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Câmara De Santarém Prepara Atribuição Da Medalha De Ouro Póstuma A Celestino Graça


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Câmara de Santarém prepara atribuição da medalha de ouro póstuma a Celestino Graça

O vereador do PS Ricardo Segurado propôs na última sessão da Câmara a atribuição a título póstumo da medalha de ouro de Santarém a Celestino Graça. As comemorações do centenário do nascimento de Celestino Graça iniciaram-se no passado dia 9 e, ao longo deste ano, haverá espetáculos de folclore, touradas, a publicação de um livro, entre outras iniciativas.

17 de Janeiro de 2014

http://www.oribatejo.pt/2014/01/17/camara-de-santarem-prepara-atribuicao-da-medalha-de-ouro-postuma-a-celestino-graca/

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O vereador do PS Ricardo Segurado propôs na última sessão da Câmara a atribuição a título póstumo da medalha de ouro de Santarém a Celestino Graça. “Não se conhece em rigor as condecorações que Celestino Graça já recebeu do município de Santarém, mas é tempo de Santarém fazer justiça a este grande scalabitano”, declarou o vereador.

Recorde-se que as comemorações do centenário do nascimento de Celestino Graça tiveram início dia 9 de janeiro, data em que nasceu, em 1914, em Santarém, com uma cerimónia evocativa da vida e obra deste ilustre Scalabitano, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Grimoaldo Alhandra Duarte, Francisco Morgado, João Gomes Moreira, José Júlio Rosa Eloy e Ludgero Mendes, falaram das várias facetas deste grande ribatejano, do folclore à tauromaquia, da agricultura à vida académica…

O salão nobre dos Paços do Concelho esteve repleto de pessoas que privaram, trabalharam, colaboraram, admiraram e admiram um dos scalabitanos que mais contribuíram para o desenvolvimento da região no último século. O presidente da Câmara, Ricardo Gonçalves exaltou “o homem ímpar que deixou um legado que perdura para além de nós”.

Ludgero Mendes, presidente da direção do Grupo Académico de Danças Ribatejanas e da do Festival Internacional de Folclore “Celestino Graça”, lembrou que neste mesmo dia, de manhã, na romagem à sua Campa, lhe disseram “o quanto lhes estamos reconhecidos pelo que fez por Santarém e por Portugal, perpetuando-se a sua memória na obra que deixou”.

Para Ludgero, “Celestino Graça era, à sua maneira, um homem de esquerda. Não aceitou os convites do regime para cargos como presidente da câmara, governador ou deputado. Esteve sempre distante dos poderes, mas também sem os hostilizar, no âmbito das funções à frente da Feira. Era amigo do advogado Humberto Lopes, que foi preso por ser militante comunista e destacado antifascista, e era dos poucos que o iam visitar à prisão”.

Grimoaldo Alhandra Duarte, de 90 anos, falou de Celestino Graça, o técnico agrícola formado na Escola Agrícola de Santarém, em 1932, que ingressou depois na 10ª Brigada Técnica Agrícola, onde “demonstrou também aí a sua visão do futuro”. “Como colega e segundo veterano da Escola do Galinheiro, aqui presto homenagem a um homem que honrou a Escola que o formou”, disse Grimoaldo. Da carreira como técnico agrícola, Grimoaldo destaca que “após uma visita a Itália, onde já se fazia o cultivo do cânhamo, Celestino Graça introduziu esta cultura no Ribatejo, e publicou um livro sobre esta cultura”. Grimoaldo Duarte, também engenheiro técnico agrícola formado na Escola Agrícola de Santarém, salientou ainda o papel de Celestino Graça na fundação, com Sacramento Monteiro e outros, da Associação Académica de Santarém, clube que conseguiu apaziguar o conflito que existia entre os estudantes do liceu e da escola agrícola.

João Moreira, de 92 anos, recordou a importância de Celestino Graça no folclore, contando muitos episódios que viveu com o seu antigo companheiro, desde a fundação do Grupo Académico de Danças Ribatejanas e do Festival Internacional de Folclore.

“Celestino Graça e a Feira” foi o tema da palestra do empresário José Júlio Rosa Eloy, que colaborou com Celestino Graça na comissão da feira. O texto de José Júlio Eloy começa e acaba com o episódio marcante, que teve lugar a 18 de outubro de 1974, em que Celestino Graça, apresentou, perante a comissão administrativa da Câmara Municipal de Santarém, a demissão de toda comissão executiva da Feira do Ribatejo, após 21 anos como fundador e principal responsável da organização da Feira que construiu a partir de quase nada. Pelo meio, José Júlio Eloy recordou alguns dos momentos marcantes da organização da Feira, salientando a capacidade de Celestino Graça mobilizar apoios e de congregar dezenas de colaboradores, que permitiram que a Feira do Ribatejo fosse reconhecida 10 anos depois como a Feira Nacional de Agricultura. Alvo de críticas demagógicas que atribuíam aos gastos da Câmara na Feira a culpa pelo atraso do concelho a nível de infraestruturas básicas, Celestino Graça apresentou no mesmo ato da sua demissão o relatório e contas da Feira, com um saldo positivo no banco de 2,7 milhões de escudos (13.900 euros), que eram mais do dobro dos 1.340 contos recebidos em subsídios da Câmara ao longo dos 21 anos. Ao dinheiro no banco, somou-se o património mobiliário e imobiliário da Feira, avaliado à época em 118.976 euros, valor 13 vezes superior ao recebido da Câmara. “Eram verbas astronómicas para a época”, conclui José Júlio Eloy.

Francisco Morgado falou da relação de Celestino Graça com a tauromaquia. Recordou que Celestino Graça dava-se bem com a juventude e num dos encontros com os jovens recordou que “quando trouxemos a Feira para aqui acusaram-nos de levarmos a feira quase para o Vale de Santarém, porque a cidade acabava ali no velho Hospital, mas passados 21 anos, o campo da feira já estava envolvido pela cidade; por isso, quando um dia mudarem a feira de lugar, levem-na para bem longe porque a cidade há-de lá chegar…” Palavras que se tornaram realidade já com a Feira no Cnema.

Francisco Morgado recordou o papel de Celestino Graça na construção da nova praça de toiros, hoje com o seu nome, após a destruição da velha praça por um incêndio. A 7 de junho de 1964, a nova praça, a maior do país, abriu as portas ao público. A exploração da praça esteve concessionada a várias empresas, mas os fracos resultados levaram a que em 1970 a comissão executiva da Feira liderada por Celestino Graça tenha assumido a gestão da praça. “Celestino Graça via para além do seu tempo”, afirma Francisco Morgado.

“Homem com visão de futuro, continua a ser uma referência para as gerações vindouras”, e por todo o trabalho desenvolvido ao longo de toda a vida, que faz com que se justifique que se fale hoje deste Homem com um exemplo”, rematou Ludgero Mendes.

As comunicações desta homenagem vão integrar um livro a publicar ainda este ano no âmbito das comemorações do centenário de Celestino Graça.

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