Ir para conteúdo

Anvisa Libera Importação De Planta Africana Alucinógena (Iboga).


FSTB

Recommended Posts

Remédio ajuda usuários de crack a se livrarem da dependência química Ibogaína é extraída de uma planta encontrada na África Central.
Medicamento é produzido no Canadá e liberado pela Anvisa.
3731365.jpg

A ciência deu mais um passo na tentativa de encontrar um tratamento que ajude os dependentes químicos a deixar a droga. Uma equipe da Universidade Federal de São Paulo está pesquisando um medicamento feito a partir da raiz de uma planta.

O remédio é forte. O paciente tem que ser monitorado o tempo todo e passa dez horas em uma espécie de sonho, onde vê uma retrospectiva de sua vida. A partir daí, a maioria consegue se livrar da droga.

A ibogaína é uma substância extraída da raiz da iboga, uma planta encontrada na África Central, usada em rituais religiosos. O medicamento é produzido no Canadá e liberado pela Anvisa.

Pacientes cardíacos ou com certas doenças neurológicas não podem usar a ibogaína. O paciente tem que ficar um mês sem usar nenhum medicamento, álcool ou droga. Depois de uma avaliação psicológica, o paciente é liberado para o tratamento.

Os primeiros pacientes foram tratados em clínicas de reabilitação. Ele recebe o medicamento em cápsulas e fica internado. O clínico geral Bruno Rasmussen Chaves acompanhou um grupo de pacientes. Os efeitos começam depois de três horas.

“Nessa situação de pensamento começa a ter o que a gente chama de expansão de consciência. Começa a entender melhor o que está acontecendo com ele, qual o espaço dele na vida dele, qual o espaço no mundo, no universo, começa a entender porque relacionamentos não estão dando certo, perceber os erros e os acertos, vê o que tem que mudar”, diz o clínico geral.

Os pesquisadores contam que durante dez horas o paciente tem uma alteração na percepção, com a sensação de reviver a própria vida. Tem lembranças fortes, emoções e sob o efeito da ibogaína consegue ver antigos problemas de uma nova forma.

O paciente é liberado depois de 24 horas. Em seguida começa a psicoterapia. A maioria não precisou tomar outra dose do medicamento. O psiquiatra que coordenou a pesquisa Dartiu Xavier da Silveira atende dependentes químicos há 27 anos e ficou animado com os resultados.

“O estudo foi muito impressionante para gente em termos de resultados porque de 75 pacientes, 61% simplesmente abandonou a sua dependência seja de álcool, seja de crack ou cocaína. Os tratamentos habituais em geral, tratam ou curam de 30% a 35% dos dependentes. Então esse estudo preliminar é muito promissor”, fala o psiquiatra.

Entretanto, ele lembra: é preciso vontade para se livrar do vício. “A ibogaína é um elemento promissor no tratamento da dependência desde que seja bem selecionado quem vai tomar, em que circunstâncias. Existe essa vivência psicológica, algo muito intenso, transformador, mas existem também vários estudos mostrando que tem regiões do cérebro que controlam os impulsos, a sua capacidade de gerenciar as coisas que você faz e o problema da dependência química é uma falta de controle do impulso. Então, na hora que você modifica essas regiões do cérebro através da ibogaína, você de uma certa forma, a gente até brinca, é como se você formatasse o disco rígido da sua cabeça, do seu cérebro. Você reinicia o seu cérebro. Ou seja, não existe mágica. Tratar dependência é algo complexo, é algo que não se resolve num estalar de dedos”, finaliza Dartiu Xavier da Silveira.

Crack no Brasil
O Jornal Hoje flagrou os usuários do crack em três pontos do Brasil: Porto Alegre, Salvador e São José do Rio Preto (SP). Em Porto Alegre, o Morro Santa Tereza concentra muitos usuários de crack. Por isso, os moradores estão deixando o bairro e colocando as casas à venda.

