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Cachimbo Da Paz


Otto Mayer

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Cachimbo da paz

Marcha da Maconha: música, bom-humor, consciência, poucos policiais e nenhum incidente. Milhares foram às ruas de São Paulo pedir a liberação da erva. Por Laura Capriglione
por Laura Caprigilone — publicado 27/04/2014 09:35, última modificação 27/04/2014 10:47
hor Boy

“Sou maconheiroooo, com muito orgulhoooooo, com muito amoooor....”. A avenida Paulista vibrou com a adaptação do hino da torcida brasileira em competições esportivas internacionais, ontem cantada por militantes contrários à proibição do consumo de maconha no Brasil.

Segundo os organizadores da 7ª edição da Marcha da Maconha, reuniram-se na manifestação 15.000 pessoas. A Polícia Militar calculou em 3.000 o número de presentes.

Para efeito de comparação, mesmo a estimativa mais conservadora dá conta de uma presença de público três vezes maior do que os últimos protestos contra a Copa do Mundo. Ou seis vezes maior do que a Marcha da Família com Deus e a Liberdade, realizada em 22 de março.

Maconheiros e simpatizantes, entretanto, deram show de organização (desmentindo, aliás, a má-fama ditada pelo preconceito).

Lição de maconheiro para outros movimentos sociais: cada pessoa que chegava ao vão livre do Masp recebia um folheto da comissão organizadora da Marcha com orientações de segurança.

“A Marcha da Maconha é Pacífica (...). Chega de guerra: a gente quer paz, liberdade”, conclamava o texto que também orientava os manifestantes para que não provocassem nem aceitassem “provocação da polícia”. Ah, também tinha dicas sobre como se portar em caso de prisão.

Nem foi necessário porque, ao contrário de tantas outras, a manifestação da Maconha não resultou em uma única detenção até o seu encerramento.

“Ei polícia! A maconha é uma delícia”. Em vez da pancadaria entre polícia e black-blocs, que já se tornou habitual, o que se viu foi uma coluna humana colorida, dançante, musical, divertida.

Desfilaram juntos anarco-punks, skatistas em seus skates, cicloativistas, estudantes secundaristas, lésbicas, gays, negros, alunos da USP, médicos, psicólogos, artistas, o deputado estadual pelo PT, Adriano Diogo, doentes e familiares de doentes que seriam beneficiados caso fosse liberado pelo menos o uso medicinal da maconha.

Jornalistas que compareceram ao ato munidos de capacetes e coletes de identificação fornecidos pela PM enfiaram esses equipamentos nos carros de reportagem, para não parecer que torciam pelo pior.

“Maconha é natural, coxinha é que faz mal!”, gritou a marcha, brincando com os poucos policiais que a acompanhavam --120 contra 1.500 do último ato anti-Copa. Pejorativamente, soldados da PM são chamados de “coxinhas” pelo hábito das viaturas de parar em padarias para degustar o salgado “na faixa”.

Corolário da excelência da organização, registre-se, foi a pontualidade britânica dos maconheiros. Exatamente às 4h20 da tarde, hora marcada, a Marcha pôs-se em movimento, homenageando a tradição canábica que vem dos anos 1970, quando um grupo de secundaristas da Califórnia (EUA) fixou essa hora como a de encontro para fumar maconha.

Às 16h20, estouraram no céu da avenida Paulista os rojões que anunciavam a saída da passeata.

A comissão de frente da manifestação, desta vez, era composta por um grupo de pessoas sofridas, que lutam pela legalização da maconha para fins medicinais.

Nada a ver com a imagem do “maluco maconheiro”, estava lá o comerciante da Vila Formosa (zona leste de São Paulo) Fábio Carvalho, 47 anos, marido de uma bancária e pai de Claria, uma menina de dez anos, portadora da Síndrome de Dravet, encefalopatia epilética de origem genética, que apareceu quando a menininha tinha apenas cinco meses e meio de vida.

Desde então, convulsões e febres, entre outros sintomas, são rotina na vida dessa família.

Ela já teve três paradas respiratórias, dois colapsos de segmentos do pulmão [atelectasia], onze pneumonias, 17 internações (sete na UTI, entubada, comendo por intermédio de sonda).

Só nos últimos dez dias, a menina teve seis crises, mesmo tomando todos os medicamentos legais à disposição: “Gardenal, Topiramato, Urbanil ou Keppra [importado]. “Eu não posso levar minha filha ao parque porque ela tem convulsão. Em locais com aglomeração, ela tem convulsão. E isso levando uma vida dopada à base de remédios, que causam irritabilidade, mau-estar, moleza, torpor”.

“Ei, policial! Maconha é medicinal!”, gritou a Marcha. Acontece que a internet tornou acessível, ao alcance de um clique, as descobertas sobre tudo –não haveria de ser diferente quanto à maconha. Nos Estados Unidos, já se usa maconha medicinal para controlar as convulsões decorrentes de quadros epiléticos. Também para reduzir os enjôos em quimioterapias, os sintomas de glaucoma etc. etc.

Em dezembro último, o FDA (Food and Drug Administration), a agência de regulamentação do uso de remédios nos Estados Unidos, aprovou os estudos visando ao desenvolvimento de uma forma medicinal de maconha para o tratamento de epilepsias graves em crianças.

A neurologista de Claria, no ano passado, compareceu a um congresso nos Estados Unidos sobre a Síndrome de Dravet. Ela viu lá o caso da Charlote, do Colorado, que estava sem andar, sem comer, de cama. Hoje, com o canabidiol, óleo derivado da maconha, ela brinca, anda de bicicleta e leva uma vida normal.

