Três pés de cannabis e três pessoas presas. Esse foi o saldo ridículo de uma ação policial em Cerqueira César, no interior de São Paulo. Mais uma vez, a polícia mostrou toda a sua ineficácia quando o assunto é distinguir usuários de traficantes. As plantas foram encontradas em um terreno ao lado de uma oficina mecânica na última terça-feira, 23, após mais uma malfadada denúncia anônima.
Segundo reportagem do G1, as plantas tinham cerca de um metro de altura. Um mecânico de 60 anos e dois filhos dele, um de 19 e outro de 21 anos, se identificaram como os donos das plantas e alegaram cultivar para consumo próprio. Um fato óbvio até para o mais desavisado dos caretas – um pai de família, trabalhador, e seus dois filhos, todos sem antecedentes, plantando seu próprio remédio para escapar do podre sistema do tráfico de drogas imposto pela proibição.
Apesar da clareza das circunstâncias, parece que as polícias brasileiras insistem em desrespeitar a liberdade individual e a nobre opção de não contribuir com a violência do mercado negro. Os três foram enquadrados por tráfico de drogas e podem ser condenados em até 15 anos de prisão. Sim, pessoas humildes, sem instrução, que assinaram o termo talvez por desespero, talvez por falta de informação, decretando um período infernal para toda a família. Uma notícia revoltante, que salta aos olhos a necessidade de mais informações sobre a cannabis em todo o país – e não apenas nas principais cidades e capitais.
O Growroom espera que a decisão seja revogada, com base nos preceitos dispostos na Lei 11343, que assegura que usuários de maconha não podem ser condenados a penas privativas no Brasil. E engole, mais uma vez, a pergunta: até quando seremos obrigados a ler notícias absurdas e ultrajantes como essa?