A polícia de Porto Alegre instalou 18 câmeras na região central para identificar usuários e traficantes e, assim, tentar prender os criminosos. Até o ano que vem, a ideia é ampliar o projeto para outros bairros, incluindo Santa Tereza. Faz parte desse programa também o tratamento para recuperação dos drogados.

Em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, imagens mostram até crianças consumindo o crack. A Polícia Civil mapeou 40 locais utilizados pelos traficantes. Um deles é a Praça Cívica. A polícia já prendeu, de janeiro a agosto, 73 pessoas por tráfico de drogas. Cinquenta eram menores. Alguns deles foram levados para a Fundação Casa, onde recebem atendimento psicossocial, que, segundo a Fundação, inclui tratamento contra dependência de crack.

Em Salvador, a região da Gamboa é uma das mais frequentadas pelos usuários de crack. No Porto da Barra, por onde circulam muitos turistas, os usuários consomem a droga na praia mesmo. Um levantamento divulgado pelos ministérios da Justiça e da Saúde aponta a região nordeste como a que tem o maior número de usuários do Brasil.

Na Bahia, as autoridades de saúde oferecem atendimento para usuários de crack e também para os familiares. Eles também dão apoio financeiro às clínicas de recuperação.

Fonte

Editado por Mofs
Postando a noticia da forma correta, fique a vontade para fazer um post agora com suas colocações. obrigado
  • Like 3
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Bacana mesmo mas podiam olhar por Nós.

Se Maconha falasse ela ia dizer assim:

Heyy ....sou bem mais leve,tbm abro as Portas da sua Consciência para a Vida e te deixo mais Cauteloso e vcs me tratam assim!!?

Fazem um inferno até hj para me reconhecer,agora trazer Drogas novas e imediatamente libera-las é tarefa fácil e se faz do Dia pra noite.

Neste País de contradições logo logo esta Alucinógeno vai pra mão de traficantes,Pode Crê!

  • Like 3
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Os pesquisadores contam que durante dez horas o paciente tem uma alteração na percepção, com a sensação de reviver a própria vida. Tem lembranças fortes, emoções e sob o efeito da ibogaína consegue ver antigos problemas de uma nova forma

Essa parada é muito mais forte que a cannabis.Vocês conhecem alguma strain que de 10 horas de onda? É o famoso preconceito contra a nossa planta.

  • Like 3
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

"O paciente tem que ficar um mês sem usar nenhum medicamento, álcool ou droga. Depois de uma avaliação psicológica, o paciente é liberado para o tratamento."

ôloco, mas depois de um mes sem usar nenhuma droga o cara já ta bem... e olhem neste site

essas informações que eu li rapidamente:

"Riscos para a saúde psicológica

Apesar de alguns centros aceitarem pessoas com transtornos psiquiátricos, como transtorno bipolar, transtorno de personalidade incerta, etc, e alguns relatam melhora de sua condição, mas nada se sabe sobre os efeitos da ibogaína em tais transtornos e os riscos envolvidos. É uma área muito arriscada. Nos distúrbios gerais, psiquiátricos, como os mencionadas acima, assim como as pessoas com esquizofrenia e um histórico de psicose, estão excluídos deste tratamento, porque a ibogaína pode desencadear ou piorar os sintomas. Além disso, a interação com certos medicamentos psiquiátricos pode ser perigoso. O teste psiquiátrico completo e a supervisão de um psiquiatra é importante antes de fazer um tratamento com a ibogaína se você tiver quaisquer condições psiquiátricas, e se você está utilizando medicamentos prescritos.
Além dos riscos psiquiátricos, a ibogaína é um composto psicoativo muito potente que pode induzir uma experiência introspectiva que nem sempre é fácil. Pode surgir severa ansiedade em tais episódios e, em casos mais graves, estados de paranóia. Um provedor experiente pode apoiar o indivíduo em tais casos, e ajudá-lo a superar as difículdades. A preparação adequada com a orientação de um terapeuta pode ajudar muito a ganhar confiança, entrar na experiência com a mentalidade adequada, e estar preparado para eventuais experiências difíceis."
Sei lá, acho muito precipitado simplesmente liberar para o tratamento assim... Mas se for realmente ajudar não vejo porque não.
Mas já conhecemos a cura para todas as enfermidades e não precisamos importar comprimidos. Continuar com a maconha proibida e liberar outras drogas eu acredito ser uma enorme hipocrisia...
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

