Três pés de maconha e uma muda foram apreendidos ontem, no bairro Salgado Filho (zona Oeste), durante busca feita por agentes das delegacias de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) e Investigações Gerais (DIG). As plantas estavam sob responsabilidade de três moradores, que foram autuados por porte de entorpecentes. Na casa a polícia apreendeu um álbum de fotos, onde um dos acusados aparece ao lado de um pé de maconha, exibindo o desenvolvimento da planta. A participação dos indiciados no tráfico ainda está sob investigação.
Denúncias anônimas teriam alertado a polícia sobre a plantação clandestina na residência da rua Carajás. Por volta das 11 horas, quando os investigadores entraram na casa, o corretor de imóveis R.R.S., de 25 anos, correu para o quintal e tentou arrancar os pés de maconha. “Cercamos a casa pelos fundos e conseguimos impedir que ele (R.R.S.) destruísse o material”, relatou o delegado Ricardo Coércio, adjunto da Delegacia de Investigações Gerais.
Segundo esclareceu a polícia, o acusado mora no local com a tia e dois primos, identificados como M.R.S., de 23, e F.S., de 21. No momento da abordagem, eles jogavam vídeo game e assumiram juntamente com o corretor a responsabilidade pela maconha. Os indiciados disseram ser “usuários de entorpecentes” e negaram envolvimento no tráfico de drogas.
Nos fundos da casa, a polícia aprendeu dois pés de maconha, com aproximadamente 1,50 de altura. Haviam também um exemplar menor da mesma erva e um vaso pequeno com uma muda do entorpecente. Na sala da residência, os investigadores encontraram o álbum de fotos, nas quais F.S. aparece exibindo a planta, além de um bilhete que teria sido escrito por um detento da Cadeia de Pompéia.
Versões:
Segundo os moradores, a maconha não foi plantada e teria brotado “naturalmente” após o lançamento de algumas sementes no quintal. Eles disseram não ter a intenção de plantar maconha, mas ao perceber que a planta estava se desenvolvendo bem decidiram cultiva-la para consumo próprio.
Antes da lei 11.343/06 entrar em vigor, os “lavradores de cannabis sativa”poderiam ser presos em fragrante. A situação mudou, conforme explicou o delegado Paulo Lara, adjunto da Dise. “A maioria dos casos era entendido pela justiça como porte de entorpecente (que não leva à prisão). A apreensão da planta só caracteriza tráfico quando fica provado que o objetivo não é consumo próprio”, afirmou o delegado.
Os três detidos no bairro Senador Salgado Filho prestaram depoimento na Dise e foram liberados. Segundo a polícia, um inquérito será instaurado para esclarecer a procedência do bilhete, atribuído a um detento da Cadeia de Pompéia.
Fonte: Jornal da manhã