O ministro do Interior do Equador, José Serrano, admitiu nesta segunda-feira em entrevista a uma rádio que as atuais políticas de combate ao tráfico de drogas fracassaram e sugeriu a despenalização do consumo. “É preciso estabelecer novas políticas públicas claras sobre o vício e depois avançar num processo de descriminalização”, declarou à Rádio FM Mundo.
Não é a primeira vez que o governo se manifesta sobre o assunto e sugere uma mudança no rumo dos programas de combate ao tráfico. Na semana passada, o secretário jurídico da Presidência, Alexis Mera, afirmou que .a repressão absoluta não funciona. “Tem que se discutir em nível de cadeias de comercialização de certos estupefacientes, como a maconha’.
Em abril do ano passado, o presidente Rafael Correa manifestou apoio quando o guatemalteco Otto Pérez Molina propôs legalizar a produção, transporte e distribuição da droga no país. O Equador é considerado pelas autoridades como um país de armazenamento e trânsito das drogas procedentes de Peru e Colômbia rumo aos Estados Unidos e Europa. Somente este ano, a polícia já apreendeu 19 toneladas de drogas, principalmente cocaína. Em todo o ano de 2012, foram 42 toneladas.
As cifras do tráfico de drogas no Equador
No ano de 2013, a polícia equatoriana apreendeu um total de 19.2 toneladas de droga, das quais, 368.575 gramos corresponde a maconha. O alcalóide mais encontrado foi a cocaína com um total de 15 000 gramos apreendidos. Além disso, as autoridades apreenderam 1.175 gramas de pasta base de cocaína, 37,7 gramos de heroína e 0,05 gramos de ecstasy.
Os números oficiais mostram que entre 2007 e 2012, foram apreendidos 23.381 gramos de maconha, sendo 2012 o ano em que grande parte deste alcalóide foi seqüestrado (10,691 gramas), ao contrário de 2007, que foi apreendido apenas 848 gramos.
O relatório global sobre o uso de drogas 2012 elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (UNODC) afirma que a maconha é a droga mais utilizada no mundo, com uma estimativa de entre 119 e 224 milhões de consumidores.
Via: Alagoas 24 horas / Andes.info