http://www.growroom.net/board/topic/56107-substancia-derivada-de-planta-trata-dependencia-diz-estudo-da-unifesp/

Substância Derivada De Planta Trata Dependência, Diz Estudo Da Unifesp

há tambem estudo que mostram a salvia divinorum é otima para tratar vicio e sindrome de abstinencia. e vai criando uma repulsa no seu consumo... cheguei a plantar... tenho uma quantidade de cristais de salvinorina A concentrado e limpo,.... espero que a anvisa reconsidere a salvia D tambem :D

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Conversei com um cara que usou ibogaína, era viciado em cocaína e que segundo ele iboga salvou a vida dele, ele disse ainda que essa droga parece que dá um reset mental pro começo da sua vida, apagando todos seus traumas, preconceitos e vícios, fiquei interessado até mas aí eu penso, quem sou eu além dos meus traumas, preconceitos e vícios? Ninguém né.

  • Like 3
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Ibogaína não é droga recreativa.

Galera aí destilando muito desconhecimento e preconceito contra uma substância natural, vergonhoso.

Conheço algumas pessoas que trataram de dependências químicas com a Iboga, e digo, funciona como um auxílio, a pessoa não se cura milagrosamente não, ela tem que fazer a parte dela.

Esse cara que deu essas entrevistas é um deles, meu chapa, vice-presidente da Comissão da OAB/PR sobre drogas e dependência, da qual honrosamente faço parte.

Ibogaína em 2011: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1133635

Ibogaína: droga usada para curar a dependência

Tratamento é feito com uma dose de substância extraída da raiz de uma planta africana. Medicamento não é regulamentado pela Anvisa

Publicado em 05/06/2011 | Gabriel Azevedo

Diogo Nascimento Busse, 28 anos, era usuário de drogas. Du­­rante 13 anos, a vida dele foi semelhante à de outros usuários: mesmo estudando e trabalhando normalmente, passava dias fora de casa e chegou a sofrer alguns acidentes. Tentou inúmeros tratamentos psiquiátricos, psicológicos, medicamentos e internações. Nada deu resultado. Sem saída, mas com esperança de largar a dependência, há dois anos e meio, a curiosidade empurrou Busse para uma substância pouco conhecida no Brasil: a ibogaína.

Substância extraída da raiz da iboga, arbusto encontrado em países africanos, a ibogaína é usada para fins terapêuticos no país há dez anos, por uma única clínica, com sede em Curitiba. Nesse período, 130 usuários de drogas usaram o medicamento, Diogo foi um deles. Há dois anos e meio livre do crack, o advogado e professor universitário conta como foi a experiência. “Foi um renascimento. Foi uma viagem espiritual, de autoconhecimento, expandiu meus horizontes. É inexplicável. Hoje eu analiso o passado e não tenho lembranças positivas daquele tempo”, diz.

De acordo com o médico gastroenterologista da clínica Bruno Daniel Rasmussen Chaves, a ibogaína produz uma grande quantidade do hormônio GDNF, que estimula a criação de conexões neuronais, o que ajuda o paciente a perder a vontade de usar drogas. A ibogaína, segundo ele, também produz serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelas sensações de prazer. A droga é processada na Inglaterra e vendida em forma de cápsulas. O preço de uma unidade, quantidade suficiente para o tratamento, gira em torno de R$ 5 mil.

“Não existe comprovação científica”

Atualmente, a ibogaína é usada em países como Nova Zelândia e Holanda. Nos Estados Unidos ela serve apenas para fins acadêmicos.

