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Passeata Verde 2003 - SP


xango

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  • Usuário Growroom

Publiquei matéria sobre a Passeata Verde no Indymedia:

http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2003/1...11/267146.shtml

Segue o texto com minhas impressões. Quem quiser ver as fotos acesse o link acima. Abraços...Dr. Freud!

São Paulo, 1.º de novembro de 2003, Av Paulista, 14:00hs. Lá estava eu na expectativa de fotografar e participar da 1.ª Passeata Verde, manifestação pacífica pela legalização da Cannabis Sativa. Até então não sabia direito (e ainda não sei) quem estava por trás daquilo, e duvidava um pouco da possibilidade de um evento como esse ocorrer sem uma interferência violenta e arbitrária por parte da polícia. Felizmente eu estava enganado.

Entre fins de setembro e início de outubro os fóruns na Internet dedicados à discussão da legalização-descriminalização de drogas começaram a ser bombardeados por panfletos eletrônicos que conclamavam os interessados para a manifestação do dia 1.º de novembro, naquele que seria o Dia Nacional de Luta pela Legalização da Maconha, segundo os organizadores. No entanto o movimento se espalhou rapidamente pela via digital, escapando ao controle de qualquer organização e tomando em seguida o caráter de manifestação espontânea.

Chegando à Av Paulista com 15 minutos de antecedência, na intenção de não perder nenhum detalhe da manifestação, deparei-me com uma quantidade incomum de policiais. Mais ou menos 8 viaturas e uns 40 PMs vigiando um imenso vazio do vão livre do MASP.

Qual foi minha surpresa ao perceber que somente a polícia foi pontual: até mais ou menos 14:30hs os manifestantes não passavam de 20 ou 30. Mais policiais do que manifestantes. Por um momento achei que aquilo não ia acabar bem. Um PM, vendo meu equipamento fotográfico, me perguntou se eu era de algum jornal: “Não, sou independente!”, respondi-lhe. Até aproximadamente 15:00hs o movimento indicava a falência total da manifestação. No entanto, não sei ainda se por alguma peculiaridade comum aos manifestantes, lá pelas 15:30hs o número de, perdoem-me a expressão, “maconheiros” começou a crescer de maneira inacreditável, de modo que às 16:00hs já beirava a casa dos 200. Então aprendi que em manifestação de maconheiros o atraso compõe o tom do protesto. Timidamente as pessoas foram chegando. Muitas faixas, muitos cartazes, camisetas irreverentes, skates, fotos do Bob Marley, bandeiras da Jamaica e sobretudo, muita alegria. E muitos olhos vermelhos também.

Imediatamente o tenente da PM que comandava a operação (sujeito muito simpático) passou a fiscalizar de perto cartazes e faixas. “Vocês podem pedir a legalização, mas incitar o uso eu não vou permitir!”, dizia ele em tom solene. Conversou com diversos manifestantes e mostrou-se até simpático à causa, provavelmente por saber que aquilo representaria a minoração de diversos problemas ligados à Segurança Pública.

Seus subordinados permaneciam atônitos, sem saber direito o que lhes esperava. Por volta das 16:15hs houve a primeira tentativa de invasão da Av. Paulista, que foi imediatamente reprimida pela polícia. Aos gritos de “abaixo a repressão” os manifestantes conseguiram convencer os policiais a parar o trânsito da famosa avenida para que a Passeata Verde finalmente pudesse pôr-se em marcha. A alegria contagiou a todos! Era mesmo inacreditável que a Passeata Verde estivesse tomando a principal avenida de São Paulo.

“Polícia é pra ladrão, pra maconheiro não!”, “Ei, polícia, maconha é uma delícia!”, “Governo sem vergonha, legalize a maconha!”. A multidão seguia entoando em uníssono esses gritos de guerra. Ao passar em frente ao McDonalds, e foram 4 até chegar no Ibirapuera, entoavam “Maconha é natural, Big Mac é que faz mal”. Em frente à FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) os gritos eram “Experimenta! Experimenta! Experimenta!”, em tom bem-humorado e provocativo ao símbolo do capital industrial brasileiro. Quando passava diante dos botecos, a massa gritava “Ei cachaceiro, vira maconheiro!”. Como se vê, o bom humor foi a tônica do movimento, que promete novas e mais criativas ações para um futuro próximo.

A confusão mesmo começou quando, após tomar a avenida Brigadeiro Luís Antonio e percorrê-la até as proximidades do Parque do Ibirapuera, a massa encontrou o portão 10 fechado e com um número incrível de policiais da GCM (Guarda Civil Municipal). Note-se que este portão habitualmente fica aberto até 0:00, como indica a enorme placa verde nele pendurada. Muitos gritos, confusão, cacetes para todo o lado, até que os guardas se convenceram de que todos os manifestantes, como cidadãos, tinham o direito de adentrar o parque.

