Há 78 anos nasciam os primeiros antiproibicionistas. Quase 8 décadas se passaram desde que o Estado brasileiros transformou em criminosos, por decreto, homens e mulheres que plantavam e fumavam maconha, com isso criando as primeiras resistências à proibição da planta. A proibição da maconha se tornou uma doença, uma compulsão – tornou-se proibicionismo. A repressão ao hábito de fumar a erva tem se tornado cada vez mais violenta e o mercado de produção e comércio da planta tem reagido com a mesma intensidade, com todos aqueles problemas e conseqüências discutidos diariamente em todos os cantos do país e do mundo.
De um dia para o outro, alguns cientistas, políticos e outras figuras conseguiram transformar o sonho que tinham em realidade e baniram uma prática considerada por eles culturalmente inferior. A proibição tem tido êxito no seu objeto de manter de forma violenta na criminalidade as culturas que consideram o uso da maconha uma atividade normal.. Os usuários foram e são constantemente perseguidos, impedidos de manterem seus hábitos de consumo, de se organizarem politicamente e lutarem pelos seus direitos.
Tornaram-se uma realidade em processo oficial de extermínio.Cidadãos têm sido cotidianamente violentados e considerados criminosos porque fumam ou cultivam cannabis, ou por considerarem isso normal. Mais que uma realidade, o proibicionismo da maconha tem sido um pesadelo para toda a sociedade.
Há 8 anos atrás, no dia 12 de março de 2002, um outro sonho começou a se tornar realidade. Um outro tipo de resistência cultural e antiproibicionismo nascia no Brasil. Numa terça-feira que para muitos era como qualquer outra, começou a funcionar um endereço de Internet que daria muito o que falar – www.growroom.net.
Em uma semana já eram 400 usuários registrados no fórum. No início, muita gente acreditava que era só mais site sobre drogas, como muitos que existiam e existem na Internet. Poderia até ter sido esse nosso destino, se não fosse o comprometimento das pessoas por trás desse sonho. Muitos sonhadores juntos começaram a tecer uma rede que, dia-a-dia, só tem se ampliado suas forças e formas de atuação.
Graças ao comprometimento de homens e mulheres, anônimos ou conhecidos, com os projetos dessa instituição, o Growroom é hoje uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente por ativistas, técnicos de saúde, jornalistas, redutores de danos, políticos, cientistas e diversos outros especialistas e profissionais envolvidos com o tema.
Hoje, conseguimos manter o maior centro de convivência on-line para usuários de maconha do país; temos um dos maiores portais informativos sobre o tema; mantemos diálogo e temos o apoio de uma ampla rede de instituições e indivíduos; estamos organizando uma rede de usuários de cannabis medicinal; prestamos consultoria e ajuda em casos de usuários presos por cultivar para uso pessoal; estamos organizando a publicação de nossa primeira revista impressa.
Se for antiproibicionismo resistir com a sua existência ao extermínio cultural promovido pelo estado. Hoje, o Growroom é um dos maiores espaços de resistência cultural coletiva antiproibicionista.
Tudo isso devemos a vocês, que acreditaram e confiaram em nosso trabalho e continuam não apenas sonhando conosco, mas nos ajudando a transformar esse sonho em realidade, para sairmos juntos do pesadelo da proibição.
Vida longa ao Growroom! Vida longa a todos os homens e mulheres que fizeram dessa comunidade o que ela foi no passado, fazem o que ela é no presente e farão o que ela será no futuro.
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