Na Holanda, país onde a legislação é mais permissiva com relação ao uso de posse de maconha, um paradoxo na atual legislação causa constrangimentos entre a polícia, os usuários, a lei e os coffe-shops, que estão autorizados a vendê-las, mas não podem plantar. Essa configuração no mercado holandês tem desdobramentos sociais e econômicos complicados para o país. Como a legislação permite a venda, mas proíbe a produção, os consumidores e revendedores se vêm obrigados a ficarem reféns de um mercado paralelo que movimenta milhões de dólares sem pagar impostos e que acaba se articulando com outras redes criminosas. Isso é uma irônica consequência da legislação holandesa que pretende melhorar a vida dos seus cidadãos, mas está presa à convenção da ONU de 1961 que o impede de liberar totalmente o consumo da Cannabis. Para tentar acabar esse parodoxo os partidos majoritários, incluindo o partido conservado que antes declaravasse contra a normalização, preparam uma medida propondo a normalização de modalidades de cultivo para consumo próprio e até mesmo para abastecer coffe-shops. Eles afirma que é incoerente permitir o consumo e não preparar um mercado produtor para abastece-lo. Essa medida vai de encontro aos interesses do Governo Holândes que não defende essa como uma saída adequeda por entrar em conflito com a conveção da ONU. No entanto, os políticos e partidos afirma que irão atropelar qualquer medida autoritária do governo que tente vetar a proposta ou atrapalha-la com a implantação de comissões de estudo intermináveis.
Assim, é com ansiedade que aguardamos ainda esse ano o debate na Holanda sobre a normalização do cultivo. É possível acompanhar esse debate através da Revita Cañamo. Essa nota foi inspirada em uma outra publicada na edição de Janeiro de 2006 dessa revista.