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Recompensa-Se Por Denúncia Sobre Facção.O Brasil Não Está Preparado Para Combater O Crack?


CanhamoMAN

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  • Usuário Growroom

04/11/2013 06:30

Recompensa-se por denúncia sobre facção

http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/59754/Recompensa-se+por+denuncia+sobre+faccao

Chefões do crime, principalmente do tráfico, podem ter a ‘cabeça a prêmio’ e serem expostos na mídia

Por Plínio Delphino
pliniod@diariosp.com.br

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo está em tratativas com o Instituto São Paulo Contra a Violência estudando uma forma eficiente de oferecer recompensa para denúncias sobre o paradeiro dos traficantes que gerenciam a droga do crime organizado em São Paulo a mando do comando do PCC, instalado dentro dos presídios.
As investigações da polícia paulista mostram que aproximadamente 80% do tráfico de entorpecentes no estado é administrado pela facção criminosa e as lideranças das polícias de São Paulo têm apenas uma certeza: a de que só apreender a droga sem colocar traficantes importantes na cadeia não faz arrefecer o crime mais lucrativo da atualidade.
“Se apreensão de droga fosse medida para mostrar a efetividade do combate ao tráfico, estaríamos muito à frente do crime. Mas não é isso. No ano passado, tiramos das ruas 60 toneladas de drogas. Neste ano, já estamos perto dessa marca. E o preço da droga nas ruas não inflacionou nem um pouco. Ou seja, a perda do entorpecente não interferiu ou fez com que o traficante deixasse de lucrar. O combate deve ser feito de outra maneira”, aponta o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Benedito Meira.
O comandante mostrou preocupação e disse que a polícia e a sociedade vão enfrentar uma guerra contra o tráfico. “O Brasil é o maior consumidor de crack do mundo e o segundo de cocaína. Se sustentamos essa posição no ranking nós temos uma guerra pela frente. Não se restringe ao trabalho da PM. Há necessidade de uma ação do governo como um todo.”
Meira disse que há vulnerabilidade nas fronteiras com Peru, Bolívia e Paraguai. “A droga tem preço baixo e abastece o Brasil. Depois, usa o país para escoá-la para outros continentes. Se o quilo de pasta base custa R$ 400, R$ 1 mil, em São Paulo será R$ 8 mil, nos Estados Unidos R$ 30 mil e no Japão R$ 90 mil”, disse. Meira acredita que é fundamental cortar comunicação dos traficantes, expô-los, bloquear seus bens e investigar para obter prisões importantes.”
Entrevista
Antonio Flávio Testa_
sociólogo
O Brasil não está preparado para combater o crack
DIÁRIO_ O enfrentamento do crack no Brasil é satisfatório ?
ANTONIO FLÁVIO TESTA_ O país está despreparado para enfrentar o crack. A droga é barata, entra fácil pela fronteira, vicia rápido e está disseminada. Enquanto os traficantes perceberam a possibilidade de lucro e intensificaram ações, a capacidade de resposta do governo não está à altura. Temos pesquisa que mostra o crack em 98% de 4 mil municípios participantes do trabalho.
O que há de errado?
Há indefinições demais. Nas fronteiras discute-se muito de quem é a responsabilidade da fiscalização. Em uma pesquisa com 580 municípios vizinhos aos países de língua espanholas e constatamos que quase a totalidade está desguarnecida, com pouca fiscalização. Se não houver união para uma guerra contra essa droga, a sociedade vai adoecer.
Como se mensura isso?
Temos cerca de 1 milhão de usuários de crack e aproximadamente 2% da população no Brasil envolvida com o tema. Famílias destruídas, empregos perdidos. Uma cadeia ruim.

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