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Estudo Aponta Eficácia Do Canabidiol Em Pacientes Com Mal De Parkinson


CanhamoMAN

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  • Usuário Growroom

21/10/2014 07h00 - Atualizado em 21/10/2014 07h00

Estudo aponta eficácia do canabidiol em pacientes com mal de Parkinson Pesquisa constatou ausência de efeitos colaterais após uso da substância.
Descoberta abre nova possibilidade terapêutica, diz coordenador.

Taiga CazarineDo G1 Ribeirão e Franca

dsc_0129.jpgCanabidiol pode ser a droga ideal para tratamentos neurológicos (Foto: Taiga Cazarine/G1)

Uma pesquisa recente sobre o uso medicinal do canabidiol (CDB) mostrou que essa substância extraída da maconha pode ser eficaz no tratamento de pacientes com mal de Parkinson. Segundo o professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), um dos coordenadores do estudo, pela primeira vez, o grupo de voluntários que ingeriu cápsulas contendo canabidiol apresentou melhoras na qualidade de vida e no bem-estar.

O estudo foi publicado em outubro na revista "Journal of Psycopharmacology", da Associação Britânica de Farmacologia.

O CDB é uma substância canabinoide existente na folha da Cannabis sativa - a maconha - que, de acordo com pesquisadores, não causa efeitos psicoativos ou dependência. O elemento possui estrutura química com grande potencial terapêutico neurológico, ou seja, pode ter ação ansiolítica (que diminui a ansiedade), antipsicótica, neuroprotetora, anti-inflamatória, antiepilética e agir nos distúrbios do sono. “Queríamos ver o efeito do canabidiol nos sintomas motores, por isso realizamos um ensaio clínico com pacientes com Parkinson”, explica Crippa.


O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que provoca tremores nas extremidades do corpo. Geralmente, 50% dos pacientes desenvolvem quadros de alteração cognitiva. “A pessoa altera a memória, a atenção, sofre efeitos de alteração motora na marcha, no equilíbrio. Além disso, 80% de pacientes com a doença adquirem depressão e transtorno comportamental de sono”, diz Crippa.

Durante seis semanas, a equipe monitorou 21 pacientes com Parkinson, divididos em três grupos - o primeiro recebeu 300 mg de canabidiol ao dia, o segundo 75 mg e o terceiro placebo (sem nenhum princípio ativo). Para que não houvesse influência psicológica e sim um efeito farmacológico eficaz, nem os pacientes, nem mesmo os médicos tinham conhecimento sobre quem estava tomando qual cápsula.

Um terceiro integrante da pesquisa numerou as substâncias e os dados foram cruzados apenas no final, quando foi constatada melhora no quadro dos pacientes que ingeriram canabidiol na dose de 75 mg, e ainda melhor na dose de 300 mg. “O mais importante é que o medicamento não apresenta efeito colateral, ao contrário dos já utilizados”, afirma Crippa.

Conforme o professor explica, as drogas atualmente usadas no tratamento da doença causam efeitos colaterais negativos, como a chamada discinesia tardia, que são movimentos repetitivos involuntários de extremidades, e movimentos da língua e mordidas nos lábios, além de sintomas psicóticos, como escutar vozes, ter delírios e mania de perseguição.

De acordo com o pesquisador, a descoberta abre uma nova possibilidade terapêutica para o mal de Parkinson, especialmente em casos refratários e mais graves, como quando a doença se manifesta na juventude, com a tendência de progredir de forma rápida e severa. “O canabidiol tem se mostrado eficiente para todas essas comorbidades. Seria a droga ideal”, afirma o pesquisador.

Viabilização
Segundo Crippa, o canabidiol deve ser regulamentado muito em breve e provavelmente até o final deste mês o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) irão classificá-lo.

O professor acha importante ressaltar que o canabidiol não é maconha, é apenas uma substância presente na planta. Ele afirma que para evitar qualquer tipo de equívoco a respeito de sua aplicação um site sobre o assunto será lançado em breve. “Não existe maconha medicinal e sim substâncias medicinais. A maconha fumada invariavelmente traz danos à saúde. O uso crônico, principalmente de adolescentes, causa danos cerebrais e aumentam em 370% a chance de desenvolver esquizofrenia”, alerta.

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