As imagens que as pessoas enxergam enquanto estão sob o efeito da droga, segundo o médico, são sonhos. “Não se trata de alucinações, a ibogaína não é alucinógena. É como sonhar de olhos abertos, só que durante muito tempo. Durante o sono temos apenas cinco minutos de sonhos a cada duas horas. Com a ibogaína são 12 horas”, explica Chaves.

Não é um milagre

Mesmo que os resultados sejam animadores – a taxa de recaída entre os usuários da ibogaína gira em torno de 15%, enquanto nos tratamentos convencionais varia entre 60% e 70% – a substância não é um milagre e nem faz tudo sozinha. De acordo com a psicóloga Cleuza Canan, que há mais de 30 anos trabalha com dependência química, os pacientes passam por três fases. “Avaliamos clinicamente e psiquicamente o paciente. Existe uma fase de desintoxicação. São necessários 60 dias de abstinência para o paciente ir para a ibogaína. Depois que ele toma, começa uma fase que consiste na reorganização e readaptação, com terapia individual e de grupo”, afirma.

A reportagem Gazeta do Povo conversou com ex-usuários de drogas que recorreram à ibogaína. Eles foram unânimes em afirmar que, depois de tomar a substância, nunca mais tiveram vontade de se drogar. “Eu nunca mais tive vontade. Aquela fissura desapareceu. A droga é apenas uma lembrança, nada mais que isso”, diz um paciente que não quis se identificar. Segundo Cleuza, a recaída só é possível se o paciente mantiver os mesmos hábitos. “Se ele frenquentar os mesmos lugares, conviver com os mesmos amigos, achar que está imune”, explica.

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1325972

Ele conseguiu sair do fundo do poço

Diogo Busse, presidente da Comissão de Direito e Dependência Química da OAB-PR

Publicado em 08/12/2012 | Diego Antonelli

Prestes a terminar o mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e atual presidente da Comissão de Direito e Dependência Química da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Diogo Busse não teme esconder um passado em que se afundou no mundo das drogas. Só assumiu a doença com o nascimento de seu filho, há cinco anos. Hoje, aos 29, Busse está do outro lado do muro. Quer ajudar pessoas que passaram pelo que já viveu e lutar por políticas públicas para evitar que novos cidadãos se transformem em viciados.

Muito se debate sobre a descriminalização do uso de entorpecentes. O senhor acredita que o consumo de drogas pode ser legalizado?

A dependência de drogas é uma questão de saúde pública. Claro que traficantes devem ser responsabilizados criminalmente. Mas não o usuário. Para se discutir a descriminalização do uso de drogas é preciso que existam estruturas de atendimento adequadas. Comunidades terapêuticas, hospitais e clínicas convivem com falta de profissionais e de qualificação profissional.

De que forma isso se tornaria viável?

Um dos passos é reconhecer e preservar a diversidade de modalidades terapêuticas. O problema da estruturação delas é assunto urgente. É como se fosse um cachorro correndo atrás do próprio rabo. Para as comunidades terem subsídio do poder público precisam atender a exigências do próprio poder público. Mas para ter essas estruturas precisa-se de verbas, que acabam não vindo.

A OAB pretende melhorar a articulação entre a sociedade e o poder público?

A OAB pode cobrar e propor políticas públicas para tratar os usuários de drogas. Queremos melhorar a articulação entre comunidades terapêuticas e o poder público.

Esse é um tema que o senhor conhece bem...

Experimentei quase tudo. Cigarro, álcool, maconha, cocaína, LSD, ecstasy, crack... Comecei aos 12 anos e parei aos 24. Aos 12, dei minha primeira tragada em um cigarro. Não acreditava nessa escalada nas drogas. Mas passei por isso. Aos 12 também comecei a tomar bebidas alcoólicas.

Alguma razão para você começar a usar as drogas?

