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Shakespeare, inspirado pelo haxixe?


Thomas

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  • Usuário Growroom
Shakespeare, inspirado pelo haxixe?  

Um grupo de paleontólogos chegou à conclusão de que William Shakespeare encontrava uma fonte de inspiração para suas obras geniais provavelmente no haxixe. A informação foi divulgada ontem pelo jornal londrino The Independent on Sunday, acrescentando que o cientista Francis Thackeray, chefe do Departamento de Paleontologia do Museu de Transvaal (África do Sul), pretende defender esta tese com base em exames de laboratório de cachimbos usados pelo escritor.

Thackeray argumenta que a reiteração de imagens sombrias e longas peregrinações mentais nos textos de Shakespeare podem corresponder à descrição de visões próprias, provocadas pelo consumo de haxixe. "Uma minuciosa leitura de seus sonetos e de outros textos leva a pensar que Shakespeare pode ter experimentado pessoalmente essas imagens", escreveu Thackeray em seu ensaio.

Segundo o Independent on Sunday, a polícia da cidade sul-africana de Pretória examina em seus laboratórios cachimbos do escritor, encontrados em sua casa de Stratford-upon-Avon, no centro da Inglaterra, onde Shakespeare viveu até a sua morte, em 1616. O haxixe (cânhamo indiano) foi cultivado na Inglaterra a partir do século 5 e utilizado nos séculos 16 e 17 na fabricação de cordas e velas para navios.

http://txt.jt.com.br/editorias/2000/11/06/int317.html

E tem uma materia bem maior e mais aprofundada sobre o assunto mas fiquei com preguiça de postar quem quiser ver tai.

http://txt.estado.com.br/editorias/2001/03.../17/cad271.html

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  • Usuário Growroom

Aiaiai apesar de ser verdade odiei o título da matéria!

Mas aí! É muito viagente esse texto! hahaha!

Cientista afirma que Shakespeare usava drogas

O paleontólogo sul-africano Francis Thackeray revela haver encontrado resíduos de cocaína, ácido mirístico e cannabis na casa em que o poeta morava, em Stratford-upon-Avon

Carvalho

SÉRGIO AUGUSTO

Especial

   Quem levantou a suspeita foi uma publicação científica sul-africana: William Shakespeare teria escrito suas peças e seus sonetos sob efeito de drogas. Maconha e, talvez, cocaína, segundo o paleontólogo Francis Thackeray, um dos responsáveis pela "descoberta". Num artigo para o South African Journal of Science, o dr. Thackeray revela ter encontrado resíduos de cocaína em dois dos 24 encanamentos da casa onde o Bardo morava, em Stratford-upon-Avon. Em outros recolheram traços de ácido mirístico (um alucinógeno derivado de plantas), cannabis (maconha) e tabaco. Todos esses detritos foram submetidos a análises cromatográficas supervisionadas por um inspetor do Laboratório de Ciência Forense da África do Sul e entregues ao Museu do Transvaal, em Pretória. Se tais achados merecem crédito, a cocaína, ao contrário do que se acreditava, não esperou o século 19 para tornar-se conhecida e consumida na Europa.

   Shakespeare viveu entre a segunda metade do século 16 e a primeira metade do século 17. Naquela época, o cânhamo, trazido da América pelos espanhóis, era usado na confecção de cordas e em trabalhos de impressão. Se de fato já o fumavam - inclusive na casa de Shakespeare -, também nisso o Bardo foi um pioneiro. Thomas De Quincey (que veio ao mundo dois séculos depois) pode ter sido o primeiro autor a escrever sob o efeito de ópio, mas em matéria de maconha, o gênio de Stratford-upon-Avon, pelo visto, tragou na frente.

   Um alfarrábio de G. da Orta, Colloquies on the Simples and Drugs of India, com referências às "propriedades narcotizantes da resinosa cannabis sativa", reforça as suspeitas sobre o emprego do cânhamo como alucinógeno na era elizabetana. Desencavado pelo dr. Thackeray, o tratado foi publicado em 1563, um ano antes de Shakespeare nascer. Para dar maior credibilidade à sua pesquisa, o paleontólogo também escarafunchou evidências na obra de Shakespeare, que, segundo ele, teria dado bandeira no Soneto 27 (em que se refere a uma "journey in the head", possível eufemismo de curtição), no Soneto 76 (em que fala de "estranhos compostos" e alude à invenção de uma erva, que poderia ser a cannabis sativa), e no terceiro ato de Otelo, quando o mouro entra cambaleando no palco e Iago o saúda, tecendo considerações sobre as propriedades soporíferas da papoula (de onde se extrai o ópio) e da mandrágora (planta muito usada em feitiçarias na Antiguidade e na Idade Média).

   Shakespeare não é apenas o mais lido e representado autor de todos os tempos - ou, como alardeia, não sem boas razões, Harold Bloom, o magister ludi supremo, o primeiro autor universal, o inventor do humano - mas também o mais freqüentemente atingido por controvérsias, abusos interpretativos e apropriações inébitas. Em parte por ele ser o que é ("o único deus mortal", segundo Bloom); em parte pelo muito que desconhecemos de sua vida.

