Ir para conteúdo

Mostra A História Da Cannabis – Uma Planta Proibida :A Partir De 14H @ Matilha Cultural


KeepCalmAndLegalize

Recommended Posts

  • Usuário Growroom

De uma parceria única entre a Matilha Cultural e o Hash Marihuana & Hemp Museum (de Amsterdã, Holanda/ Barcelona, Espanha), chega, pela primeira vez à América Latina, a mostra multimídia “A História da Cannabis: Uma Planta Proibida”. O projeto envolve exposição artística e documental sobre a planta Cannabis Sativa L. – também conhecida como maconha – e seus diversos usos tradicionais e contemporâneos. Uma seleção de ilustrações, fotos e objetos da coleção do Hash Marihuana & Hemp Museum narra a história da planta ao longo do desenvolvimento social e cultural da humanidade, bem como os últimos 100 anos de proibição.

Esta é a primeira vez que o Hash Marihuana & Hemp Museum cede parte de seu acervo para um evento fora da Europa. A exposição em São Paulo será composta por itens históricos e modernos: embalagens antigas e receitas de remédios a base de cannabis do século 19, instrumentos tradicionais para processar a fibra de cânhamo, livros raros dos anos 50, cordas de cânhamo, têxteis antigos e novos e bioplástico de alta tecnologia produzido com fibra de cânhamo. Nenhum objeto contém THC, princípio ativo encontrado em flores e plantas de maconha e toda a importação foi feita de acordo com as exigências da Receita Federal.

Para detalhar melhor o tema, o Hash Marihuana & Hemp Museum criou uma série de painéis ilustrativos especialmente para a mostra na Matilha Cultural. As ilustrações abordam o uso da maconha sob quatro aspectos: medicinal, atestando o uso milenar da cannabis como medicamento; industrial, que mostra como o cultivo e uso da fibra de cânhamo foi importante através dos tempos e como esta planta pode beneficiar a humanidade no futuro próximo; histórico/ cultural, expondo o uso recreativo da cannabis em diversas culturas ao redor do mundo e sua versão atual; e proibição, revelando como a histeria criada em torno da planta alimentou a Guerra às Drogas além dos atuais debates sobre políticas de legalização. Uma linha do tempo retratando os momentos chave dessa história de uso e proibição completa as instalações visuais que ocuparão todo o segundo andar da Matilha Cultural.

A exposição traz ainda uma linha do tempo mostrando a relação da cannabis com o desenvolvimento da sociedade moderna, desde 5000 a.C até o dias de hoje. O conteúdo foi cedido pela edição especial “A revolução da Maconha”, da revista SuperInteressante (Ed. Abril, 2014). Para a seção nacional da mostra, a revista SemSemente, primeira publicação sobre cannabis do Brasil, colaborou com imagens e materiais impressos usados na mobilização social da Marcha da Maconha, detalhando o histórico do movimento no país.

A mostra “A História da Cannabis: Uma Planta Proibida” acontece ao longo de quase dois meses e, durante esse período, estão programadas sessões de filmes e documentários relacionados ao tema e um ciclo de debates sobre maconha, saúde e modelos de regulamentação. Confira a programação completa aqui.

Até 4 de julho
De terça à domingo das 14h às 22h
Entrada gratuita e restrita para maiores de 18 anos. Documento de identidade obrigatório.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom
maconha-2.jpg

Remédios à base de cannabis

A esquina das ruas Major Sertório e Rego Freitas, em São Paulo, já foi o centro da Boca do Luxo. Até 4 de julho a região fica um pouco mais parecida com o “red district” de Amsterdã, o reduto dos prostíbulos e dos cafés legalizados que incluem maconha no menu.

A Matilha Cultural e o Hash Marihuana & Hemp Museum, de Amsterdã, fizeram uma associação inusitada: o centro cultural da Matilha – uma associação de proteção e adoção de animais na Rego Freitas – está apresentando em São Paulo a mostra multimídia “A História da Cannabis: Uma Planta Proibida”.

Lá, em meio aos latidos dos cães que aguardam por uma adoção, você pode fazer sua cabeça sobre várias coisas. Sobre a ex-boca do Luxo, sobre os moradores de rua que recebem comida doada pelos vizinhos do Matilha ou doces do próprio Matilha em alguns momentos, sobre a adoção de animais e, agora, sobre história da maconha, os motivos que levaram à criminalização, e suas consequências.

A maconha não é, apenas, uma droga. Desde sua origem, sempre teve usos comerciais como matéria prima, religiosos e hedonistas ou “recreacionais”, como às vezes são referidos seus efeitos alucinógenos.