Desde muito cedo me angustiavam certas questões existenciais. Acabei canalizando essa angústia para uma fuga e passei a usar drogas. Sou músico desde os 10 anos de idade. A partir dos 14 anos eu já tocava na noite e esse meio pode ter contribuído.

Tocou por muito tempo na noite?

Sim e em vários lugares do Brasil. Quando ingressei na faculdade fui conciliando o curso de Direito e os shows. Toquei por quase 15 anos. Durante grande parte desse percurso usava muita droga.

Tinha noção de que era dependente químico?

No começo, não. Reconheci que era doente quando tinha 24 anos. E foi graças a um acontecimento muito importante. Recebi a notícia que eu seria pai. Hoje meu filho tem 5 anos. Ele nunca me viu usando qualquer tipo de droga.

Antes disso, você chegou a fazer loucuras por causa das drogas?

Depois que me formei, aos 22, eu entrei de fato no fundo do poço. Foram dois anos complicados. Se eu puder resumir a minha vida em uma palavra nesse período eu diria “angústia”. Eu acordava angustiado, passava o dia angustiado e ia dormir angustiado.

Mas o que é o fundo do poço?

É passar por risco de morrer. A primeira vez em que percebi que tinha um grave problema foi quando uma terapeuta me propôs um exercício de meditação. Eu deveria lembrar um dia em que eu estivesse plenamente feliz e nada me veio à cabeça. Teve um episódio em que eu estava com minha banda fazendo um show em uma casa noturna em Curitiba. Depois que acabou o show eu continuei no local usando cocaína e bebendo. Quando a casa estava fechando o dono do local me viu e falou: ‘já que você está aqui pega o cachê da banda’. Estava transtornado. Fui para a rodoviária e fui andando de guichê em guichê para pegar o primeiro ônibus que estivesse saindo. Fui parar em São Paulo. De lá já emendei outra viagem para o Rio de Janeiro. Estava só com a roupa do corpo. No ônibus para o Rio conheci uns usuários de drogas e fiquei com eles na Cidade de Deus por três dias usando tudo que você possa imaginar. Não sei como, mas tive uma luz e me dei conta do que estava fazendo. Saí de lá, peguei o dinheiro que tinha e voltei para Curitiba. Depois disso, enfrentei meu primeiro tratamento para sair do vício.

Como foi essa primeira etapa da batalha contra as drogas?

Tinha 23 anos. Fiquei internado em hospital e passei duas semanas com acompanhamento de um psicólogo. Mas pouco tempo depois estava novamente fazendo uso de entorpecentes. Nesse ínterim eu consegui ficar recluso por certo tempo para estudar para o exame da OAB e fui aprovado. Mas seis meses depois eu pedi para ser internado novamente. Cada vez ia mais para o fundo do poço. Ficava algumas semanas sem usar nada, porém chegava a passar três dias fazendo uso direto de alguma substância.

E essa segunda internação surtiu efeito?

Foi fundamental, mas não a solução definitiva. Passei 40 dias internado em uma clínica em Curitiba. Consegui ficar seis meses limpo. Mas não tinha reconhecido de fato que era doente e precisava de ajuda. Acabei voltando com força para o uso de cocaína e álcool. Até que tive a notícia de que me tornaria pai.

Foi aí que se livrou do vício?

Sim. Fui novamente procurar ajuda e fui me tratar com ibogaína, que é uma substância extraída da raiz da iboga, arbusto encontrado em países africanos. Ela é usada para fins terapêuticos no país há dez anos. Uma psicóloga em Curitiba e um médico de São Paulo têm uma parceria para esse tipo de tratamento. Tentei e deu certo. Nunca mais usei nada. Mas não existe milagre. Faço terapia, frequento grupos e sou voluntário.

Como é agora estar do outro lado, combatendo o uso de drogas e buscando melhorias para o tratamento de dependentes?

