Especialistas advertem para maior luta contra consumo de dro

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Especialistas advertem para maior luta contra consumo de drogas

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Especialistas advertem para maior luta contra consumo de drogas

11:45 02/03

Agência EFE

Os especialistas da ONU afirmaram em Viena hoje, terça-feira, que o "círculo vicioso" da droga não será rompido enquanto não houver uma maior determinação na luta contra o consumo destas substâncias.

Esta idéia foi transmitida à imprensa na apresentação do relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), um organismo independente das Nações Unidas com base em Viena.

"Para acabar com o círculo vicioso das drogas não se pode pensar só em acabar com a produção no Afeganistão", comentou Rainer Wolfgang Schmid, especialista austríaco deste organismo da ONU.

Acrescentou que "às vezes dá a sensação de que alguns países não fazem o necessário para a prevenção" do consumo de drogas.

Esta apreciação do especialista se recolhe por escrito no relatório deste ano, no qual se adverte que "nos países da Europa ocidental geralmente se registra uma atitude ambígua para o abuso de drogas".

"Nas campanhas de prevenção deste fenômeno se insta aos jovens a abster-se de consumir drogas. Na prática, no entanto, as autoridades não adotam medidas contra a incitação ao consumo, hábito que chegaa ser promovido em certos meios de difusão e por outros canais", acrescenta o documento.

O relatório deste ano está dedicado à "relação entre o abuso de drogas, a criminalidade e a violência em nível microssocial".

Também se destacou a importância de fomentar a prevenção "trabalhando com as comunidades locais, que são as que sofrem o maior impacto" do abuso das drogas, segundo destacou o especialista.

O secretário da Jife, o alemão Herbert Schaepe, destacou que a relação entre droga e violência "tem muitos aspectos diferentes, e os efeitos dependem das pessoas, dos países e das regiões".

A Jife indica que "devem ser analisadas" outras práticas para conjurar a violência emanada do abuso de drogas, já que a "repressão" não é a única resposta possível.

Assim se destacam exemplos como a redução do consumo, a prevenção, a educação e a assistência aos drogados para que possam submeter-se a tratamento.

Também se ressaltou a importância da participação da comunidade para abordar o problema e a aplicação de medidas judiciais, não penais.

Schaepe assinalou em respostas a jornalistas que o consumo de heroína na "Espanha como no resto da Europa" está decrescendo devido aos programas de substituição dessa droga, que, segundo disse, envolvem 400.000 pessoas em todo o continente.

"Não temos que esquecer que estas pessoas não deixam de ser viciados", assinalou o especialista alemão.

No entanto, esta tendência pode durar pouco se segue aumentando a produção em países como Afeganistão.

O especialista assinalou que nos países do Leste, região na qual "durante o comunismo o problema da heroína era quase inexistente", há mais casos a cada ano ao tratar-se de um zona de passagem para o mercado ocidental.

Schaepe assegurou à EFE que a Espanha junto com Países Baixos é a "porta de entrada da cocaína na Europa", e vem sendo registrado um aumento do consumo local desta substância, algo que segue as tendências do resto do continente.

Também comentou que "Afeganistão e Colômbia são o exemplos mais dramáticos da utilização do dinheiro da droga para financiar conflitos"

"As Farc controlam um terço do território da Colômbia" graças ao financiamento que obtêm das drogas, assegurou o especialista, quem também se referiu ao incremento da compra de substâncias ilegais, especialmente sintéticas, através da internet.

Além disso comentou que se detectou um avanço da compra de remédios legais mas sem receita médica, uma tendência que deve ser vigiada para evitar seu aumento nos próximos anos, advertiram os especialistas.