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Uruguai Vota Projeto Para Liberar Produção E Venda De Maconha


Ganjah Master

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  • Usuário Growroom

http://m.g1.globo.com/mundo/noticia/2013/12/uruguai-vota-projeto-para-liberar-producao-e-venda-de-maconha.html

O Senado uruguaio votará nesta terça-feira (10) um projeto de lei mundialmente inédito e que visa a regular a produção e a venda de maconha, uma experiência que o governo pretende fazer para tentar combater o narcotráfico.

O texto - aprovado em julho pela Câmara de Deputados - tem sua sanção assegurada pelo apoio da governista coalizão esquerdista Frente Ampla, que controla as duas câmaras.

A iniciativa foi apresentada há um ano e meio pelo governo do presidente José Mujica junto a uma série de medidas para frear o aumento da insegurança pública e desencorajar a violência associada ao narcotráfico.

"Este é um experimento", admitiu Mujica em agosto passado, em entrevista à AFP. "Podemos fazer uma verdadeira contribuição à humanidade", disse.

O projeto concede ao governo o controle e a regulamentação da importação, cultivo, colheita, distribuição e comercialização da maconha e de seus derivados.

Depois de se registrar, os residentes maiores de 18 anos poderão cultivar até seis plantas, ter acesso à droga em clubes de usuários ou comprar até 40 gramas por mês nas farmácias.

A experiência se soma à legalização recente do aborto e do casamento gay e mantém o Uruguai em uma posição de liderança no reconhecimento de direitos.

A lei sobre a maconha desperta resistência entre os 3,3 milhões de uruguaios. Uma pesquisa feita em setembro apontou que 61% são contrários a ela.

A legalização da maconha causou espanto nos vizinhos Brasil e Argentina, e despertou dúvidas sobre seu real efeito se for aplicada em países que sofrem com o narcotráfico, como Colômbia e México.

"Não há muita criminalidade em torno do tema no Uruguai, então a mudança não é profunda. É basicamente um experimento, mas não é um experimento que possa ser replicado com facilidade" em países de tamanho maior, declarou à AFP Steven Dudley, codiretor do site Insightcrime, especializado em narcotráfico na América Latina.

O Uruguai enquadra a iniciativa na postura da Comissão Global de Política de Drogas - integrada pelos ex-presidentes da Colômbia César Gaviria e do México Ernesto Zedillo, entre outros - que sustenta que a guerra contra as drogas fracassou.

Mujica, um ex-guerrilheiro de 78 anos, calcula que o país gasta US$ 80 milhões anuais para combater o narcotráfico e manter os presos por crimes vinculados à droga.

Atualmente, consumir drogas não é penalizado, mas apenas comercializá-las. O consumo de maconha é o mais estendido entre as drogas ilegais e duplicou nos últimos 10 anos.

Segundo as autoridades, há 128.000 consumidores de maconha, embora as associações de consumidores calculem que este número alcance os 200.000.

Melhor preço e qualidade
O governo planeja atrair os consumidores com uma maconha mais barata e de melhor qualidade que a comprada hoje no mercado ilegal.

"Vamos levar em conta os preços no mercado negro até começarmos a desestruturar o funcionamento deste mercado", declarou à AFP Julio Calzada, secretário-geral da Junta Nacional de Drogas.

Mas o projeto divide os médicos uruguaios, que afirmam, por um lado, que diminuirá o consumo de drogas mais perigosas enquanto, por outro, que banaliza os efeitos nocivos da maconha.

"Quando esta lei for aprovada, a mensagem que você enviará a toda a população é que é uma droga, mas é menos pior que outras drogas e, portanto, passível de ser consumida", afirmou à AFP o psiquiatra Pablo Trelles, que trabalha com jovens viciados.

Já os legisladores da oposição advertem que a lei corre o risco de provocar um aumento do consumo.

Os consumidores também não são unânimes. Alguns não veem com bons olhos o registro para ter acesso à droga.

Calzada admite que o maior risco é que a regulação "possa disparar o consumo se não realizarmos bem os controles".

Os olhos do mundo no Uruguai
Os especialistas também têm opiniões diferentes.

"O Uruguai pode impulsionar o discurso internacional, científico e político sobre como desenvolver um controle de drogas mais razoável e mais afetivo", declarou à AFP Hanz-Joerg Albrecht, diretor do instituto Max Planck para o direito penal.

Albrechta acredita que os maiores riscos são de aumento do consumo e de que ocorram problemas de saúde na população, mas advertiu que é difícil determinar a causa-efeito deste tipo de casos.

Já Arjan Roskam, dono da holandesa Green House, o maior banco de sementes de maconha do mundo, adverte que se a regulação ocorrer "de uma forma muito socialista não funcionará".

Roskam, um dos especialistas consultados pelo governo uruguaio, comentou à AFP que se tudo depender do Estado e se não for permitida a venda a turistas "seguirá havendo comércio na rua, o que não soluciona o problema" do mercado negro.

Enquanto o governo espera ter pronta a regulamentação da norma em abril de 2014 e o mundo observa, novas lojas especializadas em produtos para o cultivo de maconha ou um banco de sementes local que oferece grãos à espera da legalização mostram que a cultura da maconha é cada vez mais propagada.

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    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
    • Curitiba é sempre pior parte hahahaha!
    • o teu chegou? o meu já passou por Curitiba mas tá devagar (pelo menos o pior já passou) kkkkkkkkkk
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