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Redução De Danos Para Usuários De Crack Gera Polêmica


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Redução de danos para usuários de crack gera polêmica na capitalPrograma da PBH que incentiva consumo de drogas como álcool e tabaco em substituição à pedra surpreende o próprio prefeito, que no entanto diz que política tem base científica

Sandra Kiefer -

Publicação: 20/04/2013 06:00 Atualização: 20/04/2013 07:09

20130420002043954393o.gif Usuário de crack na Avenida Santos Dumont, no Centro da capital: consumo da droga à luz do dia, sem preocupação com o movimento ao redor

A política de enfrentamento ao uso do crack executada pela Prefeitura de Belo Horizonte, com o incentivo à substituição da pedra por drogas lícitas, causou surpresa ao próprio prefeito Marcio Lacerda (PSB). Como revelou o Estado de Minas em sua edição de quinta-feira, a capital mineira põe em prática o modelo de redução de danos preconizado pelo Ministério da Saúde, que incentiva a substituição do crack por drogas mais leves, como opiáceos, álcool, tabaco e remédios controlados, até que o usuário consiga atingir a abstinência.

Perguntado em entrevista à Rádio Itatiaia sobre a iniciativa, e se havia ficado sabendo de detalhes da política de redução de danos por meio do jornal, Lacerda respondeu: “Realmente, não conheço”. Mesmo assim, o prefeito defendeu o programa, ao afirmar que “existem teses de medicina e trabalhos científicos que demonstram que as pessoas com dependência química podem ser tratadas usando drogas menos nocivas, enquanto não se livram totalmente (do vício do crack)”.

O tema da redução de danos é citado duas vezes no Projeto Recomeço, parte do programa de governo para a reeleição de Marcio Lacerda, no ano passado. Em resposta ao EM, por e-mail, o prefeito informou que a redução de danos é apenas um dos pontos do projeto, que tem como objetivo “envolver os vários setores do poder público e da sociedade no enfrentamento ao uso de drogas, buscando ações de tratamento, de prevenção, de reinserção social e de redução de danos, tendo como base a atual política sobre drogas.”

Segundo o prefeito, o combate ao crack é tratado como assunto prioritário em sua gestão. Prova disso, afirma, é a inauguração do Centro de Referência de Saúde Mental – Álcool e Drogas (Cersam–AD) do Barreiro, prevista para hoje. “Isso mostra que estamos trabalhando para ampliar a prevenção e ofertar um atendimento mais próximo e humanizado.” A unidade é uma das três do tipo prometidas para a capital mineira dentro do Projeto Recomeço. A abertura do Cersam Noroeste, nas proximidades da cracolândia do Bairro Lagoinha, está prevista para junho.

A Secretaria Municipal de Saúde informou em nota que dentro das ações de assistência aos usuários de álcool e outras drogas não são fornecidas na rede de Belo Horizonte drogas ilícitas, como maconha, nem bebidas alcoólicas e cigarros, apenas substâncias com orientação médica.

Audiência pública

Na próxima semana, Lacerda e o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, devem comparecer a audiência pública perante a Comissão Permanente de Enfrentamento do Crack da Assembleia Legislativa de Minas, para esclarecer o funcionamento do programa de redução de danos. O encontro foi convocado a pedido de representantes do terceiro setor que, entre outras informações, querem mais explicações sobre a política de distribuição de drogas lícitas para usuários de crack da capital, o montante já aplicado da verba do governo federal no setor e o número de usuários da pedra que perambulam pelas ruas da capital.


Entraves nas comunidades terapêuticas

Uma das respostas mais objetivas para o impasse poderia vir das comunidades terapêuticas, entidades ligadas às igrejas que sempre acolheram “viciados em drogas” em fazendas, sítios e centros de recuperação. A proposta da inclusão das entidades na política de combate ao crack é discutida à exaustão desde 2011. Até hoje, porém, não foi aberta uma única vaga nas comunidades terapêuticas no país dentro do programa Crack: é possível vencer.

Em novembro de 2012, quase um ano e meio depois da reunião com a presidente Dilma Rousseff, que defendeu a causa, saiu o edital de convocação das entidades pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça. Dava dois meses de prazo, até janeiro deste ano, para que as entidades se inscrevessem. O tratamento, custeado com recursos federais, iria durar de 45 dias a nove meses, dependendo do caso. Cada usuário de crack fora das ruas custaria R$ 1 mil por mês.

Em janeiro esgotaram-se os prazos para inscrição, pré-habilitação, habilitação e aprovação do contrato das comunidades terapêuticas. Mais de 400 entidades se inscreveram. Dois meses já se passaram e a Senad não conseguiu avançar da segunda etapa (pré-habilitação). “Se continuar nesta toada, com a divulgação de 10 nomes por mês, vai levar mais um ano e meio até acabarem as habilitações e o governo começar a repassar os recursos. Enquanto isso, as pessoas vão continuar nas ruas?”, questiona o pastor Wellington Vieira, presidente da Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (Feteb).

Processos

Vieira calcula que existam hoje cerca de 300 entidades nestes moldes em Minas, cuidando de 9 mil usuários de drogas (30 pessoas por entidade, em média). Ao todo, respondem por 80% das pessoas em tratamento. O pastor esteve em Brasília para acompanhar o andamento dos processos na companhia de Ana Godoy, presidente da Federação das Comunidades Terapêuticas Católicas e coordenadora da Pastoral da Sobriedade. “Realmente o processo está muito lento, mas tenho esperança de que, ainda este ano, saia alguma verba.”

O Ministério da Justiça garante que até junho a maior parte das análises terão sido concluídas. O órgão alega que quase 100% das documentações encaminhadas estavam incompletas, o que dificultou o trabalho. Das 253 inscrições de entidades, 55 tiveram a documentação analisada, 42 foram habilitadas e oito aprovadas. De Minas, três estão habilitadas e apenas uma aprovada: a Associação de Apoio e Recuperação de Dependentes Químicos de Itaúna, na Região Central.

fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/04/20/interna_gerais,374005/reducao-de-danos-para-usuarios-de-crack-gera-polemica-na-capital.shtml

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    • Salve galera, a quanto tempo eu não passo por aqui, caraca. Seguinte, estou passando por uma situação que nunca tinha me acontecido antes e gostaria de saber se alguém aqui já teve esse problema e se teve, como resolveu. Meu substrato está baixando o pH sozinho e muito. Eu faço rega com pH 6,35 por exemplo, como fiz hoje, e o run off sai com 5,2 e até 5,0. As plantas já estão na 2 semana de flora só que já  estão apresentando deficiências, as folhas se dobrando em garra, parecendo over de N, e elas estão bem  verdes mesmo. Estou usando um substrato 50/50 perlita e turfa. Quantos mais dias eu demoro pra fazer a proxima rega, mais ácido parece que fica. Usando Remo nutrients, iluminação LED 350W num grow 80x80. São 5 plantas automáticas, 4 na flora e uma no início da vega. Abaixo fotos.
    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
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