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Maconha, Álcool E Hipocrisia


CanhamoMAN

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  • Usuário Growroom
01.03.2014 | 10h15 - Atualizado em 01.03.2014 | 10h15
Maconha, álcool e hipocrisia No Uruguai, já foi descriminalizada a qualquer cidadão

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A maconha vai ser liberada no Brasil, ou melhor ela já é liberada em qualquer esquina, colégios, boates e lugares públicos. Num futuro próximo ela vai ser fumada sem a perseguição policial daqui a alguns meses ou anos. Há uma tendência mundial neste sentido. A erva do diabo, o cigarrinho do capeta, a marijuana é consumida por quatro ou cinco por cento da população, conforme estimativas oficiais.

No Uruguai, já foi descriminalizada e qualquer cidadão pode comprar em farmácia. O que mudou no Uruguai com essa nova concepção?

Mudou a concepção de como a droga deve ser encarada e comprada como o álcool, e descrita como qualquer estimulante moderado, que segundo os defensores, faz menos mal a saúde que o álcool e o tabaco dos cigarros industriais.

Se olharmos no tempo, foi nos EUA que começou toda essa onda de proibição a Canabis Sativa, e como os Estados Unidos impõe sua política ao seu quintal latino americano, a coisa pegou nos trópicos e o aparato repressor baixou na América Latina. E o pau comeu na casa de Noca.

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"São conhecidos os países considerados narcotraficantes, em especial o Paraguai, grande plantador e exportador de maconha prensada"


O tempo passou e a velha frase de tudo que é proibido é mais gostoso pegou, o latino fumou, plantou e exportou para toda a América. São conhecidos os países considerados narcotraficantes, em especial o Paraguai, grande plantador e exportador de maconha prensada.

O comércio das drogas movimenta bilhões de dólares todo ano. O crescimento financeiro destes cartéis, chamou a atenção de governos que atentos as cifras astronômicas, veem com outros olhos a venda e consumo da maconha. Nos EUA já plantam e vendem legalmente em lojas especializadas, em alguns Estados de forma livre, em outros apenas de forma medicinal.

De novo a tendência vai se repetir. O que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil.

Desde 2012, existe o projeto de lei, do Senador José sarney, que segue a tendência Uruguaia, com adaptação para o nosso território.

A mudança de concepção com a política das drogas prende-se a algumas questões relevantes da sociedade mundial e brasileira.

A primeira dela diz respeito à ação repressora do estado. (Dos quinhentos e 550 mil presos no Brasil 20% estão ligados as drogas). Ela se tornou inócua, e sem resultados positivos, hoje há o aumento de mais de cento e dez por cento da violência só ligada a entorpecentes. O aparato de corrupção policial e judiciário é outro fator a ser analisado. O livro “O abusado” do jornalista Cacos Barcellos, ilustra de forma clara como funciona o comércio ilegal das drogas, e a participação de nossas autoridades de forma não muito republicana.

Outra questão, é a concepção do imaginário da sociedade que começa a mudar. Antes o fumador de maconha, conhecido pelo jargão de maconheiro, era visto como bandido. Aquele que fuma para praticar assaltos e assassinatos. Hoje já há uma visão que o entremeia como viciado, doente e aqueles que fumam de maneira recreativa, por pura festa.

O medo de muitos leva a ignorância, o que traz como consequência a falta de discursão crítica.

A crise econômica fez os EUA procurar saída e viu também no comércio da marijuana, uma forma de colher frutos do mercado. Agora quem está em crise é o cartel da maconha, pois ela pode ser adquirida por qualquer cidadão de forma livre e pagando impostos. Em últimas pesquisas de opiniões sobre o uso da maconha nos EUA, ela já não aparece como vilã social.

Uma frase interrogativa me chama a atenção sobre o uso ou não da maconha. Qual a diferença entre a droga e o remédio? A resposta está na quantidade da dose. Tome todos os seus comprimidos para dormir de uma vez, e verás o que acontece. E dentro dessa visão, ninguém pergunta ou regula a quantidade de álcool que você usa todo dia, basta ter dinheiro, não é mesmo?

Está saindo a visão repressora das drogas e começa o surgir a visão de tratamento, uma concepção de saúde para os usuários.

Quanto vai custa o seu “Beck” daqui para frente? O debate está posto na sociedade, qual sua opinião?

PEDRO FÉLIX é escritor em Cuiabá

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