O rabino Jeffrey Kahn passou toda a sua carreira de 30 anos educando e ajudando os outros a aliviar o sofrimento humano, o que o levou a congregações judaicas na Austrália, Illinois, em sua cidade natal em Miami e Nova Jersey.
Agora, ele pratica sua fé em uma linha diferente de trabalho: Kahn lidera um dispensário de maconha medicinal. “A partir de uma perspectiva judaica, nada é mais importante que o conceito de curar os doentes e dar-lhes alívio”, disse Kahn, de 61 anos. Seguindo essa perspectiva, seu ato é uma mitzvah, ou uma boa ação.
“Eu fui rabino da congregação durante os dias mais sombrios da epidemia de AIDS e vi de perto e pessoalmente que as pessoas que vivem com AIDS e como se tratavam com a maconha medicinal em busca de alívio”, disse ele.
No mês passado, Kahn e sua esposa, que trabalha como enfermeira em um hospital doentes de longo prazo, inauguraram o Centro de Bem-Estar de Takoma, nos arredores de Washington DC, onde são legalmente autorizados a dispensar a maconha medicinal.
Até agora, eles têm apenas três clientes, que preenchem os critérios do estado e sofrem com uma das cinco doenças: HIV, AIDS, câncer, esclerose múltipla e glaucoma.
“A planta canábis foi criada por Deus, no segundo dia da criação, quando Deus criou todas as outras plantas e tocá-la não é proibido”, disse Kahn em uma entrevista para uma revista de circulação nacional para estudantes universitários judeus.
Stephanie Reifkind Kahn, a esposa de 59 anos, decorou a clínica com “hamsas”, um símbolo judaico e árabe para afastar o mal. “São do Oriente Médio para cura e proteção”, disse. “É algo que as comunidades árabes e israelenses usam. É uma ligação partilhada”.
Os Kahns são capazes de oferecer os seus serviços sem fins lucrativos em virtude do Programa de Maconha Médica lançado em primeiro de agosto deste ano. Toda a renda, de acordo com Kahn, irá para instituições de caridade contra o HIV/AIDS.
O rabino Kahn provém de uma corrente liberal da religião judaica, mas não está sozinho em seu apoio à maconha medicinal. O advogado judeu que é codiretor regional do Chabad de Massachusetts oriental e faz parte da corrente ortodoxa relatou recentemente que ele pediu uma licença para abrir dispensário de maconha medicinal, o 181º naquele estado.
Em 2003, a União para a Reforma do Judaísmo aprovou uma resolução em apoio à maconha medicinal e pediu às suas congregações que apoiem a legalização para fins médicos. Porém, qualquer que seja a corrente judaica, nenhuma delas apoia a extensão da legalização para fins recreativos.
Vinte estados eno Distrito de Columbia têm regulamentado o uso terapêutico, de acordo com a Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais. A Califórnia foi a primeira, em 1996.