Usuário Growroom CanhamoMAN Postado February 11, 2014 Usuário Growroom Denunciar Share Postado February 11, 2014 Menos burocracia e mais diálogo A polêmica em torno do exame antidoping em alunos revela a falência da relação familiar. Falta mais conversa entre pais e filhos Fonte:http://seculodiario.com.br/15347/14/menos-burocracia-e-mais-dialogo Editorial 10/02/2014 20:59 - Atualizado em 10/02/2014 20:59 A Assembleia Legislativa deve avaliar nos próximos dias se é contra ou a favor do projeto de lei do deputado Euclério Sampaio (PDT) que propõe a imposição do exame toxicológico a alunos da rede púbica estadual de ensino. Projeto semelhante foi aprovado pela Câmara de Cariacica em janeiro deste ano. Como o prefeito Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), não se manifestou no prazo de 15 dias, o projeto virou lei. Depois da polêmica, o prefeito tenta desesperadamente revogar a lei. Não que ele seja contra. Juninho apenas alega que o debate precisa ser aprofundado. A proposta de Euclério, por seu turno, não venceu nem o parecer técnico da Mesa Diretora, que já mandou um carimbo de “inconstitucional “no projeto. O pedetista pode até recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que avaliaria juridicamente a proposta. No entanto, a primeira manifestação já mostrou que o projeto está fadado a morrer no arquivo. Melhor assim. Euclério embarcou no tema porque percebeu que a proposta é polêmica e, mesmo que não passe, pode render-lhe alguma visibilidade. Suas declarações já sinalizam o tom populista que ele tenta imprimir à matéria. “O projeto de lei é um grito da sociedade que não aguenta mais perder seus filhos para as drogas”. Ninguém discorda que os pais estão preocupados com o problema das drogas, uma ameaça iminente aos seus filhos. O que chama atenção na proposta é que os defensores da proposta estão preocupados em atacar o problema das drogas pelo fim, em vez de pensar projetos que fortaleçam a prevenção. O importante seria concentrar esforços e recursos em ações que impeçam que os jovens entrem no mundo das drogas. O projeto de Euclério está mais guinado em promover uma “faxina social” nas escolas para excluir, vamos dizer assim, “quem não presta”. Como já retorquiram alguns especialistas, a escola, principalmente a pública, deve ser vista como um espaço de inclusão e não o contrário. É óbvio e ululante que a “lista dos drogados” vazaria e parte dos educadores e mesmo alunos passariam a marginalizar o jovem flagrado no antidoping, que ficaria propenso a abandonar a escola para evitar o constrangimento. E não adianta incluir artigos no projeto que proíbam a escola de expulsar os reprovados no doping, os próprios alunos deixariam a escola espontaneamente. Não é necessária uma lei antidoping para enfrentar o problema das drogas. A ideia, que nasceu nos programas esportivos das escolas e universidades norte-americanas, provou que tem sido ineficiente para reduzir os índices de dependência entre os jovens. Não fosse verdade, o número de atletas — mesmo de alta performance — com dependência química não seria ascendente. O problema das drogas não carece de mais leis, e sim de mais diálogo entre pais e filhos, professores e alunos. Quem mantém uma relação de respeito e confiança com o filho, sabe que dificilmente precisará recorrer a um exame de laboratório para comprovar esse tipo de dúvida. A convivência estreita permitiria que numa boa conversa o filho revelasse que está fazendo uso de drogas. Os pais, nesse caso, seriam os primeiros a conhecer o problema e oferecer apoio e carinho para enfrentá-lo ao lado do filho. O projeto antidoping burocratiza o problema, tentando impor mecanismos de controle e punição que em vez de fortalecer esgarçam o já fragilizado vínculo que une pais e filhos. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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