Eu sempre quis ajudar as pessoas. Precisamos enfrentar a essência desse problema, que é se perguntar o porquê dessa fuga. Temos que conversar francamente com os jovens e tentar mudar esse cenário. Não adianta ficar apenas na teoria. Se continuar assim, estaremos enxugando gelo.

  • Like 5
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

DESMITIFICANDO A IBOGAÍNA

Muito se tem falado a respeito da Ibogaína aqui no Brasil nos últimos tempos... bem e mal, com discussões apaixonadas, e, às vezes, desprovidas de cunho científico e repletas de preconceito.
Para quem não sabe, Ibogaína é uma substância extraída da planta Tabernanthe iboga, originária do Gabão, e planta sagrada utilizada nos rituais da religião Bwiti, religião e rituais estes existentes desde a pré-história. Em 1962 Howard Lotsof, na época dependente de heroína, descobriu que uma única dose de Ibogaína foi suficiente para curar a dependência sua e de alguns amigos. A partir daí surgiu com força uma rede internacional de provedores de tratamentos para dependência em todo o mundo, alguns oficiais, outros underground. Desde essa época até hoje cerca de 15.000 pessoas já fizeram o uso médico da substância, com resultados, em sua maioria, muito bons. Realmente os efeitos são surpreendentes, e, em muitos casos, ocorre uma melhora do quadro de dependência significativa, em apenas 24 horas.
Como tudo que é diferente, e como tudo que é inovador, existem também em relação à Ibogaína controvérsias e dúvidas, que tem origem na desinformação e no preconceito, e algumas vezes também em interesses econômicos. Este texto visa esclarecer as dúvidas e orientar as pessoas sobre o assunto. É interessante o fato de que a maioria das pessoas que é contra esse tratamento, não sabe absolutamente nada a respeito, mesmo alguns sendo renomados profissionais da área. É o estilo “não li e não gostei”. Na área da dependência química no Brasil, alguns egos são imensos.
Sempre que se fala de Ibogaína, cita-se o fato de a mesma ser proibida nos Estados Unidos e em mais 3 ou 4 países, sendo em todos os outros (inclusive no Brasil) isso não ocorre. Pelo contrário, o Brasil é um dos pioneiros nesse tratamento e os profissionais envolvidos, apesar de pouco conhecidos aqui, têm reconhecimento internacional. Essa proibição da Ibogaína em poucos países deve-se à desinformação e a interesses econômicos e políticos.
Primeiramente, essa medicação não interessa à grande indústria farmacêutica, visto ser derivada de plantas, com a patente de 1962 já expirada, tendo, portanto, um baixo potencial de lucro.
Alem disso, em muitos locais, o preconceito contra os dependentes faz com que eles sejam vistos como pessoas que não merecem serem tratadas e sim presas ou escorraçadas. Assim sendo, o fato da Ibogaína ter sido descoberta por um dependente químico, para algumas pessoas, já a desqualifica.
Fora isso, o falso conceito de que a planta é alucinógena, gera uma quase histeria em determinados profissionais da área, que mal informados, com má vontade, e baseados em informações conflitantes pinçadas na internet, repassam informações errôneas adiante. A Ibogaína não é exatamente alucinógena, é onirofrênica, (Naranjo, 1974; Goutarel, Gollnhofer, and Sillans 1993), ou talvez seja melhor dizer, remogênica, ela estimula a mente de maneira a fazer com que o cérebro sonhe, mesmo com a pessoa acordada. Isso é comprovado por inúmeros estudos ao redor do mundo, mas é fácil confirmar, basta fazer um eletroencefalograma (EEG) durante o efeito da substância pra se ver que o padrão que vai aparecer é o do sono REM, não de alucinações. Alem disso, a ibogaína não se liga ao receptor 5HT 2a, o alvo clássico de alucinógenos como LSD, por exemplo.
Outra crítica relacionada à Ibogaína, que é sempre citada, são as até agora 14 mortes que ocorreram, em 48 anos, como comentado acima, em cerca de 15000 tratamentos realizados. Isso dá menos de 1 fatalidade em cada 1000 tratamentos, número muito menor por exemplo do que as fatalidades provocadas por metadona, que é outra substância utilizada no tratamento da adicção, e que é de 1 fatalidade para cada 350 tratamentos.
O detalhe, sempre deixado de lado pelos detratores da Ibogaína, é que em todos os casos de fatalidades registrados, comprovadamente se detectou o uso sub-reptício concomitante de heroína, cocaína e/ou álcool, confirmado por necropsia, o que nos leva à conclusão de que não existem fatalidades relacionadas à Ibogaína e sim à heroína/cocaína/álcool e à mistura dessas substâncias... além disso, poucas coisas no mundo são mais mortais do que usar drogas.. isso sim é perigoso.
Mais outra crítica é sobre o uso em humanos, sendo que no Gabão, há 5000 anos humanos já usam a substância em seus rituais, sem problemas. Já foram feitos vários trabalhos científicos, por cientistas renomados, que comprovam a baixa toxicidade e a segurança do tratamento, desde que feito dentro dos protocolos.
A taxa média de eficácia da Ibogaína para tratamento da dependência de crack é de 70 a 80%, que é altíssima, principalmente se lembrarmos que, além de ser uma doença gravíssima, as taxas de sucesso dos tratamentos tradicionais é de 5%. Incrivelmente, essa taxa de 80% também é alvo de críticas... Porque não são 100%, eles dizem? Já que é tão bom, porque não cura todo mundo? Ora, nenhum tratamento médico é 100%, existem variáveis ponderáveis e imponderáveis que influenciam a evolução dos pacientes, como motivação, características individuais de cada paciente, preparação adequada, com psicoterapia pré e pós tratamento de alto nível, tudo isso faz com que haja variações na eficácia. O fato é que a Ibogaína é hoje, de longe, o tratamento mais eficaz contra a dependência que se tem notícia, em toda a história da humanidade. Feito com os cuidados necessários, é seguro, eficaz, e não existem relatos de seqüelas, nem físicas, nem psicológicas.
Assim sendo, pessoas que vivem da cronicidade da doença, para as quais não interessa que haja cura e sim perpetuação do quadro, e assim, indiretamente, perpetuação dos lucros, se insurgem contra ela.
Em toda a história da humanidade, as inovações, as mudanças de paradigma, sempre foram combatidas.
E apenas mais um detalhe: as outras opções de tratamento, são bastante ineficazes, para que se possa dar ao luxo de não dar à ibogaína a atenção que ela merece.

