino fundamental incompleto e metade da mostra, 75 ou 50%, não estava estudando quando foram internados. Apenas três dos adolescentes tinham ensino médio completo, o que representa só 2% da amostra.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que do total da população brasileira, o percentual de adolescentes em conflito com a lei, entre 12 e 18 anos, representa 15%, ou seja, 0,2% de toda a população do Brasil responsável pela prática de atos infracionais. A Região Sudeste concentra 40% dos adolescentes infratores.

Quando os vínculos primários são fortes, as chances de o adolescente exibir comportamento anti-social são menores do que quando os vínculos com os pais não existem ou são fracos, observam as autoras, citando a literatura científica da área.

Os fatores associados a comportamento anti-sociais na infância, frisam, são: pertencer ao sexo másculo; receber cuidados maternos e paternos inadequados; viver em meio à discórdia conjugal; ser criado por pais agressivos e violentos; ter mão com problemas de saúde mental; residir em áreas urbanas; ter baixo nível sócio-econômico. Adicionado a esses, há estudo que aponta que os meninos apresentam maior tendência a aspectos patológicos, desvios de conduta, envolvimento com acidentes, suicídos, comportamentos anti-sociais e uso de álcool e de outras drogas.

Segundo elas, como é essencial ao adolescente estabelecer contatos com novos amigos e formar seu grupo de identificação, que influencia suas idéias e opiniões, passando a permanecer mais tempo com o grupo fora de casa do que com os pais, diferentemente do que ocorre na infância ou na pré-adolescência, esse relacionamento com o grupo pode conduzir a comportamento inadequado tais como uso de drogas e a delinqüência, que se tornam normas em grupos da mesma faixa etária durante esse período.

Os problemas de comportamento grave podem estar relacionados com maior risco para o uso de todas as drogas, mas a associação com relação ao comportamento delinqüente pode ser mais forte para o uso da maconha que para o uso do álcool ou do tabaco. Sabe-se, entretanto, que o uso precoce de tabaco, de álcool ou de ambos pode conduzir ao uso de maconha e de outras drogas ou a outros problemas de comportamento. Para as autoras, esses problemas podem estar vinculados ao maior risco de uso de todas as drogas, mas o comportamento delinqüente parece ser o mais importante fator para o uso de maconha do que para o uso de álcool ou de tabaco.

Martins e Pillon, entretanto, chamam a atenção para o fato de que para a Psicanálise, a delinqüência indica que alguma esperança subsiste. Quando a criança se comporta de modo anti-social, não se trata necessariamente de uma doença, e o comportamento anti-social é, por vezes, um pedido de socorro, solicitando o controle de pessoas fortes, amorosas e confiantes.

Levantamento feito pelo Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Deliqüente demonstrou que é expressiva a quantidade de usuários de drogas entre os adolescentes privados de liberdade no Brasil: em 2002, 85,6% faziam uso antes da apreensão, especialmente de maconha (67,1%), álcool (32,4%), cocaína/crack(31,3%) e inalantes (22,6%).

Adolescentes infratores tendem a procurar amigos no próprio meio de infração, buscando estímulo e apoio em suas ações ilegais como roubos, tráfico ou uso de drogas. As características do perfil do adolescente em conflito com a lei no Brasil são similares àquelas encontradas em estudos internacionais.

Estudo feito com adolescentes delinqüentes dos Estados Unidos apontou que a maioria apresenta distúrbios de conduta, é usuária de drogas e tem estágios de humor negativos. Outras características dessa população apontadas pela literatura científica dão conta da ocorrência de impulsividade, hiperatividade, precariedade no controle diante de frustrações, deficiência de atenção, incapacidade de planejamento e de fixação de metas, além de baixos níveis de inteligência.

Com base nos estudos aos quais as autoras recorreram para fazer a nova pesquisa, as pesquisadoras classificam como sendo indispensável a criação de programas preventivos direcionados especificamente aos adolescentes. As entrevistas foram feitas individualmente em uma sala de aula e com a presença do agente de segurança na porta.

Fonte: http://www.fiocruz.b...foid=1821&sid=9

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  • Usuário Growroom

cara, a fase da adolescencia é marcada pela vontade de transgredir regras.... isso é um fato!

no meu caso, eu achava IRADO fumar maconha pq estava transgredindo as regras dos meus pais, da minha familia inteira e da sociedade

se a maconha fosse legalizada, com certeza nao teria tanta graça naquela epoca!

VIVA RBD hahahahaha

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  • Usuário Growroom

Pode crer!

Adolescência sempre rola uns excessos dos excessos rs.

Essa parte:

"Os delitos mais praticados pelos adolescentes foram o roubo, por 123 deles, ou 82% do total, e tráfico de entorpecentes, por 111 ou 74% da mostra. Seguido por furto, cometido por 89 deles, ou 59,3% dos menores, e porte de arma de fogo, o que ocorreu com 12l adolescentes ou 80,7%. Homicídios foram praticados por 28 dos menores, o que perfaz um percentual de 18,7%."

Eu acredito que os crimes de homicídio, tráfico de drogas e porte de arma de fogo são relacionados, pois geralmente é isso que rola no mercado ilegal.

Falam em roubos e furtos, mas será que não tem vários pequenos furtos que deixam o cara preso, por ser pobre lógico, por um tempo desproporcional ao delito?

A gente sabe que isso existe de monte nesse país.

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  • Usuário Growroom

É sempre assim, primeiro dizem q o uso de drogas na juventude está relacionado as primeiras infrações, para só dps dizer que faltou à esses jovens pais que os educassem, escola que os instruíssem, que são das camadas sociais de mais baixa renda....só falta dizer tbm que as regiões em que esses garotos moram falta saneamento básico, coleta de lixo e o mais importante, equipamentos urbanos que deêm acesso a cultura e o incentivo ao esporte.

