Usuário Growroom TUFTUF Postado July 20, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 20, 2013 O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos à saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade. Artigo | 8 Julho, 2011 - 15:23 Richard J. Roberts: "É habitual que as farmacêuticas estejam interessadas em investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos cronificadores". Foto de Wally Hartshorn Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas farmacêuticas dos EUA gastam centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos cronificadores que sejam consumidos de forma serializada. Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia. A investigação pode ser planeada? Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pelas Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender. Parece uma boa política. Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada ... E não é assim? Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho. Como nasceu? A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los. Uma aventura. Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971. Foi cientificamente produtivo? Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida. O que descobriu? Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de introns no DNA eucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética). Para que serviu? Essa descoberta ajudou a entender como funciona o DNA e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro. Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu? É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de saúde... Eu tenho as minhas reservas. Entendo. A investigação sobre a saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas. Explique. A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais ... Como qualquer outra indústria. É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos. Mas se eles são rentáveis investigarão melhor. Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos. Por exemplo... Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença ... E por que pararam de investigar? Porque as empresas farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação. É uma acusação grave. Mas é habitual que as farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos cronificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo. Há dividendos que matam. É por isso que lhe dizia que a saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos. Um exemplo de tais abusos? Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas. Não fala sobre o Terceiro Mundo? Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado. Os políticos não intervêm? Não tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos. Há de tudo. Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e eu sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas que financiam as campanhas deles. O resto são palavras… 18 de Junho, 2011 Publicado originalmente no La Vanguardia. Retirado de Outra Política Tradução de Ana Bárbara Pedrosa para o Esquerda.net PHONTE:http://www.esquerda.net/artigo/farmac%C3%AAuticas-bloqueiam-medicamentos-que-curam-porque-n%C3%A3o-s%C3%A3o-rent%C3%A1veis 6 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom Fabrício BrasilC (olho) Postado July 29, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 29, 2013 up, up ! Olhem a verdadeira atuação do capital e das indústrias farmaceuticas. att Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom fuck_off Postado July 29, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 29, 2013 It's all about money, always! 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom planta Postado July 29, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 29, 2013 É bom quando algum tipo de autoridade fala certas verdades. É uma pena que esse debate não ganha a grande mídia, pois estas são financiadas com dinheiro dessas farmacêuticas. A saúde não pode ser apenas uma indústria. Ela deve servir a vida. Aí fica claro também o porque de tanto lobby contra uma planta que poderia desbancar tantos medicamentos "falsos", que apenas aliviam os sintomas, sem curar a causa... Pensa aí a quantidade de doenças crônicas que o povo toma comprimidinhos todo santo dia??? Essas horas queria ter fé um Deus judaico-cristão que castigaria essas pessoas em algum momento, mas minha fé é um pouco menos maniqueísta que isso, o que faz a raiva ainda maior... Vermes. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Scorby Postado July 29, 2013 Denunciar Share Postado July 29, 2013 Sou farmacêutico e sei muito bem oq isso significa... não e atoa que vc chega gripado numa farmácia e eles te mandam tomar uns 15 medicamentos... So pra poder ganhar comissão nas suas costas ( ARRISCANDO SUA SAÚDE);;;; a vida e uma coisa estranha quem vive na realidade da SAÚDE DO BRASIL toma ate um susto quando vc ta dentro da rede publica... BRASIL um pais sem ESCRÚPULOS.......... !!!!!!!!!!!!!! 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom muyloko-Ce Postado July 29, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 29, 2013 Ta ai um dos grandes motivos pro Hemp oil ser proibido, ate mesmo em paises onde é permissivo a cannabis medicinal... O oleo cura quase tudo! Pra mim a cura pro cancer foi descoberta a decadas... O azt que usam para tratar hiv é outra "galinha dos ovos de ouro" do sistema, azt definha as pessoas com hiv!!! (se é que hiv é real) Meu sogro tem hiv e é alcolatra, por isso nao toma o remedio, apenas raramente, e a mais de 20 anos tem aids e ta firme e forte, ja meu tio que tem a 3-4 anos e toma todo dia essa merda ta definhando! E so correr atras das infos verdadeiras, o sistema todo é podre! ja dizia Raul, E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial. Que está contribuindo com sua parte. Para nosso belo quadro social! 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Usuário Growroom urubuz Postado July 30, 2013 Usuário Growroom Denunciar Share Postado July 30, 2013 legalizem a cura da nação !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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