Assinado por: Movimento Mudança
A cannabis está enraizada na cultura de diversas sociedades do globo e segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2007, ela é utilizada por 3,8 % da população mundial (aproximadamente 160 milhões de pessoas). A criminalização da maconha impede a utilização de seus valores terapêuticos e homeopáticos, favorece o narcotráfico e a violência e dificulta a construção de políticas públicas para o tratamento de usuários e a prevenção.
A hipocrisia do estado brasileiro de colocar a culpa no usuário pela manutenção do tráfico de drogas inverte a ordem de prioridades, e a repressão e o autoritarismo falam mais alto do que a discussão sobre respeito das liberdades individuais e os efeitos da droga na saúde das pessoas. Nunca houve casos de overdose causada pela maconha, além do que, a droga é utilizada para tratamento do câncer e da Aids em casos mais graves.
O Movimento Mudança, que está presente nas lutas contra a opressão sobre os estudantes e a juventude, acredita que este debate deve ser feito de forma franca e aberta na sociedade brasileira. È necessário dialogar com a sociedade na perspectiva do uso da cannabis ser visto como um problema de saúde pública e não como uma questão policial, de segurança publica. Mais do que isso, devemos fazer o debate de porque que drogas que são muito mais prejudiciais a saúde, como o cigarro e o álcool, são liberadas e há pouco ou nenhum questionamento do estado sobre o seu consumo. A indústria do álcool vicia, mata e alimenta a violência em índices infinitamente superiores que a maconha. A diferença é que esta indústria é altamente lucrativa, diferentemente da cannabis que pode ser cultivada em casa e ter uma cultura artesanal.
É importante também que discutamos a quem serve manter a maconha na ilegalidade. A experiência de repressão sobre o uso de drogas que observamos nos século XX mostra claramente que o sistema atual não traz qualquer resultado, pois a quantidade de usuários vem aumentando, bem como o poder do tráfico. Para alguns setores, a cannabis é mais lucrativa sendo proibida, por toda a estrutura que o Estado dispõe com a repressão, pelo milionário e corrupto trafico de drogas (que financia até políticos) e pelo sistema de propinas que este quadro cria.
A União Nacional dos Estudantes em seu congresso passado aprovou em plenária final a resolução em defesa da descriminalizaçã o das drogas. Neste sentido, apresentamos para ao conjunto dos movimentos que compõem a UNE a necessidade de pautarmos a defesa da legalização da maconha e a participação em todas as atividades que levem este debate para a sociedade.
Também exigimos o fim do cerceamento desse debate! A Marcha Mundial da Maconha, que é um movimento global pela legalização da cannabis, neste ano foi proibida em 9 das 13 cidades onde ela iria acontecer, através de uma articulação entre setores conservadores da Igreja e do Ministério Público, em um grave atentado à democracia e à liberdade de expressão, conquistadas a duras penas pela sociedade brasileira.
Lutamos para viver em uma sociedade que garanta o livre arbítrio e o respeito às escolhas de cada um, uma sociedade que garanta as liberdades individuais. Acreditamos que esta pauta deve ser melhor bem debatida com o conjunto do ME brasileiro, para que nos posicionemos ao lado dos estudantes e da juventude por um mundo com mais respeito entre as pessoas e direitos garantidos.
Por um debate franco e aberto sobre a legalização da maconha!