O policial militar Alfredo Pereira da Silva Júnior foi preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira (12) após ser acusado de assaltar e agredir um homem no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Segundo as informações iniciais da Polícia Civil, o mesmo PM participou da operação que culminou na captura do ex-chefe do tráfico de drogas da favela da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, em novembro desse ano.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 5ª DP (Lapa), o crime ocorreu rua Washington Luís, no centro. Além de roubar a mochila de um pedestre, o policial ainda teria dado uma coronhada na vítima – cuja identificação não foi revelada pelos agentes da delegacia. O comando da Polícia Militar ainda não se manifestou sobre o caso.
Após relatar o crime para PMs que patrulhavam a região, o homem assaltado foi encaminhado para o hospital Souza Aguiar, onde recebeu cinco pontos no queixo. Enquanto a vítima recebia atendimento médico, o soldado do Batalhão de Choque caminhava pelo bairro à paisana exibindo a sua pistola, atitude que levou uma moradora da região a chamar a polícia. Abordado pelos colegas, ele informou que não estava em serviço.
A princípio, o soldado receberia apenas uma repreensão pela má conduta, porém os policiais que ajudaram o homem assaltado informaram pelo rádio acerca de um suspeito que roubara uma mochila momentos antes. Os PMs desconfiaram de Silva Júnior e ele foi levado para a 5ª DP, onde foi posteriormente reconhecido pela vítima e autuado por assalto à mão armada e agressão.
Segundo a Polícia Militar, Silva Júnior já foi transferido para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, na zona norte do Rio.
O traficante Antônio Bonfim Lopes, ex-chefe da Rocinha, foi preso no início da madrugada de quinta-feira (10) ao tentar fugir da favela dentro do porta-malas de um Corolla preto. Desde então, ele está preso em Bangu 1, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
De acordo com o líder da operação que resultou na prisão do traficante, o tenente da PM Ronald Cadar, foram apreendidos no carro de Nem 50.500 euros e R$ 59.900. Na operação realizada pelo Batalhão de Choque e pela Polícia Federal no dia anterior, haviam sido apreendidos R$ 121.899 e 155 euros na Rocinha.
A prisão aconteceu quando o carro em que ele estava foi parado durante operação do Batalhão de Choque, na Lagoa Rodrigo de Freitas, próximo ao Clube Naval, na zona sul do Rio. Os policiais desconfiaram de um veículo, inicialmente identificado como pertencente ao consulado do Congo, e informaram ao motorista que o carro seria revistado. O suposto funcionário do consulado, aparentando nervosismo, negou a revista alegando imunidade.
Os agentes, que faziam uma blitz na região e já haviam parado vários carros, disseram que iriam acompanhar o veículo até a sede da PF. No caminho, o motorista do Corolla parou o veículo e ofereceu dinheiro aos PMs em troca da liberação, mas o suborno ficou só na tentativa. A oferta começou com R$ 30 mil e chegou até a R$ 1 milhão.
Policias Federais foram chamados e, ao abrirem o porta-malas, encontraram Nem. O veículo foi escoltado por terra e também pelo ar, por um helicóptero da polícia, até a sede da Superintendência da Polícia Federal, no Rio, para onde o traficante foi levado.
Além de Nem e do motorista, estava no carro também um homem que se identificou como advogado durante a abordagem policial. Em nota, o consulado da República do Congo negou que o homem que estava no carro no qual Nem foi encontrado tenha qualquer vínculo com a representação diplomática daquele país.
Fonte = UOL