Difícil controlar a angústia de um pai que vê a filha sofrendo. “Eu acho uma ignorância, uma hipocrisia eu não poder tratar a minha filha”, disse Carvalho.

Mas também havia a bancada dos que fumam a maconha como arma anti-stress. É o caso da turma do skate e dos ciclo-ativistas, como Vanessa Bike, 34, promotora de vendas do frigorífico Aurora. Segundo Vanessa, a maconha (ao contrário do álcool) a deixa “conectada”. “Eu não fico aérea, como ficaria se tivesse bebido. Ao mesmo tempo, não me estresso no trânsito, como vejo acontecer com um monte de gente. Se alguém me xinga, fico numa boa. Não me dá vontade de matar o meu agressor”, diz.

A turma do skate, como a dos adolescentes Isabela, Anderson e Yago, da (zona leste de São Paulo), que usa a maconha diariamente para andar “melhor”, testemunha sobre a droga: “A maconha é uma substância útil para nos conectarmos de maneira mais harmônica com outras pessoas e com o meio-ambiente. É por isso que ela está tão ligada à cultura do surf e do skate. São esportes radicais em que um simples descuido pode custar caro demais. É preciso o máximo de atenção, desdobramento da consciência. Por isso a maconha”, dizem os amigos.

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/cachimbo-da-paz-7781.html

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A turma do skate, como a dos adolescentes Isabela, Anderson e Yago, da (zona leste de São Paulo), que usa a maconha diariamente para andar “melhor”, testemunha sobre a droga: “A maconha é uma substância útil para nos conectarmos de maneira mais harmônica com outras pessoas e com o meio-ambiente. É por isso que ela está tão ligada à cultura do surf e do skate. São esportes radicais em que um simples descuido pode custar caro demais. É preciso o máximo de atenção, desdobramento da consciência. Por isso a maconha”, dizem os amigos.

Cara.. quando eu andava de skate e queimava vários os meus PIORES capotes foram por eu estar MUITO LOUCO e achar q conseguia HAHAHAHAA.. mas foda-se sensacional! A maconha ajudou muito na dor depois de todas as quedas que resultaram em ossos quebrados hahahaah!!!

Mas esse é o espírito.. a mulecada tem que erguer a bandeira.. coisa que geração passada não fez!

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    • Salve galera, a quanto tempo eu não passo por aqui, caraca. Seguinte, estou passando por uma situação que nunca tinha me acontecido antes e gostaria de saber se alguém aqui já teve esse problema e se teve, como resolveu. Meu substrato está baixando o pH sozinho e muito. Eu faço rega com pH 6,35 por exemplo, como fiz hoje, e o run off sai com 5,2 e até 5,0. As plantas já estão na 2 semana de flora só que já  estão apresentando deficiências, as folhas se dobrando em garra, parecendo over de N, e elas estão bem  verdes mesmo. Estou usando um substrato 50/50 perlita e turfa. Quantos mais dias eu demoro pra fazer a proxima rega, mais ácido parece que fica. Usando Remo nutrients, iluminação LED 350W num grow 80x80. São 5 plantas automáticas, 4 na flora e uma no início da vega. Abaixo fotos.
    • Salve galera, tudo certo?! Alguns anos sem entrar aqui na casinha, mas como eu vi que tem alguns Growers retornando à casa e outros novos chegando, resolvi postar uma "atualização jurídica" (que não é tããão atual assim) para todos os usuários que já "rodaram/caíram" nesses anos todos de cultivo!!  Todos nós sabemos do julgamento do RE 635.659 (Recurso no STF para descriminalização do porte de maconha), agora chegou o momento de revisar as antigas condenações.  Sabe aquela transação penal assinada? Aquela condenação pelo 28 (que não foi declarada inconstitucional na época)?? Aquela condenação do seu amigo pelo 33, mas que se enquadrava nos parametros de um grower??? Pois então, chegou o momento de revisar todos esses processos para "limpar" a ficha de todos(as) os(as) manos(as) jardineiros(as)!! "O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dará início, em 30 de junho, ao mutirão nacional para revisar a situação de pessoas presas e/ou condenadas por porte de até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas. A realização do mutirão cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar recurso sobre o tema em junho de 2024, que resultou na fixação de parâmetros para diferenciar o porte de maconha para uso pessoal do tráfico. Entre o dia 30 de junho e 30 de julho, os tribunais da Justiça Estadual e regionais federais farão um esforço concentrado para rever casos de pessoas que foram condenadas por tráfico de drogas, mas que atendam aos critérios do STF: terem sidos detidos com menos 40 gramas ou 6 pés de maconha para uso pessoal, não estarem em posse de outras drogas e não apresentem outros elementos que indiquem possível tráfico de drogas. De acordo com da Portaria CNJ n. 167/2025, os tribunais atuarão simultaneamente para levantar os processos que possam se enquadrar nos critérios de revisão até o dia 26 de junho. Este é o primeiro mutirão realizado no contexto do plano Pena Justa, mobilização nacional para enfrentar a situação inconstitucional dos presídios reconhecida em 2023 pelo STF. O CNJ convidará representantes dos tribunais que atuarão diretamente na realização do mutirão para uma reunião de alinhamento na próxima semana, além de disponibilizar o Caderno de Orientações." LINK DO CNJ Caso o seu caso se enquadre, ou conheça alguém que também passou por essas situações, sugerimos buscar um Advogado de confiança ou entrar em contato aqui neste tópico mesmo com algum dos Consultores Jurídicos aqui da casinha mesmo!! Bless~~
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