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  • Usuário Growroom

Que pesquisa cretina.

Como o cara disse, adolescência o cara vai transgredir mesmo. A diferença está nas condições sociais a que o cara está sujeito, se o cara teve uma vida de privação ( e ai pode ser tanto economico/financeiro/material como afetivo) a instensidade e teor da infração tendem a tentar recuperar ou tomar posse daquilo que foi perdido ou nunca se teve.

A questão é complexa , mas a pesquisa é extremamente tendenciosa forjando uma relação causal entre uso de drogas x infração dando a entender que se fosse evitado o uso de drogas não ocorreria infração. ou seja , que merda de pesquisa positivista preconceituosa da porra.

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  • Usuário Growroom

Relendo a pesquisa eu também percebi claramente a tendência em associar o uso de maconha com o crime.

Quando na verdade esses jovens da Febem já estavam em situação de risco e criminalidade desde a infância.

edit: Essa pesquisa é de 2008.

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  • Usuário Growroom

Balela pura, a pesquisa tem o mesmo erro de lógica da teoria da porta de entrada, eu colocaria a explicação diferente de forma que ficaria logicamente correto.

Ao invés de “quando o uso de drogas ocorre precocemente, existe uma chance maior de o adolescente se envolver mais cedo com as infrações, pois o deixa mais vulnerável aos comportamentos de risco”.

Para, "adolescentes em situação de exclusão social e ambiente de risco tem maiores possibilidades de começarem a usar droga mais cedo." ou ainda "adolescente em situação de exclusão social mais propensos a comportamentos de risco começam a usar drogas mais cedo..."

Eles partiram de um grupo universo sem considerar as características próprias do grupo, esse erro de prcedimento é repetido diversas vezes em pesquisas sobre drogas.

Vou dar dois exemplos, um hipotético mas pra deixar claro o absurdo desse raciocínio e outro real aplicando ao estudo de uso de drogas.

Antes dos exemplos devemos deixar claro que os gêneros humanos tem diferenças em suas aptidões. Enquanto os homens tem maior aptidão para o raciocínio matemático, percepção espacial e habilidade motora grossa . Enquanto as mulheres tem maior aptidão habilidades verbais, habilidade motora fina e diferenciar coisas diferentes entre coisas muito parecidas.

A teoria diz que essas diferenças se devem a evolução onde os homens se especializaram em ser caçadores e as mulheres coletoras.

Por isso os recordes masculinos em esportes normalmente são maiores e pelo mesmo motivo difícilmente você verá homens trabalhando na montagem de peças eletrônicas ou em conferência de qualidade em linhas de produção.

Dito isso caso eu venha a fazer uma pesquisa que meça a capacidade de percepção espacial escolhendo o universo de pesquisa a esmo sem fazer os devidos ajustes estatísticos posso chegar a incível conclusão que usar saia atrapalha a percepção espacial...

Agora o exemplo real, em certa pesquisa em que disseram que a maconha afeta a inteligência foi feito em um grupo escolhido a esmo. O detalhe é a forma que usaram para testar a inteligência, que foi baseada em aptidões comunicativas sem nenhuma correção estátística. Juntando isso ao fato que a maior parte dos usuários de maconha são homens chegou-se a esse resultado.

Se a mesma pesquisa se utilizasse a percepção espacial como parâmetro de medida de inteligência chegaria a conclusão que maconha aumenta a inteligência...

Temos que ter muito cuidado com essas pesquisas, principalmente porque elas não são feitas para encontrar uma resposta e sim para validar ou não uma certa teoria, o que normalmente leva a muitos vícios no processo.

Cansei de ver pesquisas citadas em reportagens e ao procurar a fonte a pesquisa não tinha relação nenhuma com o que havia sido dito na reportagem, em outras foram usados metódos duvidosos ou mesmo absurdos (muito comum nas pesquisas do Laranjeira) ou ainda sem os devidos ajustes estatíscos, com discrepâncias muito grande entre o grupo de controle e o grupo universo, ou ainda um escolha mal feita de conjunto universo que me parece ser o caso desse estudo.

Elas escolheram muito mal, primeiro limitando apenas a menores infretores, ou seja elas ignoraram a possibilidade que alguém possa ter usado maconha com 12 anos e não tenha cometido crimes, só isso já bastaria para invalidar tais conclusões.

Ora se não incluirmos aqueles que usaram cedo e não cometeram crimes como dizer que uma coisa leva a outra...

Elas estão pegando um efeito da fragilidade social comum a menores que cometem crimes e dizendo que isso é uma causa.

É a mesma coisa que fazer uma pesquisa sobre o consumo de água com os pacientes de um hospício e dizer que 100% das pessoas que bebem água ficam malucos...

Ou seja resumindo pura distorção da realidade.

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  • Usuário Growroom

Xeque-mate! haha!

Obrigado pela explicação Black Label.

Essas diferenças entre a realidade e o universo em que o grupo em questão estava envolvido pode passar depercebido por olhares desatentos. Minhas ideias foram clareando com a explicação da galera.

A maioria de quem é contra a legalização utiliza dessas pesquisas como argumento. Muito importante a gente explanar essas situações.

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  • Usuário Growroom

olha o espaço amostral da pesquisa deles

"O estudo foi realizado com 150 (48%) dos 312 adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa (internos, no jargão jurídico) nas unidades de Ribeirão Preto e Sertãozinho da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), no interior de São Paulo."

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