Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Juiz de Fora… As atividades e os debates já se espalham por todo o Brasil.
2007 entra para a história como o ano em que conseguimos definitivamente inscrever o debate antiproibicionista no cenário político do país. A força com que as atividades de luta por políticas de drogas mais racionais se desenvolveram demonstra o acerto da ABORDA em chamar, para novembro deste ano, o II Seminário dos Direitos das Pessoas que Usam Drogas.
Nas próximas linhas, teremos um breve relato de como as coisas se sucederam em cada cidade da qual conseguimos alguns relatos.
Rio de Janeiro
Segundo a polícia, algo como trezentas pessoas. Para os organizadores – muito mais confiáveis – foram mais de mil. Independente de qualquer coisa, a Marcha da Maconha entrou definitivamente para a agenda fluminense de atividades políticas. O espírito pacifista esteve colado na criatividade, articulada ao cuidado de proteger às pessoas diante do preconceito que ainda marca os debates; a utilização de máscaras de Sérgio Cabral, Marcelo D2 e Fernando Gabeira foi uma saída divertida, politizada e estratégica.
Como toda boa luta política, esta também despertou a ira dos conservadores. Católicos se mobilizaram para divulgar mentiras durante a atividade (alguém aí já tinha ouvido falar que a regulamentação holandesa fez subir o consumo de cannabis em 400%?), e o prefeito César Maia, na tentativa de descaracterizar o evento, ajudou a divulgá-lo em seu blog.
Salvador
Os soteropolitanos optaram por uma ação intramuros. Foram dois dias com diversos debates relacionados às leis sobre produção, circulação, comércio e consumo de cannabis. Dezenas de pessoas lotaram o auditório da federal baiana ao longo de dois dias para participar de debates, oficinas, mesas e outras atividades de formação política para a luta antiproibicionista.
E que nível de formação! Desfilaram pelo evento alguns dos maiores nomes do pensamento sobre drogas no Brasil: Tom Valença, Gey Espinheira, Eric Gornic, Edward MacRae, Laura Carvalho, além do organizador do evento, Sérgio Vidal, militante-referência da luta antiproibicionista no Brasil, e muitos outros, como Jessé e Marcelo Tromboni, da Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcante. O evento ainda teve ares de happening, com direito a filmes, feira e exposição de obras de arte inspiradas na cultura cannabica.
Porto Alegre
Os militantes de Porto Alegre foram patrolados pelo desrespeito, mais uma vez. Tudo certo para o evento, trâmites burocráticos vencidos, e com duas semanas de antecedência, a casa diz que não poderia mais ceder o espaço, pois a presidência havia solicitado o auditório. O resultado: só se consegui um novo lugar cinco dias antes do evento. Como houve um feriado no meio, a divulgação só foi para rua dois dias antes. E o pior: não houve nenhuma atividade no auditório da assembléia no dia do evento.
Diante disto, o que seria um grande evento tornou-se um dia de formação para os militantes do Princípio Ativo, e alguns parceiros. Passaram pelo seminário o professor de economia da federal gaúcha, Luis Miranda, a professora doutora Andrea Domanico, o ex-deputado federal Marcos Rolim, e o jurista Salo de Carvalho.
Curitiba
Sem que ninguém soubesse, um grupo de curitibanos armou uma grande manifestação. É com grande felicidade que o movimento antiproibicionista brasileiro comemora uma ação inesperada para muitos de nós. A atividade foi organizada pelo coletivo SoyLocoPorTi, formado por estudantes da federal paranaense dedicados à construção da unidade latino-americana. Com mais de 150 pessoas, a manifestação que terminou em frente ao Palácio Iguaçu. No dia 18, às 19h30, na Reitoria da UFPR, será realizado um debate sobre a questão das drogas com o professor Pedro Bode, e no dia 19, uma avaliação da marcha.
Créditos: Informes
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