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  • Usuário Growroom

The-Beatles-and-Bob-Dylan.jpg

Matéria publicada no site Dylanesco.

De uma maneira didática (e superficial), podemos afirmar que Bob Dylan e Beatles tiveram importâncias distintas nos anos 60: enquanto os Beatles transformaram o rock em um produto focado na juventude, com uma forma mais ampla do que a geração roqueira da década anterior, Bob Dylan expandiu os conteúdos das letras, introduzindo uma linguagem mais poética e sugerindo questionamentos contemporâneos nas músicas que tocavam em rádio. Assim, Beatles está para forma como Dylan está para o conteúdo das canções dos anos 60 (como eu disse, de uma maneira bem didática).

Ainda assim, é inegável a relação mutualística entre os dois. Ao ouvir os Beatles, Dylan afirma que percebeu que uma linha havia sido traçada, um marco na história da música pop. Já Lennon compôs várias músicas sob influência dylanesca. Ian MacDonald afirma que I’m a Loser, gravada no dia 14 de agosto de 1964 e lançada no álbum Beatles For Sale, foi a primeira música composta por Lennon que aflorava essa referência (ou reverência).

Contudo, talvez o maior benefício de Dylan na carreira dos Beatles não estava nas suas letras ou em sua sonoridade, mas num encontro nebuloso entre as duas super-potências do pop.

A data é imprecisa. Alguns autores afirmam que o encontro ocorreu dia 24 e outros informam que a data foi dia 28 (o vídeo abaixo informa que foi 30/08). O fato é que em agosto de 1964, após um show feito pelos Fab Four em Forest Hills, o grupo se encontrou com Dylan no Hotel Delmonico, em Manhattan.

paul-mccartney-pot-high-cannabis-marijua

Após serem apresentados pelo amigo em comum Al Aronowitz, Bob Dylan tirou um baseado e ofereceu aos jovens de Liverpool. A lenda é que Bob Dylan achava que os Beatles eram íntimos da droga, pois ao ouvir a música I wanna hold your hand, Dylan interpretou “I get high” ao invés de “I can’t hide”. A verdade é que os Beatles sempre foram usuários de álcool, mas nunca tiveram contato com o “cigarro dos artista”.

Durante a experiência, Paul McCartney ficou surpreso com a sensação e pediu que para que seu gerente de palco, Mal Evans, escrevesse tudo que dissesse. Durante a viagem, ele descobriu o significado da vida e, segundo as anotações de Evans, a resposta era: existem sete níveis.

O canal do Youtube Meth Minute 39 publicou há algum tempo um vídeo que ilustra esse famoso encontro que resultou numa mudança drástica na abordagem muscial do quarteto.

O mais irônico é que a influência da maconha na música dos Beatles não agradou Dylan. Segundo Marianne Faithfull, em um outro encontro entre Bob e McCartney, o baixista dos Beatles mostrou sua útlima criação, a psicodélica Tomorrow Never Knows. Ao colocar o vinil no toca-discos, Paul, que estava entusiasmado, deu um passo para trás e esperou o retorno de Dylan. Bob, ao ouvir, simplesmente saiu da sala.

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  • Usuário Growroom

Li uma vez que os Beatles antes desse encontro viam a maconha como algo altamente nocivo, tipo heroína.

Não sei até que ponto é verdade, mas massa demais

Maior viagem essa história.

No livro "The Beatles Anthology", lançada em 2000 por George Harrison, Ringo Starr, Paul MCartney e Yoko Ono, viúva de John Lennon. No livro, Harrison conta que o primeiro cigarro de maconha do grupo foi fornecido por um baterista de outro grupo de Liverpool. “Me lembro que nós fumamos no camarim da banda durante um show em Southport e todos nós aprendemos a dançar o twist naquela noite”, recorda ele. Em outros trechos, citações de John sugerem que o grupo experimentou a droga pela primeira vez em 1960.

Não acho que eles achavam nocivos a maconha a ponto de comparar com a heroína. Mas quem tiver alguma referência a isso, por favor comente abaixo.

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  • Usuário Growroom

Ôpa, disso eu entendo - e Tomorrow Never Knows foi composta por Lennon, diga-se de passagem... SOB EFEITO DE LSD. Os Beatles fumaram maconha em Hamburgo com o pessoal do Rory Storm & the Hurricanes, mas como também tomavam Preludin nem fizeram a cabeça direito. Com Bob Dylan sim, fizeram uma sessão responsa que mudou a cabeça deles. Paul McCartney é maconheiro até hoje.

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  • Usuário Growroom

Ôpa, disso eu entendo - e Tomorrow Never Knows foi composta por Lennon, diga-se de passagem... Os Beatles fumaram maconha em Hamburgo com o pessoal do Rory Storm & the Hurricanes, mas como também tomavam Preludin nem fizeram a cabeça direito. Com Bob Dylan sim, fizeram uma sessão responsa que mudou a cabeça deles. Paul McCartney é maconheiro até hoje.

