Mais do que nunca, aquele papinho mequetrefe de que a maconha acaba com seus neurônios e sua memória está indo por água abaixo. Mais do que isso, um estudo publicado no Jornal of Clinical Investigation concluiu que alem da cannabis não matar seus neurônios, ela é a única substância capaz de regenerar as células nervosas no hipocampo, parte do cérebro associada ao aprendizado, memória, ansiedade e depressão. Reiterando outro estudo já publicado aqui na sS, se você é desmemoriado, meio lento ou lesadão, não jogue a culpa na sativa. Ela está aí para e por nós!
O estudo foi representado por diversos cientistas de várias universidades de três países diferentes. Wen Jiang, Zhang Yun, Xiao Lan, Jamie van Cleemput, Shao Ji-Ping e Xia Zhang da Universidade de Saskatchewan (Canadá), Wen Jiang da Universidade Médico-Militar de Xi’an (China) e Bai Guang, da Universidade de Maryland (EUA). Suas pesquisas consistiam em administrar doses elevadas de HU210 à ratinhos de laboratório duas vezes ao dia, durante dez dias. Esta substância sintética é semelhante aos canabinóides encontrados na cannabis sativa. Surpreendentemente – e desta vez até para nós, amantes da natureza e das ervas – eles observaram que a taxa de formação celular, processo conhecido como nerogênese, aumentou em 40% no hipocampo.
Já se sabe que drogas como o álcool, heroína, nicotina e cocaína, para citar as mais usadas, levam as células nervosas do hipocampo à destruição, mas até então só a maconha era acusada de “matar neurônios”. Indo contra a maré proibicionista de levantar dados inexistentes e entrando na onda da desmitificação ”este estudo sugere que os canabinóides são a única droga, (seja lícita ou) ilícita, cuja administração crônica pode promover a criação de células nervosas no hipocampo do cérebro adulto”, afirmam os cientistas responsáveis pela pesquisa. Até então, nenhum fármaco – e repito, nem lícito, nem ilícito – foi capaz de regenerar o tecido cerebral.
Entrando mais afundo nos porquês e razões, os cientistas explicam que ”a seleção natural conservou receptores de canabinóides em animais intactos durante a evolução por cerca de 500 milhões de anos. Isto sugere que eles têm um importante papel biológico. Os canabinóides parecem alterar os efeitos da dor, náuseas, tumores, esclerose e outras doenças em humanos e animais”, disse que a equipe cientifica.
Que a cannabis tem sido utilizada para fins médicos, legal ou ilegalmente, nós já sabemos. Também sabemos que, cada dia mais, é uma droga/medicamento que tem gerado tanto interesse público e médico quanto controvérsia. Pegando este bonde, o mesmo estudo concluiu que a cannabis tem efeitos antidepressivos e antiansiolíticos. Usando os tais ratinhos, os animais que receberam o HU210 por um mês apresentaram menos ansiedade e medo quando colocados em novos ambientes, o que geralmente é temido por roedores. Nas próprias palavras do Dr. Zhang ”os canabinóides são capazes de controlar ou reduzir a dor, náuseas, vômitos, epilepsia, acidente vascular cerebral isquêmico, trauma cerebral, esclerose múltipla, tumores e outras doenças em seres humanos como animais”.
Um estudo preliminar realizado pelo neurocientistas Barry Jacos, da Universidade de Princeton, indica que o THC e os canabinóides, o HU210 natural das plantas canábicas, não têm influência na regeneração do tecido nervoso, porém sua pesquisa não indica a dose utilizada, assim como a quantidade de tempo de administração da mesma. Segundo o estudo mencionado anteriormente, a dose necessária para os efeitos de regeneração são altas. Não adianta só fumar um fininho. Ainda assim, incompleta, esse resultado será apresentado em novembro em Washington D.C., durante a próxima reunião da Society for Neuroscience.
Apesar de algumas pessoas serem cegas para o que não querem ver e surdas para o que não querem ouvir, Paul Corry, diretor de comunicações sa Rethink, uma associação britânica dedicada ao tratamento e melhora da qualidade de vida de pacientes que padecem que distúrbios e transtornos mentais, assume que “os canabinóides são uma nova área para a investigação médica e até mesmo canabinóides sintéticos podem mostrar a evidência da regeneração dos nervos. É importante reconhecer que há mais de 60 ingredientes ativos de cannabis”.
Então, e aí? Quem vai bolar a bucha?
Informações Growroom / El Diário de Antofagasta / The Journal of Clinic Investigation