Na praça da Paz armou-se um grande (grande mesmo) círculo humano. No centro foram colocados os cartazes, faixas e algumas tochas, que serviam sobretudo para disfarçar o cheiro de “marihuana” que aos poucos começava e se espalhar pelo Parque. Todos os panfletos que informavam sobre o evento eram taxativos sobre a imperiosa necessidade de observar a principal recomendação: “não levar drogas”, sob o risco de pôr em descrédito o movimento. E sobretudo para evitar as investidas da polícia. Mas muitos manifestantes, até pelo caráter do movimento, não deram ouvidos aos apelos, e acenderam seus cigarrinhos. No fim da Av. Brigadeiro muitos já entoavam: “chega de andar, tá na hora de fumar”. E de fato dentro do parque o consumo da “perniciosa erva” rolou solto, mas de forma discreta, dentro do círculo humano que mais lembrava o festival de Woodstock.

Mas a polícia (GCM), insultada pela ousadia de alguns garotos que fumavam abertamente próximos às viaturas, agiu rapidamente, prendendo dois bodes expiatórios, que foram levados para a Delegacia de Polícia da rua Tutóia, coincidentemente o antigo prédio do DOI-CODI. A Passeata Verde terminou com uma concentração de cerca de 60 pessoas defronte da delegacia, na tentativa de soltar os dois rapazes.

No entanto, o clima reinante no decorrer da manifestação foi de paz e alegria, como fica evidente nas imagens que captei. A expectativa de todos era de que no próximo ano o evento possa ser maior e mais organizado. E sem prisões! Na minha avaliação, sucesso total.

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  • Usuário Growroom

Cara, ja comentei no CMI...show!

gostaria de lembrar a todos (poucos que leem aqui em cima) que se manifestem nos threads do APPP caso queiram ajudar na elaboraçao dos prximos eventos...

nos reuniremos no domingo ja...

FREUD, se eu fosse vc eu publiava isso auqi no APPP que no o XANGO fez,,

eu sei que aqui é o local certo...mas...tsc..c sabe ...

ABRAXXXXXZZZos

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  • Usuário Growroom

Pessoal

Um abraço coletivo a todos que escreveram, e a quem preferiu somente ler.

Galego e Sementinha, brigado pelas palavras, e vejam que a questão da idade não tem nada a ver. Eu saí da Vila Mariana e fui ao Masp, fui até a Augusta, voltei, descemos a Brigadeiro e eu voltei para casa, do parque passando pela delegacia e retornando para a Vl. Mariana, A PÉ!!!! Dá o quê??? Uns 20 Km??? Perto disto?

O Verdim perguntou que vitamina eu tomo, podem ter certeza que eu me alimento bem, principalmente no laricão. Hehehe

Semente, o Fórum Social é o de Porto Alegre? Já não foi, tanto que o Lula participou dele, antes de ir a Davos, no Fórum Anti-Social/Econômico??? Não fou este ano???

Está ai um outro palco privilegiado para “Mostrarmos a Cara”, principalmente se conseguíssemos incluir nas palestras, representantes dos plantadores de Cânhamo industrial, de demonstrassem os benefícios que o cultivo comercial da cannabis traz a qualquer fazenda que se pretenda lucrativa. Ai ia ser engraçado, a liberação da cannabis viria, a partir do fórum social, pelo motivo econômico. Mas é que eu aposto que o caminho é por ai, mesmo.

Então, Marconha, eu também sou Batateiro, mas nunca morei em Bernô. Já trabalhei bastante, passeei, curti, namorei, etc, mas ainda não morei.

Outra coisa, Verdim, bundão eu tenho, pois sou um gatão muito gostoso ;) , mas cabelo comprido eu não uso mais, pois o trabalho não dá...

Kurt e Phreak, o figura é o Carneiro, que eu citei no meu texto e eu acho que é o mesmo carneiro que deu entrevista na matéria do UOL. Ele ficou de postar por aqui amanhã, Quarta-feira. Vamos esperar. Até por que eu creio que o hábito FAZ o monge, e o cara tava com a maior pinta de fotógrafo profissional. Devem vir fotos boas. E eu acho que ele não é o Freud, não.

Abraços

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  • Usuário Growroom

o xango , ce era um tiozao de cabelos brancos com uma camisa beje que tava gritando libera logo lula!!!????

hueheuhee.....

e porra mano , tinha uma par de fotografo e cinegrafista la mano,...bem loko , mo galera colhendo material.

e e isso ai , produçao independente....

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  • Usuário Growroom
doutor_freud escreveu

Carneiro na verdade é outro cara... eu na verdade sou o Bezerra (outro bicho, sacou?!?)

É cara, Eu troquei os bichos. Hahahaha. Mas valeu pelas fotos, vai publicando as bichinhas ai.

Marconha escreveu

o xango , ce era um tiozao de cabelos brancos com uma camisa beje que tava gritando libera logo lula!!!????

Camisa beje, não, pois chama muito a atenção. Era amarelo ouro, mesmo. mais discreta (Tanto que nas fotos, eu fico me procurando pela cor da camisa)

Abraços

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  • Usuário Growroom
  • Usuário Growroom

Muito boa essa reportagem, eu fiquei de ir mas fui fazer balada e acordei era 18:00 hs, ai eu achei q num dava mais, mas eu juro de pé junto q ano q vem eu vou, e ainda levo uma galera comigo e ajudo na promoção do evento.

As fotos tb estão muito boas, gostei mesmo, meu parabens!!!!

"Se Leonardo Da Vinci, por q é q eu não posso dar 2?"

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