   Insondáveis mistérios sombreiam sua passagem por este mundo. O que ele realmente fez depois que largou os estudos e antes de aparecer como ator e autor em Londres, em 1592? Alguns militares (vide Sergeant Shakespeare, de Duff Cooper) insistem que nesse período ele vestiu farda, pegou em armas e sumiu do mapa. Entre 1582 e 1585, contudo, Shakespeare casou-se e teve três filhos - o que, aliás, não demoveu alguns homossexuais de apostarem suas coleções de discos de Judy Garland e Barbra Streisand na tese de que o Bardo era gay ou, no mínimo, bissexual.

   Até a autoria da Bíblia já lhe foi atribuída. Não por Bloom, é claro. Em Shakespeare: A Invenção do Humano, recém-traduzido pela Objetiva, Bloom limitou-se a dizer que a obra de Shakespeare substituiu a Bíblia no consciente secular, tornando-se a escritura secular: universal, global e multicultural. Quem creditou a versão inglesa da Bíblia (a do rei Jaime, publicada em 1610) ao Bardo (então com 46 anos) foi um grupo de numerologistas britânicos, que não precisaram de queimar muitos neurônios para concluir, com base no Salmo 46, que o criador de Hamlet também ajudara a criar as Sagradas Escrituras. Bastou-lhes descobrir que a 46ª palavra do Salmo 46 é Shake ("...and though the mountains shake": "...e os montes tremam violentamente") e também Spear ("...and cutteth the spear in the thunder": "...despedaça as lanças"), se contarmos do fim para o início.

   Bloom parece horrorizar-se com tais vodus interpretativos, mas ele próprio desenvolve em seu livro uma teoria digna dos "especuladores parisienses" que tanto o amofinam, insinuando que Falstaff e Hamlet, "o mais brilhante e o mais inteligente" dos personagens shakespearianos, possam ter criado o seu criador. Ou seja, a obra de Shakespeare teria sido inventada por Falstaff e Hamlet. Assim, ao menos, tudo fica em casa ou em família, e não no espólio de Edward de Vere, o 17º conde de Oxford, o mais resistente e involuntário usurpador do legado shakespeariano.

   Há quase três séculos que scholars impertinentes põem em xeque a paternidade da obra de Shakespeare. Para eles, William Shakespeare seria um pseudônimo.

   Se de fato existiu, perguntam, por que morreu em brancas nuvens, sem obituários nem adulações, sem sequer velório público? Nem seu nome, alegam, merece crédito. Em sua tumba aparece grafado Shakspeare, ao contrário do que se lê nos túmulos de sua mulher e dos filhos (Shakespeare) e na certidão de casamento do casal (Shagspere). Um scholar do século 19, J.R. Wise, autor de Autograph of William Shakespeare, encontrou o nome do Bardo escrito de 4 mil maneiras diferentes.

   Maçonaria - A hipótese de que foi o conde de Oxford, confidente da rainha Elizabeth, quem realmente escreveu as peças e os sonetos de Shakespeare têm mais de 150 anos e um número crescente de adeptos. Os últimos a aderirem à maçonaria foram o ator sir Derek Jacobi (que encarnou Claudius no Hamlet dirigido por Kenneth Branagh) e o diretor artístico do Globe Theatre, em Londres, Mark Rylance.

   Volta e meia, para popularizar a polêmica, eles promovem julgamentos simulados, com advogados, juristas e até celebridades. Em setembro de 1987, três juízes da Suprema Corte dos EUA participaram de um julgamento. Um debate, realizado em Boston em novembro de 1993 e transmitido pela TV, teve como moderador o comentarista político William F. Buckley Jr. Sábado próximo, haverá em Los Angeles mais uma mesa-redonda sobre a questão. De 5 a 8 de abril, a Universidade de Concordia, em Portland (Oregon), hospedará a 5ª Conferência Anual do Grupo de Estudos Edward De Vere. Dali a 20 dias, Roger Stritmatter apresentará em Harvard a primeira tese de doutorado em defesa do conde de Oxford, que há uma década vem ruminando.

   Os apologistas do conde argumentam, entre outras coisas, que o indivíduo identificado como William Shakespeare não teria condições de escrever o que lhe atribuem com a educação que se supõe ter recebido, bem modesta se comparada à de Edward De Vere, em cuja vida teriam ocorrido diversos episódios retratados em peças assinadas por Shakespeare, notadamente em Hamlet. Para o professor Gary Taylor, co-editor das Obras Completas de Shakespeare, "não há documentos que comprovem essa tese". De mais a mais, acrescenta, o conde morreu em 1604, antes de uma dúzia de peças importantes, entre as quais Rei Lear, Macbeth, Antônio e Cleópatra, Coriolano, Timon de Atenas, A Tempestade e Henrique VIII, terem sido escritas - por William Shakespeare.

   Poucas controvérsias são mais bizantinas do que essa. Que diferença faz quem na verdade escreveu as peças assinadas por Shakespeare?, perguntará a dra.

Marilee Kane, na Chicago Oxford Society, em 29 de abril, num esforço, aparentemente vão, para encerrar uma leréia inócua e diletante, na qual Bloom nunca se meteu, no que fez muito bem. Se alguém lhe perguntar sobre os achados do dr. Thackeray, ele no máximo dará um muxoxo. Embora pudesse dizer: "Um deus não precisa de maconha para criar obras-primas."

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