Cannabis “sativa” – como o nome indica – refere-se à variante cultivada da planta. Sativa quer dizer “cultivada”. E ela não foi cultivada à toa. Com tantas utilidades, sempre foi muito consumida, e há muito tempo. Uma cerâmica chinesa datada de 10 mil AC e decorada com folhas de cânhamo foi encontrada num sítio arqueológico do período neolítico chinês. Em 2.700 AC, a farmacopeia do imperador Shen Nung já mencionava seus efeitos psicoativos. Os restos de cânhamo mais antigos da África, encontrados em Madagascar, datam de mil anos antes de Cristo.

Cânhamo e maconha são suas palavras que se confundem no Brasil e a razão é simples de entender. Suas fibras são das mais resistentes que existem e desde sempre foram muito utilizadas na fabricação de cabos náuticos. Nos tempos do Brasil colônia e da navegação a vela, Portugal trazia cânhamo de Angola pra o Brasil.

Liamba, diamba e maconha era como os angolanos chamavam o cânhamo. Quando ele chegou ao Brasil, o escravos reconheceram a planta e passaram a aproveitar também as folhas, que eram descartadas. A vida de escravo não era nada fácil e ninguém melhor do que eles conhecia todas as virtudes da planta.

O preconceito e a repressão que até hoje envolvem a maconha no Brasil são apenas ecos da escravidão no período colonial que perduram até hoje, em meio a tantos outros.

A mostra em São Paulo é rica por unir a história da maconha no Brasil à do resto do mundo, e por dividir didaticamente suas utilizações. Ente elas, a medicinal. O curta Ilegal, de Raphael Erichsen e Tarso Araújo, conta a história de Anny, a primeira paciente brasileira a obter na justiça o direito de receber tratamento médico com a utilização de fármacos derivados da maconha. Quebrando o Tabu, dirigido por Fernando Gronstein Andrade e produzido por Luciano Huck, traz depoimentos de FHC, Clinton, Jimmy Carter e Drauzio Varella.

Os efeitos medicinais da maconha frequentemente são contestados sob o argumento de que não passam de cortina de fumaça para legalizar o uso “recreativo”. Esse é o tema do documentário americano Esperando para Fumar, de Jed Riffe, também em exibição na mostra.

Se o uso recreativo de qualquer outra coisa for proibido – do show business ao turismo, incluindo álcool e tabaco – o capitalismo desaparece.

Por uma dessas tantas ironias do destino, quem traz um pouco da história por detrás dos “pol pot cafés” de Amsterdã é um capitalista de um dos maiores estados traficantes de escravos, ao lado de Portugal e Inglaterra: a Holanda. Ben Dronkers e seu amigo Ed Rosenthal criaram o primeiro museu do mundo dedicado à maconha. Mas os negócios do grupo Dronkers BV não se restringem ao museu. Inclui também a Sensi Seeds – principal fornecedor de maconha medicinal da Holanda – e a HempFlax, que produz bioplástico para automóveis, tecidos e forragens para animais a partir da fibra de cânhamo.

MACONHA.jpg

Vai apertar

Dronkers, no entanto, corre o risco de perder os cafés de Amsterdã como clientes. O tal uso “recreativo” da maconha está ameçado pelo prefeito da cidade Eberhard van der Laan, que obteve permissão da justiça para fechar os cafés. Enquanto a prostituição é legal na Holanda, os produtores de canabis estão cada vez mais fora da lei. Recentemente, Doede de Jong, um dos maiores produtores do país, foi multado em 250 mil euros e condenado a dois meses de prisão – depois revogada – e a cem horas de trabalho social.

Enquanto o Uruguai já legalizou o consumo de maconha, 20 estados americanos já admitiram o uso medicinal e dois o recreativo, a direita holandesa ainda precisa fazer a cabeça. A legislação holandesa é esquizofrenica: o consumo individual nos cafés é permitido mas a produção e distribuição, não. Para o colunista Arend Van den Berg do DutchNews.nl, isso pode colocar os cafés nas mãos dos traficantes e afetar a qualidade do produto oferecido. “O ministério da Justiça vai perder o jogo: só em Heerlen foram encontradas 130 plantações ilegais, a maioria domésticas”, comentou no jornal.

Os holandeses entendem de drogas. A Companhia das Índias Orientais detinha o monopólio da produção e venda de ópio. O monopólio só acabou em 1942 com a invasão da Indonésia. Existem cerca de 700 pot cafés na Holanda. O país pode arrecadar entre 650 milhões e um bilhão de euros em impostos desse comércio.

“Se o governo achar que os preços estão baixos, ele pode aumentar os impostos. Aí o consumo vai cair. Nós aprendemos isso há um século, nos tempos da Companhia das Índias”, completa Arend

Fonte:http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-historia-da-maconha-contada-numa-exposicao-no-centro-de-sao-paulo/

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...