  • Like 4
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Em São Paulo se utiliza a Ayahuasca + Kambô para tratar dependentes químicos.. uma dose grande de ayahuasca e no auge da força é aplicado o Kambô. São diversos os relatos e casos de melhoras dos pacientes! A galera chega detonada do crack e o que acontece é justamente essa " lavagem cerebral ".. acho muito válido o estudo com medicinas naturais.. cipós, folhas, raizes e fungos!!

  • Like 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Usuário Growroom

Uma merda, porém com um lado bom:

-Meio que "sem querer querendo" (e com a desculpa de que é para tratar "viciado cracudo") abre um precedente para, a médio e longo prazo, a aceitação da terapia psicodélica no Brasil.

O coordenador da pesquisa envolvendo a Iboga é o Dartiu Xavier, aquele que tentou fazer pesquisa semelhante, com maconha e, salvo engano, a ayahuasca, e não foi permitido. Outros projetos dele também já foram alvos de polêmica.

Sem dúvidas.. uma porta que se abre!

Na Europa já se pesquisa há alguns anos o uso terapêutico dos cogumelos. E nos EUA, o Pentágono já usa o LSD experimentalmente em soldados com traumas de guerra. Ainda que 'sem querer' e ainda timidamente, acabamos de abrir uma singela porta. Um faixo de luz numa telha quebrada

abraços

  • Like 4
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Visitante
Responder

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...