Em entrevista à CNN em espanhol, o ex-presidente do México, Vicente Fox, apoiou abertamente a legalização não somente da maconha, mas de todas as drogas, incluindo cocaína e sintéticos. Fox acredita que somente uma legalização total tirará o poder dos traficantes. Sua proposta é despenalizar e legalizar a produção, venda e distribuição de todos os entorpecentes. Atualmente, o usuário é descriminalizado no país.
Segundo o mandatário, é preciso tirar essa indústria das mãos dos criminosos e passá-la para as empresas, para agricultores que produzem maconha, e manter um sistema tributário alto de impostos. “O mesmo que foi feito com o cigarro e o álcool.”
Além disso, a proposta visa separar o tema de saúde ao de violência e criminalidade. Fox usou como exemplo a proibição do álcool dos anos 1920 e o modelo usado em Chicago, onde a única forma de acabar com os padrinhos do crime organizado de então foi permitindo o consumo de bebidas alcoólicas deixando a responsabilidade a quem o consome.
Fox ainda afirmou que os traficantes de drogas dos EUA estão enviando milhares de milhões, bilhões de dólares para subornar e corromper, além de milhares de armas de alta potência para equipar seus cartéis. O ex-presidente ainda acusou os narcotraficantes do país vizinho de estar lavando dinheiro no México.
Embora a Fox e atual presidente Felipe Calderón, pertençam ao Partido da Ação Nacional (PAN), seus pontos de vista sobre a questão de como combater a violência das drogas são diferentes e o ex-mandatário tem sido criticado pela “falta de qualidade moral” com que vem reverberando o governo de Calderón. Enquanto Fox tende para enfraquecer os cartéis legalizando mercado de drogas, Calderón lançou uma ofensiva contra eles, o que resultou no aumento da violência em algumas partes do México.
O ex-presidente também declarou que deve-se retirar o exército das ruas urgentemente, pois eles não estão preparados para o trabalho policial. Se está expondo o exército a manchar sua imagem, a violar os direitos humanos, a cometer erros, e até mesmo a assassinar inocentes como já aconteceu. (Ficar nas ruas) é o trabalho da polícia”, reiterou.