De acordo com uma pesquisa realizada pela ONU, a cannabis é a substância ilícita mais produzida, traficada e consumida no mundo inteiro, ultrapassando a cocaína, que sempre esteve no topo da lista.
Obviamente, como não há controle, não é possível chegar a um número exato, mas calcula-se que entre 119 e 224 milhões de pessoas no mundo fumem um baseadinho de vez em quando, contando somente os maiores de 18 anos. Alem disso, não existem sinais que indicam que a popularidade da cannabis cairá nos próximos anos. A planta é consumida de alguma maneira em todos países e seu consumo está crescendo na maioria deles. O número de usuários está estabilizado na América do Norte, ambos EUA e Canadá, e Oceania, porém os números estão em ascensão no norte da África e África do Sul, no sul e sudeste da Ásia e Américas Central e do Sul.
Em 2010, Austrália e Nova Zelândia ocupavam o primeiro lugar no ranking de países com maior número de consumidores, com os EUA e Canadá em segundo lugar seguidos Espanha, França, Itália e República Checa em terceiro. Nigéria, Zâmbia e Madagascar estão juntos na quarta posição.
O estudo da ONU ainda observou mudanças em alguns padrões sociais. Alguns destaque interessantes: o mercado europeu está deixando de lado a resina da cannabis – o tal do hashish, chocolate, Robinho ou como você quiser chamar! – e consumindo mais a erva em si, que é mais popular na América. Já no Afeganistão, que sempre despontou como grande produtor de heroína e opiáceos, hoje tem a marihuana como mais lucrativo negócio ilícito. E a boa notícia para nós, que não cansamos de reiterar que apesar de usuários, somos contra o tráfico; o mercado de sementes cresceu quase que imensurávelmente (não há números) entre 2008 e 2010, contando com quase 200 marcas diferente diponíveis online. Ou seja, alem de consumir mais, o povo está plantando mais. Isso sim é boa notícia!
A pesquisa também concluiu que a cannabis está ficando mais potente em países desenvolvidos. A popularização do cultivo hidropônico permite que a erva tenha mais chances de se desenvolver indoor e resulta numa planta mais potente que aquelas cultivadas em de maneira tradicional, na terra.
Como consequência da proibição, é preciso ter cuidado com as imitações de maconha, ou de qualquer outra droga. Novas substâncias químicas estão surgindo no mundo inteiro e cópias de cannabis não são exceção. É o caso dos supostos sais de banho que andam vendendo por aí, que apesar de, teoricamente, não serem feitos para consumo, ou fumo, contêm canabinóides que emulam os efeitos da maconha, porém são compostos de produtos legais, o que não quer dizer de maneira alguma que sejam menos perigosos.
Então, mais um ponto para nós. Quando alguém te disser que o tráfico não vai acabar porque o grosso vem de outras drogas, você já pode dizer que mais esse mito foi derrubado. Talvez o tráfico não se extingua de vez, mas ao menos ele será enfraquecido. E com tanta gente por aí curtindo um cigarrinho de artista e os números expoentes, já passou da hora dessa discussão ser levada à sério.
Fonte: Time