O senador Mario Delgado do PRD, o Partido da Revolução Democrática do México,considera que chegou o momento do México debater a questão da legalização do uso da maconha e irá apresentar uma iniciativa para regular o uso medicinal da erva.
Durante sua fala no fórum “O Debate de Drogas na Cidade do México: Legalização”, o presidente da Comissão do Distrito Federal disse que esta iniciativa visa mudar a perspectiva de drogas em o país.
Neste sentido, levantou a possibilidade de criação de clubes de usuário, de modo de não penalizar os consumidores.
Delgado insistiu que “é preciso discutir o consumo de maconha no México para deixar de ser um problema criminal e apresentar uma abordagem de saúde pública para garantir o respeito dos direitos das decisões pessoais”.
Por sua vez, a Diretora de Projetos Estratégicos do Ministério da Saúde da capital, Magdalena Patlan, advertiu que, se a legislação criada for mal compreendida e gerar o consumo da erva, as autoridades terão que atender cerca de 15 mil usuários viciados por ano somente na capital, ou seja, 44 usuários por dia com custo de tratamento estimado em 35 mil dólares por dia e por pessoa.
Portanto, disse ela, o projeto deve estabelecer “cadeados” para prevenir o uso nocivo de maconha na população mais suscetível, entre 15 e 19 anos de idade.
“Não somos contra os direitos individuais dos cidadãos, mas ao aspirar uma sociedade livre de vício devem ser reforçados programas de prevenção nas escolas e locais de trabalho”, disse Patlan
A congressista Esthela Damian mencionou que o momento é apropriado para começar o debate sobre as políticas de droga, sem medo ou estigma e que se tenha uma consideração extraordinária em ciências da saúde.
O Distrito Federal, segundo Damien, tem autoridade para legislar sobre o assunto e que as autoridades locais não podem continuar fingindo sobre a legalização da maconha, argumentando que o seu uso pode ser permitido, mas não dizer como e onde adquiri-la.
Em seu discurso, o diretor do Instituto de Prevenção e Tratamento da Dependência, Rafael Camacho Solís, mencionou que a legalização regulada de maconha não é seguro para diminuir a violência.
O coordenador do Programa Latino-Americano de Reforma da Política de Drogas, Lisa Sanchez, disse que o mercado de drogas ilícitas está totalmente nas mãos de organizações criminosas transnacionais que têm poder econômico e poder de fogo para desafiar o Estado.
A este respeito, disse que o regulamento envolve o estabelecimento de controles estritos sobre a produção, o produto, os varejistas e o acesso ao mercado, “porque é inaceitável continuar deixando este mercado nas mãos do crime organizado”.
Fonte: Milenio