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Notas Verdinhas De Maconha No Fantástico


sano

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  • Usuário Growroom

Notas verdinhas de maconha no Fantástico

Breves reflexões sobre as implicações econômicas, sanitárias e políticas de se entender a regulamentação medicinal ou recreativa da maconha como “um mercado bilionário”. A reportagem sobre Cannabis legal e medicinal nos EUA apresentada no programa Fantástico do último domingo (21/07/2013) me fez lembrar o que Antonio Ecohotado, historiador espanhol das drogas, ensina sobre o que aconteceu com o café em partes do Islã, onde ele chegou a ser proibido durante um tempo. Artigo publicado pelo psiquiatra Luís Fernando Tófoli.

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“Não deixará de ser divertido ver agora como essa reportagem-bomba cai entre ‘conservadores’ e ‘liberais’, já que tanto o proibicionismo quanto o antiproibicionismo têm lugar nas duas ‘mãos’ do espectro político”

Na ocasião, ao perceber que as leis religiosas impostas não iam segurar as pessoas de beberem essa substância estimulante, os imãs acabaram tendo que sancionar o café justificando que, por meio dele, os fiéis podiam ficar mais tempo acordados lendo o Alcorão e orando.

Ou seja, cada sociedade usa daquilo que louva para justificar a regulação de um psicoativo, especialmente quando a sua liberação está prestes a acontecer. Ontem vimos a Cannabis ser abençoada pelo ‘Deus Mercado’ em um de seus principais altares no país, a Rede Globo. Partindo da suposição que a regulamentação da maconha é somente uma questão de tempo – o que, nas palavras de Ronaldo Laranjeira em sua entrevista no Roda Viva deste ano, tornaria o Brasil em um ‘enorme maconhal’ – resta saber o que é melhor para as pessoas: a legalização regida pelas corporações em American style ou algo próximo dos clubes canábicos da Espanha, que funcionam como cooperativas e não têm a perspectiva de auferir lucros. Outra questão crucial – sequer tocada pela reportagem – foi a da regulamentação de uma eventual propaganda. Os dois estados americanos que legalizaram o uso recreacional de maconha não permitem – pelo menos ainda – publicidade maconheira, mas há polêmica por lá.

No meu campo de atuação específico e tema deste Blog, a Saúde Pública, alguns breves comentários: 1) Apesar do tempo curto, o Fantástico poderia ter garimpado melhores fontes sobre Cannabis medicinal e consultado, por exemplo, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) da UNIFESP, um dos grupos com maior experiência nesse campo no mundo, mas optou por entrevistar somente dois médicos americanos, ambos com evidentes conflitos de interesses na questão; 2) A reportagem só fala em um único ‘princípio ativo’, o THC (tetra-hidrocanabinol), enquanto existe um grande número de canabinoides na planta, e diversas das propriedades medicinais da maconha, como as ações ansiolíticas, hipnóticas e antiepilépticas, citadas na reportagem, parecem ser moduladas por outro princípio, o canabidiol ou CBD; 3) A matéria menciona que a Cannabis está indicada para o tratamento do glaucoma, uma informação que já se considera algo ultrapassada; embora os canabinoides de fato provoquem uma queda temporária na pressão intraocular, ela não é tão eficiente e permanente quanto aos dos medicamentos alopáticos disponíveis; 4) Faltou mencionar que as melhores evidências disponíveis, até o momento, indicam a aparentemente paradoxal associação entre menor uso por adolescentes – os mais vulneráveis aos aspectos perigosos da erva – e viver em países com leis mais tolerantes em relação ao uso da maconha. Essa informação, porém, você não vai receber de bandeja, em rede nacional, pela grande imprensa televisiva.

Por fim, na esfera política, não deixará de ser divertido ver agora como essa reportagem-bomba cai entre ‘conservadores’ e ‘liberais’, já que tanto o proibicionismo quanto o antiproibicionismo têm lugar nas duas ‘mãos’ do espectro político. No que já pude ver nas redes sociais, percebe-se de tudo um pouco, incluindo teorias conspiratórias, que podem, de fato, serem muito criativas e inclusivas, visto que há políticos defensores da descriminalização da Cannabis desde Fernando Henrique Cardoso (PSDB) até Paulo Teixeira (PT) e incluem partidos de esquerda que têm incluído essa questão em suas pautas, como o PSOL e o PSTU.

Depois de uma recente e interessante edição do ‘Na Moral’ de Pedro Bial sobre o tema da descriminalização das drogas, ainda que em horário de pouco impacto, ninguém pode negar que a reportagem de capa dessa edição do Fantástico tenha posto as cartas na mesa: as pessoas e, principalmente, os políticos vão ter que se posicionar quanto à regulamentação do uso da Cannabis. As cenas finais da matéria parecem sugerir qual é o caminho inevitável, segundo a opinião da editoria do Fantástico: cortes sucessivos de dólares e folhas de maconha – marijuana is money. Descontando o chavão gráfico do contraste de verdinhas sobre verdinhas, eu pergunto a você: qual é a melhor forma de se legalizar a erva? Assista à reportagem e opine abaixo.

Luís Fernando Tófoli é psiquiatra e professor da Faculdade de Ciências Médicas/UNICAMP.

http://www.bancodeinjusticas.org.br/notas-verdinhas-de-maconha-no-fantastico/

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  • Usuário Growroom

acorda, Laranjeira..

o Brasil SE TORNAR um imenso maconhal..

JÁ É!

fora que poucos repararam,

que o advogado que aparece na reportagem é da família DuPont

sera coincidência? esse povo tá com o filme tão queimado nos dias de hoje..

na real acho que ESSA foi a grande PROPAGANDA SUBLIMINAR PRÓ-LEGALIZAÇÃO..

ainda acho

que a cada apreensão cretina

o "delito" ou a erva deveria ser

encaminhada pro INCA pra acariação do TEOR do THC apreendido e depois

transformado em HEMP OIL e doado a instituições como o hospital do cancer..

caraca, INCA, já falo isso faz mais de 6 meses..

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  • Usuário Growroom

"4) Faltou mencionar que as melhores evidências disponíveis, até o momento, indicam a aparentemente paradoxal associação entre menor uso por adolescentes – os mais vulneráveis aos aspectos perigosos da erva – e viver em países com leis mais tolerantes em relação ao uso da maconha. Essa informação, porém, você não vai receber de bandeja, em rede nacional, pela grande imprensa televisiva."

Muito bom, mas ainda acrescentaria um 5º item. Que ao contrário do que pregam os psiquiatras, como Ronaldo Laranjeiras, não há nenhum surto psicótico da população onde a cannabis é regulamentada. Essa informação, porém.....

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  • Usuário Growroom

acho muito nobre a causa das cooperativas mas ainda não sei se seria o ideal..

e o cara que trabalha ou tem muitos outras ocupações na vida ou simplesmente não quer se envolver, quer comprar?

vai continuar alimentando "subtraficantezinhos" que são partes de cooperativas?

acredito que o melhor é flexibilizar o maximo possivel.. liberar plantio pra quem quiser plantar.. liberar venda pra quem quiser comprar.. a qualidade do produto final sempre vai ser melhor cultivando, mas sempre vai ter gente que quer comprar sem se envolver com nada! e devemos respeitar..

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