Obrigado pela correção de "Tomorrow Never Knows" e pelas informações a mais.

Encontrei um vídeo em que falam sobre o encontro com Bob Dylan.

https://youtu.be/g9O8M9wpNJw?t=9m52s

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  • Usuário Growroom

Pode crer! Esse assunto eu curto muito discutir, certamente uma das minhas paixões além da planta é música.

Os Beatles foram musicalmente a coisa mais impactante que aconteceu no século XX. indiscutivelmente. Todos que vieram após os Beatles foram influenciados e beneficiados de alguma forma, direta ou indiretamente. Inclusive, pela abertura que eles criaram.

O que fizeram na estrutura musical, o formato original das composições, a utilização de acordes complexos com melodias fáceis e também de acordes fáceis com melodias complexas... Fora o pioneirismo em quase tudo o que vemos como normal hoje em dia, como por exemplo os megashows em estádios, LP's (antes dos Beatles os shows eram em teatros e auditórios e o mercado era baseado em EP's - compactos simples e duplos), os videoclipes, as letras das músicas impressas nas contra-capas, composições próprias ao estilo "Do it yourself", já que antes dos Beatles era regra comum um crooner cantar músicas feitas por compositores profissionais (veja o Elvis por exemplo, a maioria do que ele canta foi composta por outros), as guitarras de 12 cordas, orquestras e instrumentação rica e variada, até o cabelo comprido no rock também veio dos Beatles. Aliás, o rock só sobreviveu aos anos 50 graças a eles, aí então expandiu e criou vertentes.

Os Beatles foram os primeiros mega rockstars internacionais e o fenômeno que eles geraram nunca foi repetido ou igualado. Todos os músicos devem muito aos Beatles.

Eles também são matéria de estudo nos colégios europeus com a mesma importância de outros gênios, tais como Mozart, Tchaikovsky, Wagner, Beethoven, Liszt... Em 2009 George Martin e o filho Gilles re-remixaram toda a obra dos Fab em estéreo, uma das coisas que mais curto fazer é fechar uma bomba, deitar no sofá e ouvir os discos no fone Seenheizer. É bom demais. Dá pra ouvir tudo, cada instrumento, arpejos, timbres... é foda, velho! Os caras eram mesmo muito bons, tinham muita cancha. Além de uma obra bem abrangente e atemporal.

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  • 1 month later...
  • Usuário Growroom

No livro "The Beatles Anthology", lançada em 2000 por George Harrison, Ringo Starr, Paul MCartney e Yoko Ono, viúva de John Lennon. No livro, Harrison conta que o primeiro cigarro de maconha do grupo foi fornecido por um baterista de outro grupo de Liverpool. “Me lembro que nós fumamos no camarim da banda durante um show em Southport e todos nós aprendemos a dançar o twist naquela noite”, recorda ele. Em outros trechos, citações de John sugerem que o grupo experimentou a droga pela primeira vez em 1960.

Não acho que eles achavam nocivos a maconha a ponto de comparar com a heroína. Mas quem tiver alguma referência a isso, por favor comente abaixo.

Ótimo post, grato pelo conhecimento fornecido. Mas, aí, quando começou a influência direta da maconha com os Beatles? Já ouvi falar que foi no Rubber Soul, mas não tenho certeza. E outra, qual o álbum do qual a influência do lsd é mais intensa? Apesar de ser um fã dos Beatles ainda tenho esse tipo de dúvida.

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  • 2 years later...
  • Usuário Growroom
Em 04/06/2015 at 13:23, Jahmarão disse:

Ótimo post, grato pelo conhecimento fornecido. Mas, aí, quando começou a influência direta da maconha com os Beatles? Já ouvi falar que foi no Rubber Soul, mas não tenho certeza. E outra, qual o álbum do qual a influência do lsd é mais intensa? Apesar de ser um fã dos Beatles ainda tenho esse tipo de dúvida.

A relação dos Beatles com a maconha se intensificou no período de gravação do Rubber Soul de 1965, foi realmente um "tapa" na mente dos quatro garotos de Liverpool. Eles puderam por fim, se dedicar a novos experimentos musicais e consequentemente tornarem-se afrente a sua época.

O uso intensivo da substância LSD, foi no período de 1966 ainda no álbum Revolver e posteriormente mais dedicada no álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band de 1967. Uma curiosidade, é que certa vez John Lennon teria tomado ácido nos estúdios A do Abbey Road e convidado George Martin a ir no terraço com ele. Por fim, ele viajou nas estrelas que iluminavam a cidade Londrina.

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